- Então Megan, andou tendo sonhos novamente? .- Pergunta a doutora Carmen.
- Não .- Falo desviando meus olhos dos dela e me encolhendo no sofá marrom, enquanto a psiquiatra me analisava com seus olhos de águia, observando cada detalhe da minha expressão.
- Sete anos e você ainda não aprendeu que não consegue mentir para mim,Meg.
- Não me chame de Meg.
- O que você sonhou Megan?.- Insiste a doutora, ela se levantou e se sentou ao meu lado.
- A mesma coisa, eu sempre vejo o pequeno príncipe, com o medalhão balançando e seu pescoço.
- O que mais minha querida?.- Ela pergunta com muita atenção,
atenção de mais.- Apenas isso.- Minto.
- Então é isso, não vai me contar, sabe o que acontece quando você fica rebelde não é garotinha?.- Diz a doutora Carmen colocando o cabelo atrás da minha orelha.
Me afasto dela e do seu toque.
- Eu já disse que os remédios me fazem mal, eles me deixam tonta, Perco a noção do tempo...
- E quem disse que você irá tomar remédios?.- Ela me interrompe.- Ou melhor, apenas remédios. Já falei para seu pai, se você não respondesse ao tratamento, não teríamos escolha a não ser internar você.
- Me internar como assim? Não pode eu não sou louca, são apenas sonhos, sonhos, entendam de uma vez isso.- Me levanto gritando.
- Não tem escolha , você até vê ou via esse garoto quando estava acordada, mas meus remédios deram um jeito nisso, já está tudo pronto e crianças normais não tem sonhos como o seu, sabe se lá Deus a terrorista que você poderia ter se tornado.
E eu pensando que se nunca contasse as coisas que via ou até mesmo sentisse, eles nunca fariam isso comigo, nunca estive tão errada.
- Não se preucupe, poderá se despedir da sua família, você pode ficar mais uma noite na sua casa, mas pela manhã, irão te buscar. Está dispensada senhorita, aguarde seu pai na recepção.
Saio atordoada da sala, eles não podem fazer isso, meu pai nunca deixaria isso acontecer, mas será? Ele mudou Tanto nos últimos anos...Então me sento nas poucas cadeiras que ali tinha, ali tudo era branco e frio, como a morte.
-Vai ser presa também?
Então reparo no garoto e a garota que estão sentados nas cadeiras ao meu redor.
Eles são, bem, nem um pouco comuns ou que passariam despercebidos.
O garoto asiático com os cabelos verdes, e com um olhar travesso me olhava sorrindo esperando uma reposta.
Já a garota olhava como se tudo não passasse de uma perda de tempo, com os cabelos com mechas roxas e uma postura que deixava claro que não queria ser incomodada.
- O que?- Pergunto.
- Prisão, hospício, chame como você quiser, aliás meu nome é Gartin, não Martim, com G de Gartin.
- Eu tinha entendido de primeira.- Falo.
- Bem certas pessoas não. - Ele sussurra olhando na direção da garota gótica.
- Estou do seu lado Martim, estou escutando tudo que diz.- A garota fala bufando em seguida.
- E essa é Rarya, nome estranho eu sei, ela parece um cão raivoso, mas no fundo é um amorzinho, não é mesmo princesa?.- Então Gartin a beija rapidamente no rosto.
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Além das estrelas
RomanceJá pararam pra pensar que tudo não pode ser real? Que a sua vida pode ser uma mentira? Megan descobriu isso de a pior maneira possível. A terra não existe mais, foi destruída pelos humanos a milhares de anos atrás. A terra estava em pleno caos, t...