Green Eyes

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Eu levei uns 10 minutos pra descongelar.
Talvez 5, ou 30 segundos.
Okay, só durou cinco segundos, mas na minha cabeça foi muito mais que isso.

-Olá, doutora...

-Gabriela Fernandes, prazer.

-Todo meu. - eu dei um sorriso irônico.

Vi aquela pele branquinha ficar vermelha como um tomate na mesma hora.

-Bem, Emmanuel já me deixou um pouco a par da situação. Você quer adotar a menina, não é? - ela disse se sentando.

Não pude deixar de reparar na maldita saia preta, totalmente colada ao corpo escultural.

-Bem, sim. Só que por hora, eu preciso de um jeito que me permita ficar com ela durante o processo. Ela foi abusada, jogá-la em um abrigo agora é desumano. - eu falei.

Ela meneou a cabeça em concordância.

-Ok, o que podemos fazer é liminar de permissão da guarda provisória. Não é uma garantia de que funcione, mas caso algum agente do serviço social apareça, você pelo menos tem um documento. - ela falou olhando para os papéis.

-Nenhuma agente vai aparecer, porque eu sou a subchefe deles. O meu problema são os juízes da vara da infância. Eles sempre são problemáticos com as regras desse sistema de merda. - eu bufei frustrada e passei a mão por todo o meu cabelo. Certamente agora eu parecia uma louca descabelada, diante de uma mulher estonteante.

-Hey, calma. Vai dar tudo certo. Você tem um bom caso aqui. - eu senti ela passar a mão na minha mão, como quem acaricia um cachorro para acalma-lo.

-Espero mesmo. Ash já sofreu de mais. Ela é uma menina incrível, realmente não merece nada disso. - eu disse. - Obrigada, Dr. Fernandes. Sua ajuda está me salvando hoje. - eu falei sincera.

Ela torceu os lábios.

-Doutora Fernandes? Sério? Acha mesmo que ainda temos necessidade de toda essa formalidade? - ela sorriu.

-Bem, não pra mim, porém quero ser respeitosa. - eu pisquei pra ela.

-Eu sei que o momento não tem nada a ver, mas... porque nunca me ligou? - ela perguntou.

Que? Como assim?

-Porque eu não tinha seu telefone? - eu respondi o óbvio.

-Eu pedi ao barman pra te entregar, quando eu... bem... sai daquele jeito. - ela ficou vermelha de novo.

-Eu não entendo como uma mulher que foi capaz de literalmente me fuder no banheiro, fica toda vermelha só de falar sobre o assunto. - eu gargalhei. - Porém, o barman não me entregou o seu telefone, porque eu não voltei ao bar aquele dia. Sai do banheiro e fui direto pra casa.

-Ah. Então tá explicado.

-E você queria que eu te ligasse?

-Bem, eu deixei meu número, então claro que sim. Eu só estava morrendo de vergonha. Olha pra mim, eu não sou o tipo de pessoa que dá uma rapidinha no banheiro. - ela escondeu o rosto entre as mãos.

Aaaaaaaaaaa porque tão fofa e linda? Assim não dá, né @Deus

-Bem, cara você não tem... mas que você fez... ah se fez. - eu falei sorrindo. - Me da seu número de novo. Dessa vez, eu vou ligar.

-Claro que vai, eu sou sua advogados, Thalita. - ela revirou os olhos.

-É, mas eu to falando de uma ligação extra curricular. Talvez você possa me levar pra jantar, antes de me fazer ser a sobremesa. - eu mordi os lábios.

My Destiny - Thabie  (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora