Apartment 12 ▶JB.

Capítulo 39

(...)

JB brincava no jardim da casa de Jinyoung. Os dois melhores amigos estavam brincando de pique-esconde, cujo quem deveria procurar desta vez era JB. Tudo parecia bem, até um carro de porte empresarial, estacionar no jardim da casa de Jinyoung. Jaebum observou alguns homens de porte bruto descerem do carro e um deles trazer consigo uma garotinha de cabelos curtos e rechonchudos, deixando o rosto da menina ainda mais fofo. Ela carregava um ursinho de pelúcia nos braços, apertando-o fortemente em um abraço. Ela parecia amedrontada e confusa, o que arrancou um olhar triste de Jaebum. Os homens a deixaram ali mesmo, sem explicação alguma, e logo entraram no carro e saíram dali. JB se questionava, como aqueles homens podiam ter deixado uma garotinha indefesa sozinha? E com isso, ele se viu na obrigação de ir até lá e ficar com ela, com a intenção de protegê-la de qualquer coisa.

― Menina. Está tudo bem? ― Jaebum disse se aproximando da garotinha.

Os olhos lacrimejados e a face rosada, denunciaram o medo que a pequena carregava.

― Você parece triste. ― Comentou o pequeno.

A duas crianças estavam ali, tentando se compreender. Jaebum era um pouco maior que a garotinha de cabelos curtos, e talvez um pouquinho mais velho.

― Quem eram aqueles homens?

A menina permanecia sem responder nenhuma de suas perguntas, continuando parada no mesmo local onde foi deixada, sem movimentar nenhum músculo. Ela continuava ali, com a mesma expressão de choro.

― Dara?! Dara! ― Jinyoung apareceu e correu até a garotinha.

― J-Jinyoung! ― Ao ver o outro garoto um pouco maior, a menina correu também em direção a ele, para abraçá-lo. ― E-Eu estou com medo. ― Murmurou enquanto chorava. ― Onde estão os meus pais? O que aconteceu com eles? Por que não me deixam vê-los?

Imagine uma criança perdida, sem rumo, sem saber o que aconteceu com os seus pais ou onde eles estão, sem saber o que fazer ou ao menos entender a história, a sua dor é indescritível.

Os tios de Dara, os pais de Jinyoung, correram em direção as crianças assim que viram Dara ali. Eles iriam a levar para dentro de casa e acalmar a garotinha.

JB e Jinyoung observavam levarem a menina para dentro.

― O que aconteceu com ela? ― Jaebum perguntou.

― Ela perdeu os pais em um acidente de carro. ― Respondeu Jinyoung.

― Ela é a filha de Park Iseul e Park Joohyun?

― Sim. Como sabe?

― Eram amigos do meu pai. Se não me engano... Acho que já a vi algumas vezes quando tinha jantares na casa dos meus pais.

Jinyoung arregalou os olhos e apoiou suas mãos nos ombros de Jaebum.

― Você não pode contar para ninguém que a viu aqui, e muito menos para o seu pai.

― O que? Por quê?

― Ninguém pode saber que Dara está aqui. Foi o pedido do pai dela antes de morrer no hospital. Ela deve seguir a vida como uma garota normal. E não como a filha de donos de uma das maiores empresas da Coreia!

Jaebum ficou sem entender a razão para aquilo tudo.

― Me prometa que aconteça o que acontecer, mas você não contará para ninguém que a viu. E muito menos contar para ela sobre quem ela é de verdade.

(...)

― É quase meia-noite, Dara. ― Jinyoung seguia-me, repreendendo os meus atos ao eu estar prestes a fazer a minha mala. ― Que alta determinação repentina foi essa que surgiu em você? Até algumas horas atrás... Você parecia uma menina perdida. 

― Mas eu me encontrei. E percebi que ficar parada, apenas vendo as coisas acontecerem, não irá adiantar nada. Eu tenho um "eu" para assumir verdadeiramente e honrar a imagem dos meus pais. 

― Você é impossível. ― Suspirou. 

― Eu só quero consertar as coisas. ― Umedeci meus lábios. ― Nem que para isso eu tenha que me sacrificar. 

― Você não sabe o que está falando...

― Não. Eu sei sim. Há muito tempo eu perdi a noção do que é realmente viver. Quase nada faz mais sentido para mim. E após essa descoberta... Só piorou. Então... Depois de todo esse tempo... Eu quero ao menos fazer algo significativo em minha vida. Que realmente tenha sentido.

Jinyoung parecia entrar em consenso consigo mesmo.

― Então, boa sorte. E tente chegar na igreja antes do padre concluir. 

― O que? Como assim? ― Questionei, confusa.

― Jaebum casa amanhã. 

― Amanhã? Mas ele disse que o casamento foi adiado...

― Para o dia seguinte. Ele só veio te ver, Park Dara. E você o recusou. Mas espero que você consiga o que quer. E que a sua determinação não seja à toa.