Capítulo 1

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Ao longo da minha vida, sempre gostei de ajudar as pessoas e a tentar resolver seus problemas, mas nunca fui muito boa em resolver os meus. Eu já presenciei o relacionamento de várias pessoas serem destruídos por motivos fúteis, e isso me fez ter receio de tal coisa. Meu nome é Melanie, tenho 23 anos. Alta. Cabelos negros, curtos e ondulados. Terminei a faculdade de psicologia a pouco tempo, e pra minha sorte, logo consegui um emprego numa clínica, no Rio de Janeiro.
Acordei com um raio de luz entrando pela brecha da cortina. Virei o rosto, e olhando para o relógio, percebi que estava atrasada para o trabalho. Dei um pulo da cama e fui me banhar. Enquanto estava no chuveiro, comecei a pensar nas coisas que fiz quando era criança, e também pensei nas coisas que deixei de fazer por medo. Nada mais relaxante do que o barulho da água caindo no chão e do silêncio daquela casa que por sinal era bonita. O piso de madeira, as paredes azuis, o lindo sofá que acabara de comprar. Quando me dei conta, estava tendo uma epifania. Desliguei o chuveiro. Escutei um barulho vindo da cozinha e logo peguei a toalha de banho para ver do que se tratara. Quando cheguei na cozinha, me deparei com uma gatinha preta e branca me encarando com seus grandes olhos azuis. Olhei para a janela e vi que estava aberta. A gatinha veio em minha direção e começou a miar. Ela colocou uma das patinhas em meu pé e eu quase tive um ataque de fofura.

--- Você me lembra a Ângela. Ela foi uma gata que tive. Mas infelizmente, minha avó deu um fim nela - Disse a pegando no colo.

A coloquei no chão e peguei um pouco da comida que sobrou da janta. Junto com um pouco de leite.

--- Agora eu preciso ir trabalhar. É melhor comer tudo.

Peguei minhas coisas e entrei no carro. Quanto mais se aproximava da clínica, mais vazia me sentia. Mesmo dirigindo, acabei tendo outra epifania. Comecei a pensar na minha adolescência e nos amigos que sentia saudade. A vida sempre nos trás surpresas, sendo elas: boas ou ruins. Finalmente a epifania terminou, e então, voltei para a realidade. Vi a clínica longe e senti um pouco de felicidade. Ajudar as pessoas me deixava muito feliz.

--- Perdeu, perdeu! - Gritou um homem apontando a arma para mim.

Entrei em desespero, e pisei no acelerador sem pensar duas vezes. Eu estava tão assustada que nem olhei para trás. Aquela foi a primeira vez que haviam tentado me assaltar. Olhei para o retrovisor e já estava longe. Quando olhei para frente, vi uma garota andando de bicicleta, pisei no freio com força. Ela estava usando fones de ouvido e não percebeu o carro. Infelizmente o carro deu uma pequena batida na bicicleta, fazendo-a cair no chão.

--- Você está maluca?! - Gritou ela se levantando.

--- Me desculpe. Você está bem?

--- Eu pareço estar bem?!

Ela pegou a bicicleta e foi embora. A garota aparentava ter 17 anos. Era baixa e morena. Muito fofa por sinal.

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⏰ Última atualização: Mar 09, 2021 ⏰

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