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|Jane Johnson|

Cabelos limpos.

Sempre me acho a mulher mais linda desse mundo quando meus cabelos estão limpos.

Foi um desastre aquilo.

Um banho de água gelada às sete da manhã.

Não vi mais o senhor Whitmore, nem quero ver.

Ele é mesmo muito estranho e tem uma maneira bem peculiar de se expressar, nunca sei se ele está dando um segundo sentido para as coisas que fala. Sempre me deixa sem palavras.

Joanna chegou nos minutos seguintes e me instruiu que hoje, Lya não teria aula.

Ainda acho isso uma ideia absurda. Ter que cuidar da garota só por atropelar o pai dela — Que, aliás, é meu chefe. Meu ex-chefe. Ou melhor. Ainda não assinei minha carta de demissão, então supostamente, não fui demitida da WTM, ainda.

Preciso falar com ele. Pedir pelo menos uma prévia do que irá acontecer de agora em diante. Já que, precisarei mais do que nunca do dinheiro da minha rescisão.

Se for para me mandar embora, que faça isso dentro dos meus direitos.

Esse pensamento me faz suspirar quando despejo os poucos trocados que restaram esse mês.

Por Deus, preciso cancelar tantas coisas do casamento. Investi tanto nessa droga, que só me restou dinheiro para tomar um cappuccino no Starbucks.

Por enquanto, é o que preciso para me acalmar.

Desço as escadas e caminho até a grande porta principal por onde saio, porém antes que eu possa fechar a porta atrás de mim, ouço a voz de Joanna.

— Vai a algum lugar, senhorita Johnson? — Joanna indaga, como uma assombração que sempre aparece do nada.

— Achei que não precisasse avisar — respondo dando meia volta. — Vou tomar um café. Volto em trinta minutos, preciso fazer algumas ligações — digo e espero uma resposta.

— Nós já servimos o café, junte-se a nós. Temos um telefone — ela diz apontando para o telefone no canto da imensa sala, fazendo um gesto para que eu volte a entrar.

— Não quero incomodar.

— Na verdade, o senhor Whitmore não quer que você saia da casa até que tudo esteja resolvido.

— "Não quer"? — Arqueio a sobrancelha incrédula. — Sou uma prisioneira agora? Do senhor Whitmore? — solto uma risada sarcástica cruzando os braços.

— Não se exalte, ele quer conversar com a senhorita depois do café.

— Tá, mas tenho assuntos para resolver — respondo e Joanna, sem querer discutir, encolhe os ombros e suspira.

— A senhorita pode fazer tudo isso aqui — ela tenta me convencer novamente.

— Volto daqui trinta minutos, já disse. — anuncio bufando.

Desde quando ele decide o que faço ou deixo de fazer, ou onde vou tomar meu café?

— Diz para ele ir me buscar se eu não voltar — murmuro em tom de deboche, fechando a porta atrás de mim.

Pelo caminho de pedras, cruzo o gramado e Kurt, o segurança, abre o portão para que eu possa sair com meu carro que o mecânico consertou.

As ruas estão molhadas ainda, por conta da tempestade de ontem. São nove da manhã. O Starbucks, fica depois da estrada que liga o centro às propriedades privadas onde o senhor Whitmore mora e torço para que meu carro não quebre no meio do nada, enquanto me aproximo do centro de Nova York.

𝕱𝖊𝖗𝖆 - Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora