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iv. não posso deixar você ir; quero você em minha vida.

L

Louis sempre assumia que gostava muito de sua profissão, mas também que gostava ainda mais dos dias de folga, e dos dias em que podia falar – mesmo que rapidamente – com sua família.

Depois da primeira sessão de fotos que tivera, logo no fim de semana seguinte, pegara um trem para Doncaster e ficara lá por alguns poucos dias, que serviram para matar a saudade que sentira de seus familiares, mas dias que ainda sim não foram suficientes para que pudesse saber de tudo que acontecera com eles no período em que se falaram pela última vez.

E Louis sabia que se sua carreira que, modéstia à parte, já era bem sucedida alavancasse mais, ele teria cada vez menos tempo para vê-los.

Saudade era o tipo de sentimento com o qual ele não lidava bem.

(Louis estava até com saudades de brigar com Liam)

Ele não era dramático nesse ponto, nem reclamava por ter tão pouco tempo, afinal ele sabia que era coisa de sua carreira. Louis só sentia que era um pouco injusto ficar longe da família para poder investir em seu sonho. Ele era o garotinho da mamãe que, de repente, decidiu que seria modelo e, o que começara posando para uma lojinha de uma conhecida, o levou até o emprego e carreira na Dolce and Gabbana.

O resto, como eles dizem, é história.

E, por ter que viajar muito, por ter que morar em outra cidade e por quase não ter tempo de ver as pessoas de quem gostava, Louis tinha decidido que não deixaria mais pessoas entrarem em sua vida – já que ele só poderia sentir saudade de todos, já que trabalhava demais. Zayn e Liam formavam parte de sua família em Londres; aqueles a quem ele manteria o mais perto possível e protegeria o quanto pudesse.

Niall e Harry acabaram por ser um acidente de percurso, na verdade.

Louis já sentia que gostava muito dos dois, mesmo com tão pouco tempo, e que aproveitaria os seis meses de companhia do loiro e do cacheado. Permitir-se-ia de gostar deles e de cuidá-los da mesma forma que fizera – e ainda fazia – com Zayn e Liam. Como se fossem parte de sua família.

E se tivesse que "perder" Harry ou Niall no fim do trabalho, ele achara que pelos dois valeria a pena sentir um pouco de saudade (da mesma forma que valia a pena sentir saudade de seus parentes e de Zayn e Liam). Sentia que valeria a pena manter os dois em sua vida por muito tempo além dos meses em que trabalhariam juntos.

*-*-*-*

Louis encontrou Liam jogado em um dos sofás, dormindo, na manhã em que voltara para casa.

Seu amigo possivelmente passara os dias de folga trabalhando ou se preocupando sobre o trabalho; desde sempre havia sido dessa maneira. E, apesar de demonstrar responsabilidade, isso preocupava Louis, porque Liam exagerava um pouco na hora de aperfeiçoar as coisas, e acabava por se descuidar um pouco de seus próprios assuntos.

O apartamento que dividiam até estava organizado, a não ser por algumas coisas que estavam jogadas em cima da mesa central – que possivelmente eram restos de comida (Liam podia ser preocupado com muitas coisas, mas limpeza não era bem uma delas).

Louis colocou suas malas em seu quarto, se vestiu em uma calça moletom meio cinza escuro e uma camiseta branca de alguma banda e, por fim, calçou suas pantufas. Digno de dia de folga e nada parecido com alguém que mais tarde faria uma reunião com os amigos. Mas ele não ligava muito.

Ele sempre fora considerado o mais bagunceiro, mas como estava descansado decidiu que ajeitaria as coisas que pudesse, sem acordar Liam. Zayn provavelmente estaria dormindo em um dos quartos, então ele ficaria tranquilo por algum tempo.