one

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essa tradução deveria ser uma one shot, mas eu resolvi dividir.

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O sol estava pintando o céu de vermelho,  manchas azuis aparecendo por trás das nuvens. Não havia nenhum som nos pinheiros ao longo da estrada; os passarinho já tinham cantado sua última canção da noite. O clima continuava quente e os grilos cantavam na grama alta que precisava urgentemente ser aparada desde que o verão começou,  há um mês atrás. As dobradiças rangeram quando o último cliente saiu da lanchonete à beira da estrada, a placa neon falhando quando a porta se fechou.

Lisa limpou o balcão com um pano, farelos de pão caindo no chão. O dia tinha sido longo e cansativo e ela sentia a sua camiseta grudando nas costas. Uma música suave ecoava da jukebox no canto da sala, o seu chefe tinha uma coisa por sucessos dos anos 80. A reprise do noticiário estava passando na TV, uma moça loira estava relatando um assalto no norte do estado. Ela dobrou o pano e caminhou até a cozinha, para colocá-lo sobre a pia. Lisa ouviu o sino tocar e espiou pela porta da cozinha. O pano fez um som úmido enquanto ela o jogava na bancada e limpava as mãos no avental.

"Sinto muito, mas já estamos quase fechando.", ela disse, caminhando de volta para o restaurante.

Uma mulher de cabelo liso caminhou até o balcão. Ela carregava um capacete na mão esquerda e tirava seus óculos verde neon com a outra.

"Eu não vou demorar." A mulher disse, sentando em uma das cadeiras de plástico, e colocando seu capacete na cadeira ao lado. "Só um café, por favor."

Lisa considerou recusar, mas deu de ombros. Ela não tinha desligado as máquinas de café ainda, de qualquer maneira. Ela apertou alguns botões e pós um copo debaixo da máquina.

"Um e cinquenta, por favor.", a garota disse, tentando não encarar a Mulher à sua frente. Ela não o conhecia e imaginava o que a outra fazia aqui. Ninguém nunca vinha a essa cidade e as únicas pessoas que paravam na lanchonete eram moradores e, ocasionalmente, alguns caminhoneiros.

A moça colocou uma nota de dois dólares no balcão enquanto Lisa colocava o copo na frente dela.

"Fique com o troco.", ela disse, tomando um gole do seu café.

Lisa pós o dinheiro na caixa registradora e voltou para cozinha para pegar um pano. Seu chefe estava limpando os fogões com um detergente de cheiro forte, fazendo com que Lisa saísse de lá.

A mulher tinha acendido um cigarro, o segurando por entre os dedos enquanto bebia o café.  Haviam manchas de graxa nos seus anéis.

Lisa limpou a garganta e começou a varrer outra parte do restaurante. "Desculpe, mas é proibido fumar aqui de dentro.", ela apontou para várias placas coladas nas paredes. "Tem um banco e um cinzeiro lá fora."

Ela olhou ao redor da sala vazia e deu de ombros. "Não é como se eu estivesse incomodando alguém. Não tem ninguém além de mim aqui dentro."

"Isso não importa.", Lisa disse. Ela sabia que estava se irritando por pouco, mas o dia tinha sido longo e ela queria ir pra casa. "Essa são as regras, eu não as criei. Se você fumar, então eu sugiro que você saia."

"Não.", a moça disse com naturalidade, bebendo o último gole do seu café.

"Senhora-", Lisa começou, com a mandíbula trincada, mas foi interrompida pelo seu chefe.

"Esta tudo bem aqui?", ele perguntou.

"Tá tudo bem, Paul.", Lisa disse, pegando o pano novamente, limpando um pouco de geleia derramada.

"Lisa, por que você não leva o lixo para fora? Eu termino isso aqui.

Lisa olhou para a moça uma última vez e o sorriso no rosto dela fez com que suas bochechas esquentassem. Ela fez seu caminho até a cozinha e pegou o saco de lixo.

A porta bateu contra a parede quando Lisa a abriu com muita força. Uma brisa suave bagunçou seu cabelo e ela levou o pulso até a testa, enxugando um pouco de suor. Lisa jogou o saco no grande container e encostou as costas na parede de tijolos da lanchonete. Os tijolos estavam quentes por pegarem sol o dia inteiro, mas ela não se importava. Ela cresceu com esse tipo de clima e mesmo que isso a incomodasse às vezes, ela desistiu de ser estressar por causa disso.

Então um barulho alto de motor soou pela estrada vazia. Lisa levantou a cabeça e olhou para o lado. A moça da lanchonete estava colocando o capacete, seus jeans praticamente pintados em suas pernas longas. Lisa continuo olhando enquanto a moça colocava sua jaqueta de couro vermelha e acelerava.

A motocicleta fez um barulho horrivelmente alto enquanto ela se distanciava, e Lisa tirou as mãos dos ouvidos. Ela chutou a madeira podre na parte debaixo da porta e voltou para dentro.

continua....

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