Histórias Curtas

III.

Capítulo Um: A estrela que não sabia brilhar.

A estrela iluminava o seu rosto altivo
Com um olhar que sabia o que estava por vir
A mudança era sempre árdua,
Mas já se acostumara

A luz refletida nos seus olhos
Parecia fraca demais
Ela sabia que aquela luz não seria o suficiente
Na verdade ela sempre soube disso
A luz que precisava tinha de ser outra
Mas qual?
A resposta era difícil de se compreender
Mas era a resposta

Ela se viciou na luz da estrela
Não queria parar de vê-la
Mas era preciso
O tempo o mostrou isso
O tempo sempre lhe mostrava as coisas

E enfim, ela sabia a resposta
Agora cabia a ela correr atrás
Atrás de quê?
De si mesmo
Ela achava que estava bem
Podia até estar
Mas não estava no seu máximo
Estava rondando o médio
E estava assim há muito tempo
Tempo demais...

Mas o tempo acabou lhe mostrando
Mostrando o que precisava ver
E ela viu
Viu a luz
Mas não era a luz da estrela
Era a luz do mar
Ou melhor, um reflexo no mar
O seu reflexo
Está aí!
Essa era a resposta:
A luz própria
Só assim ela reconheceu
Que também era uma luz
Uma luz que estava fracamente a brilhar

Mas ao se ver no mar
Uma mudança ocorreu
Sabia o que tinha que fazer
Ela deveria brilhar
Apenas brilhar
E todos iluminar
Não como objetivo,
Mas como consequência
Consequência de ser quem é

Era simples
Mas ainda tinha essa mania de complicar
De complicar as coisas
Mas o tempo era o seu mestre
E o iria ensinar
Sobre não complicar
As coisas que não são complicadas

Tá aí o fim
O fim do primeiro capítulo
Dessa saga da origem
Da origem de uma estrela
Uma estrela que não sabia brilhar.