Capítulo 12

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— Posso te pedir uma coisa? — Lauren se virou para Dinah em expectativa.

— O que?

— Me conte como aconteceu o sequestro. — Dinah suspirou, não evitando uma careta ao se lembrar daquela época.

— Olha, desde o dia que a Mila contou a mim e a Ally, eu jurei nunca mais falar sobre. Mas sei que ela também não irá te contar, pois ainda é algo que assombra seus dias e noite. E até prefiro que ela não fique falando sobre o tempo todo, então só teremos essa conversa uma vez, ok? — Dinah estava seria, o semblante fechado.

— Eu juro, só quero saber onde estou entrando.

— Certo! Não sei se ela já comentou com você, mas tínhamos uma amiga, Ariana. O pai dela era quase tão próximo ao Alejandro, quando sua mãe é de Sinu, por isso elas também estava sempre juntas. Obviamente, a relação entre as duas famílias ficaram abaladas após o ocorrido. Hoje em dia não se falam mais. — Dinah suspirou, pegando uma mexa de cabelo que estava preso em um rabo de cavalo firme, tentando focar em contar o ocorrido sem chorar. — No dia, Ariana e Camila estavam indo a um show de uma banda que as duas eram obcecadas na época, nós três temos gostos musicais bem diferente, mas as duas gostavam basicamente das mesmas musicas, então eu e Ally não fomos... No no caminho de volta para a casa, elas perceberem que dois carros as seguiam. Pelo o que a Mila disse, elas tentaram despistar, mudaram a rota e fizeram hora para voltar para a casa. Mas não adiantou, conseguiram alcançar o carro delas antes mesmo de chegarem perto do condomínio.

— Mas foi aleatório? Como eles sabiam que elas estavam sozinhas?

— Ninguém sabe. Todos os envolvidos preferiram ir para cadeia a falar alguma coisa. Os que sobreviveram pelo menos.

— O que aconteceu com Ariana?

— Foi levada também.

— Acha que ainda está viva?

— Não tenho certeza. Essa é uma parte da história que ela não contou, mas não acharam o corpo dela.

— Nos sonhos, ela menciona Hailee...

— É alguém que a ajudou muito, Mila sonhava muito com ela. O corpo dela foi encontrado a poucos metros de onde Camila estava. Não sei muito sobre, mas essa garota passou quatro anos desperecida. — Dinah fez uma pausa, limpando a garganta. — Ela cuidou da Mila, não foi fácil ouvir o que ela passou para protegê-la. Eu agradeço a Deus por essa garota sempre. Também não foi fácil ler sobre os pais reconhecerem o corpo, sempre imagino que poderia ser Alejandro e Sinu no lugar deles.

— Por quê ela foi para Londres?

— A vida aqui não foi fácil quando voltou. Ela já não conseguia dormir, e ficar naquela casa era uma tortura. Ally e eu dormíamos todas as noites com ela. Mila sempre acordava gritando ou chorando, e era nessas noites que ela contava para gente um pouco do que aconteceu, cada noite uma parte diferente. Tive pesadelos por dias também, não acompanhei o julgamento porque não tive estômago... mas quando ela decidiu passar uma semana em Londres, eu sabia que não a veria mais.

— Mas ela voltou...

— Sim... queria que tivesse conhecido ela antes. Camila era uma palhaça, estava sempre soltando piadas sem graça, ela era tão alegre... — O suspiro de Dinah ecoou no silêncio por longos segundos.

— Podemos tentar ajuda-la. Ela pode voltar a ser assim, só precisa se sentir segura.

— Sabe o que ajudaria?

— O que?

— Saber o porquê de terem a levado.

...

Mais tarde naquele dia, Camila foi até a casa de Lauren. Tocou a campainha e esperou.

— Oi, Mila.

— Oi, pestinha. — Bagunçou os cabelos de Chris, que riu se esquivando. — Laur está em casa?

— No quarto. — Cabello subiu as escadas lentamente, tentando prolongar o que estava por vir. Lauren e Dinah jogavam videogame quando a porta do quarto foi aberta. As duas pararam de jogar e se voltaram para a latina.

— Até que fim. Já estava ficando preocupada. — Lauren falou enquanto deixava a manete de lado.

— Desculpa, não estava ansiosa para essa conversa. — Deu de ombros, sentando ao lado das duas.

— Mas precisamos saber o que aconteceu... — Dinah a incentivou. 

— Eu vi alguém ontem. Um dos caras que me sequestraram.

— Tem certeza? Achei que todos haviam sido presos. — Perguntou Dinah.

— Não, esse cara não ficava lá. Eles nos mudaram de carro depois de um tempo, e ele que estava dirigindo.

— Você nunca falou dele. — Comentou Dinah.

— Achei que ele tivesse morrido na noite que eu fugi. — Camila apertou os olhos com as mãos, antes de se levantar da cama e caminhar até a janela, cruzando os braços. — Ele ficava dando ordens. Lembro porque ele me chamou pelo nome, perguntou quem era a Ari... — Sentiu um aperto no peito ao se lembrar da amiga, evitava falar dela. — Ela brigou com ele... tentou de todas as formas fugir... — Engoliu o choro e fechou os olhos, tentando evitar as lagrimas. — E ele simplesmente atirou nela...

— Camila, temos que falar com a policia. — Lauren a interrompeu, se colocando de pé.

— Mas eu nem sei o nome dele.

— Você descreve esse cara para a Lauren, ela desenha e seu pai pode acha-lo.

— Acho que vai funcionar? — Perguntou Lauren.

— Foi assim que os outros foram presos. Mila os descreveu para policia, mas foi o detetive do Alejandro que os encontrou. A policia não parecia muito empenhada em descobrir os responsáveis por traz de tudo.

— Podemos tentar... 

— Não! Seria a minha palavra contra a dele, e não vou viver tudo aquilo de novo.

Broken Hearts (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora