Two.

54 10 0
                                    

A segunda parte do plano era a mais difícil e exigia mais cautela. Ele tinha passado o número de seu celular para Marco, depois de passarem a noite juntos e a antes que o ruivo fosse embora pela manhã. Tinha passado o seu e não pego o de Marco, apenas para deixa-lo confiante de que estava sobre o controle da situação. Mas não estava. E era por isso que tinha ligado na semana seguinte e marcado de se encontrar com Toni em um dos restaurantes da cidade.

Kroos, por sua vez, não tinha se comunicado com os companheiros, porque sabia que existia uma grande chance de saberem tudo o que tinha acontecido, mas não seria ele a confirmar. Aconteceu tudo rápido demais, apesar de Toni dizer à si mesmo que tudo estava saindo exatamente como o planejado.

E estava. Tinha de estar. E era só isso que Kroos repetia para si mesmo, enquanto dirigia até o restaurante que Reus tinha indicado. Às oito e ele era sempre pontual. E pelo visto, Marco também.

Sentado em uma das últimas mesas, ele parecia nervoso dentro de suas roupas caras. Era um contraste engraçado, um rosto já adulto em uma pessoa que se portava como um adolescente.

Toni se aproximou, vestindo seu melhor sorriso. Marco, ao vê-lo caminhar até a mesa, levantou-se, retribuindo o riso, mesmo que fosse bem mais nervoso.

— Fiquei feliz que ligou. — Toni murmurou, postando um beijo em seu rosto. Viu quando as bochechas de Marco coraram, e colocou isso em sua lista de acertos. Sentou-se. — Bonito restaurante.

Reus também se acomodou na cadeira, frente à frente com o loiro. Baixou os olhos, encarando seu copo d'agua. O restaurante era de seu pai, uma das muitas coisas que pertenciam à sua família na cidade. Mas não queria falar sobre aquelas coisas, apenas gostaria de desfrutar do tempo com Toni.

Raspou a garganta, assentindo.

— Como foi sua semana?

Toni pegou a deixa. Ele queria que Marco confiasse nele e falasse sobre tudo, mas isso deveria ser conquistado. Por hora, tudo o que podia fazer era assentir e esperar o tempo do ruivo.

— Tediosa. — Riu baixo, os dedos brincando com o guardanapo. Não tinha modos e estava nervoso, nunca tinha estado em um lugar tão caro; não sabia como se comportar. — E a sua?

A semana de Marco foi longa, entre seu trabalho e ligações de Robert. Ele queria consertar as coisas, conversar com o ruivo e explicar tudo o que tinha acontecido. Reus poderia ter aceitado, e talvez tivesse, se não tivesse conhecido Toni e percebido que as coisas nem sempre deveriam continuar as mesmas.

— Aliviadora, na verdade. — Marco riu baixo, os olhos atentos aos movimentos que os dedos de Toni faziam. Ele havia se apaixonado por aqueles dedos e pelo que poderiam fazer. Era difícil se concentrar, quando bastava olhar para o loiro e então reviver a noite que tiveram juntos. Raspou a garganta, soltando um riso nervoso. Toni sorriu. — Quer beber algo?

Kroos assentiu, sem nem ao menos olhar o cardápio — em parte, porque duvidava que conhecesse alguma bebida que era oferecida. Seus olhos fixos em Marco, como se ele fosse tudo o que existia e importasse no estabelecimento. O ruivo não estava acostumado a ser tratado daquela forma, apesar de ter holofotes sempre sobre si, nunca se sentiu realmente importante. Toni o fazia se sentir daquela maneira, e isso o assustava na mesma intensidade que o fazia se sentir especial.

Toni manteve o sorriso, depositando os cotovelos sobre a mesa, usando suas mãos para dar suporte a seu queixo. Ele tinha o típico rosto marcante, que Marco jamais ignorava. Reus gostava da forma com a qual Kroos sabia equilibrar suas facetas. O rosto firme e com feições fortes, estava agora ali, com os olhos azuis brilhantes e o sorriso leve.

— Me surpreenda.

E Marco tentou, porque Toni valia todo seu esforço. Pediu seu drink favorito para que o loiro o experimentasse e observou o rosto descontraído de Kroos, se tornar atento quando a bebida chegou. A forma como seus olhos azuis brilhavam em direção ao líquido, enquanto ele levava o copo até seus lábios. Toni se demorou, fechando seus olhos e aproveitando o gosto.

O Grande GolpeOnde histórias criam vida. Descubra agora