in a very strange world...

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colhendo amoras ao seu lado é sutilmente como a sensação da primavera nos pulmões, florescendo sem antecedentes. uma fruta de cada vez e o sorriso minguado que destaca do seu rosto tem gosto de frutas vermelhas.

é divagação. repaginação. haseul retrocedendo da órbita solar, desumanizando as práticas diárias a edificar a imagem etérea do saber e também do segredar. eu me vejo em um cenário que não pertencem à paisagem recorrente e me lembro de que é impossível que alguma coisa faça sentido quando ela desembaraça meus cabelos e oferece uma xícara de chá gentilmente.

uma dadiva de primeira mão é o sacrifício proibido que me fez perceber o impensável quando seus lábios vermelhos escorriam de um prazer implícito. eu ainda não entendia de fato a prece, essa necessidade de deveres aos corpos estelares. não tinha nada a ver com isso. nunca teve.

penso que reconheço, quando uma pequena tenda floreia através da floresta. engano, divagação. retrogrado. 

espio com cautela o perfil delicado de haseul. seu rosto rompe ao girar e eu vejo que não reconheço nenhum aspecto de sua fisionomia.

o mundo se encolhe e gira anti-horário. seu nariz vermelho se agita no ar e ela diz que sente cheiro característico de amoras. acompanhando seus extintos, sigo a trilha em direção a casa e quando enfim entro, todos os móveis se deixam triturar pelos cupins.

ela me fita como se fosse óbvio, o nariz vermelho de febre.  

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