2. Nobody's Perfect

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    Chanyeol não conseguia tirar o doutor da cabeça, não conseguia deixar de pensar em tudo o que conversaram, em tudo o que ele lhe ofereceu, na loucura de tudo aquilo.

Voltar para sua vida comum no dia seguinte pareceu tão errado, mas ainda foi ficando pior com o passar dos dias e semanas.

No fim, se viu diante da casinha todo tremulo e indeciso. Não sabia se apertava a companhia, se corria, se batia na porta ou se sentava ali como um débil perdido. No fim não foi preciso fazer nada, a porta se abriu, o sininho tocou e ele se viu diante do sorriso suave e retangular daquele homem que o tinha salvado mais do que de pular de um penhasco pequeno.

— Entre, acabei de fazer biscoitos.

Chanyeol acabou rindo baixo e assentiu:

— Porque me sinto culpado?

Passou pela porta e então respirou fundo aquele cheiro de lar que não conseguia desgrudar da sua mente por um instante desde que se foi dali.

— Não se sinta, eu tinha esperanças que voltaria, sou otimista, no fim - Chanyeol se virou para o médico e ele veio para si, tocando seu rosto e fazendo um carinho suave ali – Vamos tomar café da tarde e você me conta suas conclusões.

— Eu não cheguei a nenhuma – Confessou se curvando e fechando os olhos todo deliciado com o toque quente e carinhoso – Só que queria voltar para você.

— Essa é uma ótima conclusão. As outras virão com o tempo, vamos, venha se sentar.

E naquela noite Chanyeol passou a madrugada conversando com o doutor sobre tudo, sua vida, a vida dele, toda aquela coisa de pets, as leis que regiam o mundo de amos e pets, descobriu que ele era médico de todos os pets da cidade e região e que até mesmo donos de outros países traziam seus pets para se consultar com ele. Doutor Byun tinha a agenda lotada e um coração imenso e tinha cativado o seu, irrevogavelmente.

Então, antes que o dia nascesse, ele soube que queria tentar, queria do fundo do coração. Naquele mesmo dia tinha pedido demissão e pegou suas poucas coisas levando para casinha do doutor diferente. Ele seria um pet do médico, ou ao menos ia tentar.

Mas entre falar e fazer era um pouco diferente e seu primeiro choque foi a tal cama debaixo da cama. Ela parecia macia e convidativa, mas Chanyeol não gostava das grades. Doutor Byun então, trouxe um dos imensos puffs macios para o quarto e Chanyeol dormiu sua primeira noite ali, engolido pelo objeto macio e confortável, ao lado da cama do médico. Foi seu melhor sono desde que se lembrava.

A segunda coisa foi a coleira, ela era linda e doutor Byun encomendou a mais macia e com o seu nome nela em um pingente fofinho, mas não estava acostumado com nada no pescoço e vivia querendo arrancar o objeto até que por fim passou a morder o pingente e quebrá-lo no dente.

Ficar pálido não chegava perto do que sentiu quando o doutor chegou em casa minutos depois e o viu em pânico com o pingente destruído, mas então, ele caiu em um surto de risadas tão linda e enfeitiçadora que Chanyeol se esqueceu que tinha quebrado o presente e toda a culpa subsequente. Por fim, doutor Byun lhe disse que estava tudo bem e que talvez seria mais agradável para si se usasse uma coleira toda de tecido de veludo e sem pingente, só bordada mesmo.

Chanyeol achou aquela bem melhor e se acostumou rápido de tal forma que na semana seguinte nem se lembrava mais de que nunca usou nem corrente no pescoço.

Outra coisa meio louca eram os horários do seu amo.

Sim, ele não tinha mentido, eram mesmo loucos e depois que ele disse que seus dois pets anteriores pediram para deixá-lo devido ao seu ritmo de trabalho frenético e pouco tempo, Byun não estava exagerando. Era mesmo verdade.

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