Meus pés estavam dormentes e pode apostar que não conseguia sentir minha bunda, mas já se passavam três de cinco horas de viagem e adivinhem só? A senhora com o bebê no colo ao meu lado — que por acaso estava chorando — dormia com a cabeça no meu ombro esquerdo. E para piorar, meu pai já tinha mandado um milhão de mensagens dizendo que pegaria o próximo trem para Seul e iria me trazer de volta nem que fosse arrastado.
Por sorte, o próximo trem só chegaria em Seul na próxima manhã, o que me garantia o total de um fim de tarde e uma noite com Chanyeol, o que não é muita coisa para matar um ano e meio de distância e muita saudade, mas pelo menos já era alguma coisa.
A senhora acordou meio sem graça quando meu celular começou a tocar, fazendo kare uta da banda japonesa the GazettE ecoar por todo o vagão. Olhei pra tela e quase gritei de felicidade ao ver o nome do meu grandão na tela.
— Alô? Baekkie?
Porra. Essa voz. Sabe quando você escuta e sabe que é a voz do amor da sua vida, a pessoa com a qual você quer passar o resto da vida, o coração dispara e você perde o rumo. Pois é.
— Chanyeol?! — Quase gritei, tamanha a vontade de vê-lo logo, pois estava morrendo de saudade.
E a ligação caiu, já que aparentemente aquele trem — era o único que eu podia pagar com o trabalho de inverno, juro — não tinha cobertura para sinal.
«‡»
Estava sem sinal desde a ligação de Chanyeol e só podia esperar que o universitário estivesse me esperando na estação central de Seul.
Tinha finalmente chegado e todo o meu corpo reclamava pela falta de movimentos durante aquelas cinco horas sentado. Peguei minha mochila vermelha com chaveiro do Homem-Aranha e coloquei nas costas, dando tchau com a cabeça para a senhora e desembarcando junto com metade do vagão.
Olhei para aquela estação gigante e fiquei pasmo. Como é que as pessoas não se perdiam ali? Tinha luzes e lojas pra todo lado, além de estar lotada de gente indo e vindo de um lado para outro.
A droga do celular continuava sem sinal então não tinha como falar com o grandão.
Calma Baekhyun, calma!
A ansiedade estava me matando e nem mesmo o inverno me impediria de suar feito um porco. Tirei os óculos para limpar as lentes porque já estava embaçando tudo e quando coloquei de volta, lá estava ele. Minha luz, meu porto seguro, meu Chanyeol. E ele correu até mim assim que me viu e é claro que eu corri também. Aquela maldita cena de filme clichê quando os amantes finalmente se encontram e trocam um beijo quase chorando foi maravilhosamente performada por nós dois, e eu não aguentei segurar as benditas lágrimas.
— Eu senti tanta saudade! Porra Chanyeol eu queria tanto te ver que...droga!
E é claro que eu não consegui aguentar muito tempo sem aquela boca na minha.
— E os seus pais? Não surtaram? — ele disse ainda segurando meu rosto após o beijo, sorrindo.
Puta sorriso perfeito.
— Surtaram, sim. Papai chega de manhã pra me levar de volta. — mordi o lábio inferior, eu conhecia bem o grosseiro e violento senhor Byun — Mas não vamos falar disso! A gente pode comer em algum lugar, por favorzinho? É que eu tô morrendo de fome!
— Claro! Tem um restaurante de comida japonesa do lado do dormitório. Se você quiser.
— É perfeito pra mim! Qualquer coisa com você, Chan.
Andamos até o dormitório conversando e matando a saudade enquanto Chanyeol me mostrava a cidade que por sinal, é linda. Não demorou mais de meia hora para chegarmos no restaurante. Era pequeno, bem iluminado com lanternas de papel. As paredes eram de madeira escura assim como as mesas e uma atendente sorridente nos recebeu.
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É como... tocar as estrelas!
Teen FictionByun Baekhyun e Park Chanyeol decidem que são inseparáveis, mas a distância acaba acontecendo entre eles. chanbaek/baekyeol