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Consegui ter minha casa e expulsei a minha tia. Não se preocupe ela tem onde morar. Não conseguiria expulsar ela se ela não tivesse onde ficar.

Li todo o diário de Tae aquela noite, palavra pós palavras, cada risco no papel.

Nele estava escrito a rotina de Taehyung, como ele se sentia, como ele me conheceu, falava sobre Lim Soon e o quanto ela seria feliz com Tae e eu, algumas páginas estavam escritas, "Jeon JungKookie eu te amo" mil vezes.

Ele escreveu os seus planos para o futuro, e escreveu seus planos para se suicidar. Nas últimas páginas ele explicou o por quê. Ele tinha uma doença incurável que mata aos poucos, segundo o médico que o examinou aquela vez quando o encontrei desmaiado na escada, Taehyung por ter a doença a muito tempo ela não podia ser tratada e que ele viveria, mas conforme o tempo passasse ele iria perder os movimentos e a fala, ele iria ter taquicardia pulsante que doeria mais que o normal, Taehyung estava sentindo dores terríveis e queria acabar com ela...se ele não se matasse a doença iria o matar de uma forma mais terrível, dolorosa e aos poucos...

Tae meu amor, compreendo mas...sem mas! Taehyung teve seus motivo e eu preferiria o ver morto a ter que ve-lo vivo e sofrendo com dores que o mataria lentamente. Não quero ser egoísta agora em pensar que seria melhor ele não ter feito isso, mas queria que ele tivesse me contado...

Realizei seu desejo e queimei o diário, junto às cinzas foi uma parte de Taehyung. Eu não queria mas Tae queria então eu fiz...sei que guardar aquilo só me causaria mais tristeza. Me imaginei lendo aquele diário todo dia, havia coisas tão belas como poemas, e o que me deixava mais feliz é que eram pra mim.

"O verdadeiro amor não é aquele
que se alimenta de carinho e beijos
mas sim aquele que suporta a renúncia e
consegue viver na saudade..."

(NT: Não sei o autor da poesia mas eu amo ela)

Quando penso nele eu abro um sorriso lembrando seus toques, beijos, voz, seu rosto, os momentos... a tristeza? Nunca existiu quando eu estava com Taehyung, e não é agora que vai existir.

O quadro. Eu vou pintar assim que souber pintar a felicidade. Mesmo que demore um pouco eu irei cumprir. Na época não sabia que ele já tinha tudo preparado.

Entrei na maternidade e falei com as enfermeiras. Já estava tudo pronto, o quarto estava arrumado, roxo e rosa com seu nome pintado na parede. Tudo como ela merece. Dias depois de ler aquela carta de Taehyung, eu fui a maternidade porque eu já sabia como é demorado adotar uma criança, um bebezinho. Eu estava disposto a cuidar da minha futura filha, nossa filha Taehyung.

E como eu disse, 4 meses demorou até que...

Nossa Lim Soon Taehyung.

Falei depois de abraça-lá tendo ela legalmente como MINHA, ou melhor, nossa.

Lim Soon, mesmo não sendo minha de sangue, se parece muito comigo e com Taehyung, os olhos dela tem o brilho de Taehyung, sua pele é branca como a neve, a boca é toda rosada e seu sorriso retangularmente quadrado, as bochechas fofinhas como a minha, e o cabelo castanho e lisinho. Lim Soon vai ser feliz, vai crescer sabendo que tem dois pais que a ama muito, vou dar todo meu amor e carinho. Amor e carinho cujos pais de sangue não puderam dar. Não os culpo pois deviam ter seus motivos mas agradeço pois agora Lim é minha filha.

O moletom de Taehyung virou meu pijama, eu passei a usar apenas o perfume de Taehyung. Talvez seja ruim tentar manter ele o mais perto de mim possível mas, não consigo, é difícil esquecer uma pessoa que mais me fez feliz e que eu mais amei e amo, um dia sei que terei que seguir em frente, mas esse dia não é hoje, não é agora, e nem amanhã. Será quando eu estiver mentalmente e fisicamente pronto pra seguir em frente.

A cachoeira ainda é meu lugar favorito e me causa euforia só em lembrar dos meus momentos com Taehyung. Do primeiro beijo, primeiro contato físico, primeira vez, o primeiro em minha vida...

Soon é uma menina travessa e emotiva como eu, corajosa e mandona como Taehyung. Ela cresce e cada vez mais se parece com Taehyung, até na maneira de falar. Esse sentimento em meu peito, não consigo explicar mas, sinto que lutaria contra tudo e todos por Lim Soon. Será que assim que os pais se sentem? Darei tudo que meus pais não me deram, quero prepara-la para o mundo e principalmente ensinar que a perda dói, mas é necessária.

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