06 Maio 2017, 00:01

22 10 0
                                    

O céu está pálido. O chão espelhado pela água caída mostrando os reflexos das luzes que o deixa como ouro puro. Algumas pessoas iluminadas, outras apagadas e até mesmo se apagando. Eu posso ver a chuva caindo pelas aberturas da minha janela, ora como relâmpagos onde só vemos seu reflexo com um susto ao percebermos sua presença inesperada, ora como o pôr do sol, lento e encantador. Eu posso ouvir o som das gotas de água se chocando no chão, o barulho dos aventureiros da noite e dos explorados ansiando suas camas. Entre tudo isso, eu posso ouvir o silêncio da escuridão, assim como eu posso ouvir a ponta desse lápis se arrastando nesse papel mal iluminado. Eu posso sentir o vento batendo em minha pele que se refresca, mesmo sem o ver, eu consigo senti-lo, leve como uma pena, gelado e acolhedor. Essa aquarela de interior soturno me causa pavor e me encanta com uma sincronia fascinante.

Um outro olharOnde histórias criam vida. Descubra agora