Capítulo 1 - Os gritos

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pov.Tulhu

Não sei por onde começar mas... meu nome é Tulhu Carvalho, tenho 28 anos e eu sou ferralheiro, ou seja, eu trabalho com fechaduras, mesas entre outras coisas que se pode fazer de ferro. Eu moro com a minha querida mãe Namna e minha irmã Marin, você nunca vai encontrar alguém mais frio que minha irmã, não tenha duvidas disso.

Eu tenho uma vida normal e humilde, mas ah alguns anos, eu conheci uma criatura chamado Omeira García, ele é um militar espanhol aponsentado por causa de sua perna que foi ferida em combate, ele é simplesmente o cara mais chato e raivoso que já conheci na vida, mas da para conviver... o perigoso dessa historia é que eu e ele nos vimos apaixonados um pelo outro, o ruim? se formos pegos poderemos ser mortos, o que não é novidade para ninguem... mas mesmo assim ele se recusa a ir embora, não que eu queira que ele vá, muito pelo contrario! mas é necessário, sabe?

Mas como a minha querida mãe sempre fala, não é bom ficar pensando em coisas ruins, e em falar em "coisas", nesse exato momento estou terminando de fazer outra de minhas encomendas, até que escuto alguém batendo no batente do portão, me viro para dar boas-vindas ao meu suposto cliente, e vejo que quem estava parado lá era nada mais nada menos que Omeira... eu devia ter imaginado.

- hola chico de hierro... - fala ele com aquele sotaque espanhol e calmo

- oi Omeira, o que traz o senhorio aqui na minha humilde ferraria? - falo me fazendo de tonto e voltando ao trabalho, preciso estregar isso para amanhã

- nada de mais, somente queria ver você trabalhar como um condenado, talvez fazer uma encomenda - ele anda mancando ate uma cadeira próxima e se senta - sabe como meus empregados são um bando de incompetentes - ele fala como se fosse algo normal, e ele ainda pergunta porque eu tenho raiva dele na maioria das vezes

- nossa! que doce - reviro os olhos - só não desejo que quebre a perna porque isso já aconteceu - falo em falsa frieza

- me deule! su malvado! - faz um bico em falsa tristeza, olhando ele assim nem parece um coronel aposentado

- desculpa bebe... que um abraço? - falo com um tom forçado para parecer preocupado

- já que menciono, quero sim - mas que audácia!

- só você mesmo... - balanço a cabeça em negação, mas me levanto da cadeira para ir até ele

Ele me observa atentamente até minha chegada eté ele, me abaixo um poco e coloco meus braços ao redor de seu pescoço em um pequeno abraço, é em momentos como esse que eu agradeço pela cidade ficar longe do meu local de trabalho... ele não demora em contornar a minha cintura com uma delicadeza que fez meu coração bater mais rápido do que já estava, como eu queria ficar assim com ele para sempre...

Mas algo corto nosso pequeno momento, parecia um... grito? sim, é um grito! parecia um grito de criança, me levantei e fui até o portão preocupado, Omeira se levantou também, e me seguiu ate o portão. Olhamos para um lado e para o outro e não avistamos nada... mas ou grito ficou mais alto, estava vindo da mata fechada, nos entreolhamos e entramos na mata para tentar achar a origem daquele grito desesperado.

Eu admito que estava com medo, mas se fosse realmente uma criança lá, nos dois tínhamos que chegar o mais rápido possível, estávamos chegando cada vez mais perto dos gritos, até que quando chegamos lá, vimos a coisa mais terrivel que eu já vi em minha vida... tinha pedaços humanos por todos os lados, orgãos, ossos, era simplesmente aterrorizante, sem contar que o cheiro era insuportável, tinha também um pentagrama com símbolos estranhos desenhado no chão, e o pior

tinha uma pequena menininha amarrada e machucada no meio do pentagrama...

A sena era horrivel... mas não tinhamos tempo, a pobre menina estava gritando e chorando em agonia, tínhamos que salvá-la, Omeira não pensou duas vezes em pegar ela com rapidez mas ao mesmo tempo com cuidado, corremos o mais rápido que conseguimos, ele segurando a menina, e eu o ajudando a correr mais rápido graças a sua perna.

Tínhamos que chegar no medico, e graças a deus não dardamos a chegar, foi tudo muito rápido, nos chegamos, fizemos um resumo do que aconteceu e a levaram para uma sala, para curá-la...

Depois que já estávamos mais calmos nos fomos para o corredor do hospital para descansar da corrida, Omeira era forte, mas sua perna não era a mesma de antes, ele não podia ficar forçando a mesma como fez, fiz questão de ir até a farmácia pegar um creme para aliviar a dor, mas estamos falando o Omeira, claro que de primeira ele recuso, mas depois ele passou o creme.

- o que carajos foi aquilo...? - pergunta meu querido com uma voz que muitos chamariam de fria, mas eu o conheço o suficiente para saber que ele estava chocado

- eu não sei... mas talvez descobriremos quando ela acordar... - o desanimo na voz era nítida

- se ela acordar - ele se senta em um dos bancos do hospital guardando o recipiente do creme

- pelo amor de deus! para de ser pessimista Omeira! - minha voz saiu mais alterada do que eu queria...

- só não quero me encher de falsas esperanças Tulhu! ela esta muito machucada... sem contar que... - ele não termina de falar

- que ela foi usada de oferenda... - termino para ele quase em um sussurro, me sento ao lado dele

- Tulho... não faça essa cara de perro triste... - ele vira o rosto mas segura minha mão escondido, aquilo me fez ficar um pouco melhor...

Depois de um tempo o medico apareceu, obviamente o Omeira já tinha soltado minha mão, para não dar confusão maior do que a pobre garota que encontramos, ele parecia assustado com algo, mas eu tinha esperança de que a menina ainda esteja viva, ele para na nossa frente, e ambos nos levantamos para escutar o que ele tinha para disser.

- ola senhores, eu tenho boas noticias! ela vai sobreviver, mesmo que suas feridas sejam muito graves, de alguma maneira ela esta se recuperando com uma velocidade surpreendente - aquilo me animou muito

- isso é uma ótima noticia! nos podemos entrar para vela? - pergunto com um pouco pressa

- claro senhores, mas ela ainda esta dormindo, talvez acorde amanhã de manhã - ele nos indica o quarto que ela se encontra - agora se me dão licença, tenho outros pacientes para revisar, até mais senhores - e assim ele faz

- muito obrigado doutor... - Omeira fala me seguindo para o quarto

Admito que estou um pouco nervoso, mas se o medico disse que ela estava bem... então ela deve estar bem, até que entramos no quarto...

 então ela deve estar bem, até que entramos no quarto

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Não é culpa delaOnde histórias criam vida. Descubra agora