[Para Raphaela, que me inspirou a escrever essa história]
No interior do Brasil existe o Internato Maria Aparecida, onde somente garotas estudam. É lá que vive Clarice, uma jovem sonhadora e gentil que apenas quer tirar boas notas e conseguir passar...
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Quando acordei essa manhã mal podia acreditar em como meu jantar havia sido divertido! A verdade é que senti saudades de ter com quem conversar. Me arruma na maior calmaria e saio tranquila para as aulas do dia, antes de ir para o refeitório todos se reúnem no pátio para um anúncio:
— Como vocês sabem estamos no meio do semestre e isso significa que teremos nosso passeio fora da escola. — explica a freira. — Quem não quiser ir pode ficar aqui e aproveitar o dia livre. As regras são simples: se comportem e voltem às 19hrs do dia seguinte. Hoje as aulas serão apenas até 12hrs e às 13hrs o ônibus para cidade sai. Um bom dia, amém!
Aquela notícia me deixa animada, finalmente tinha companhia para conhecer a cidade. Antes que pudesse absorver tamanha felicidade, Clarissa chegua perto de mim:
— Você vai ao passeio?
— Claro!
— Ah, que bom! Eu e as meninas queríamos fazer uma visita à cachoeira que tem lá. Você pode vir se quiser... — ela diz, tímida.
— Eu iria adorar, obrigada! Vou correr para aula? Te vejo mais tarde!
Passo a aula inteira pensando no passeio com Clarissa e as outras meninas.
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Eu a convidei por impulso, mas estava louca para que saíssemos juntas de novo. A Rebeca não era quem eu imaginei... Era divertida, alegre e nada raivosa! Eu, Vivienne e Lívia havíamos combinado de ir à cachoeira no próximo passeio.
Estou no meu quarto e são 12:47. Ainda indecisa sobre o que usar, mas no final vou no biquíni azul com margaridas. Levo meu celuar, uma presilha de cabelo e protetor solar. Uma toalha e tcharam! Minha bolsa está pronta. A outra mala havia sido arrumada na noite anterior.
Vivienne veste um macaquinho amarelo, Lívia usa um vestido azul soltinho e Rebeca... Como alguém consegue ficar incrível em jeans e camiseta branca básica? Quanta injustiça!
Nós nos dirigimos para a entrada da escola, onde o ônibus aguarda. A cidade fica há quatro horas daqui e aproveitamos para colocar o papo em dia. Reclamamos do professor de álgebra e dividimos alegremente as jujubas de Viv.
Depois de algumas horas, finalmente chegamos ao pequeno hotel local. Desfazemos a bagagem e descemos para passear um pouco. O fim de tarde está lindo! Fresquinho e colorido, Viv e Liv riem juntas. Rebeca parece em paz:
— As garotas vão pros bares aqui, né? — ela pergunta, toda maliciosa.
— Algumas sim.
— E elas ficam com garotos lá?
— Acho que sim...
— Irônico... As santinhas são as mais perigosas!
Nós duas caímos na risada e seguimos nosso caminho para praça ali perto. Gostava de estar com Rebeca, sentia tranquilidade e felicidade... Ela era uma boa amiga. Estava feliz ter decidido conhecê-la de verdade.
