Chapter One

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Talvez para um alfa não fosse muito comum ainda estar "solitário" aos 22 anos. Na realidade, sempre fui um pouco tímido em relação aos ômegas, pois não tive muito apoio dos meus pais, sequer orientações. Acabei ficando órfão muito novo, sendo assim, restando apenas eu e meu irmão, Hoseok, que além de um homem esforçado e bem-sucedido, cuidou muito bem de mim no nosso momento mais difícil. Ele foi adotado logo depois de entrarmos no orfanato, indo para uma família de classe média. Eles não me levaram, mas eu sempre passava os finais de semana por lá. Talvez por isso eu tenha ficado tão apegado à eles mesmo depois de adulto, mas isso não vêm ao caso agora.

Me sinto muito sozinho, por este lado eu posso dizer que a maioria dos meus conhecidos estão certos. Mas sabe, me acostumei tanto que isso deixou de fazer diferença. Uns dizem que vou morrer sozinho, outros dizem que estou perdendo uma ótima época da minha vida. A verdade é que eu simplesmente não me importava mesmo — até ontem.

Mas bem, Taehyung, o que aconteceu ontem? — você me pergunta.

Acho que estou determinado à encontrar um ômega. Onde vivemos, na nossa cultura, os ômegas são como criaturas divinas e amigáveis. Muitos os adotam jovens ou os procuram para um relacionamento, já que é o ciclo da vida. Talvez isso diminua minha solidão, não para fins sexuais, mas como uma amizade normal e saudável.

Acredite ou não, há muitos ômegas hoje em dia que são adultos e não têm onde viver, ou são pessoas infantilistas ou deficientes que acabam passando mais tempo em abrigos e orfanatos. Pois é, uma dura realidade. A sociedade infelizmente fecha os olhos para tudo isso, acabando por ser tudo normalizado.

Apesar de repentino, encontrei um contato de um orfanato próximo de minha casa e isso me animou. Um garoto que me encantou, ele tem quase a minha idade e já nos damos bem desde então. Jungkook é encantador, bonito e simpático. Exatamente a companhia de qual eu precisava.

Passei a manhã quase toda conversando com ele e resolvi assistir um filme em meu quarto à tarde. O foda é que muitos não entendem o que é privacidade e senso. Novamente, Kim Seokjin me ligando. Para não me sentir culpado depois, optei por atender.

Amigavelmente, ele dizia: — Oi, Tae! Como vão as coisas?

Claro que ele espera que eu responda no mesmo tom, mas a vontade é minúscula. Não tenho paz. Eu o respondi, "no mesmo tom" — Tá tudo bem, mas os medicamentos estão demorando a chegar.

Seokjin respirou frustrado, dando a entender que a coisa não era boa: — Realmente, talvez por isso o hospital esteja recebendo muitos pacientes. - eu concordei, o deixando sem resposta por um tempo pois havia escutado um barulho do lado de fora: — Taehyung? — ele chamou minha atenção, então o respondi adequadamente: — Sim, verdade. Não aguento mais ficar lá até tarde, mas Namjoon têm me ajudado com o plantão.

É só falar no dito cujo que um sorriso se abre em seus lábios. Mesmo por telefone, dava pra sentir o sorriso de Seokjin, que respondeu: — Namjoon é realmente muito gentil, né? — concordei, me distraindo novamente e ele havia percebido por meu silêncio: — No que está pensando? Está tão calado...

Me perguntei a mesma coisa. Por que penso tanto? Não vejo necessidade disso, mas me encontro tão desligado que chega a ser estranho. O respondi segundos depois, recebendo um suspiro, seguido de mais perguntas: — Se sente sozinho? — parecia que ele havia adivinhado. — Taehyung, por que ainda não arranjou um ômega?

Realmente preciso de alguém? — pensei em voz alta. Seokjin me respondeu de imediato: — Acho que isso pode te ajudar, sinceramente. — eu sabia que ele estava certo, mas dentro de mim, algo ainda me impedia. — Não quero ter que cuidar de crianças, Jin.

Não entendi o porquê, mas ele
simplesmente caiu na gargalhada: — Hahaha! Isso é sério, Taehyung? Não precisa ser uma criança, apenas arranje um jovem. — eu queria muito, muito mesmo. — Você tem razão... Eu acho. — estava muito confuso, mas sua imagem ainda estava na minha mente, Jungkook esperava por mim. — Não vão me achar um pervertido?

Novamente, fiz Seokjin cair em gargalhadas: — Meu Deus, Taehyung! Você é muito bobo! — mas não é normal pensar nisso? O quão estranho é um homem da minha idade adotar um jovem, claro, maior de idade, mas ainda assim, um ômega. — As pessoas fazem isso o tempo todo, cara. Não precisa se preocupar. — exatamente, AS PESSOAS fazem. — Ah, Jin... Não sei. — ele respirou pesado, em forma de reprovação. — Seja como quiser, só não reclame.

Dei de ombros, voltando a prestar atenção na TV, deixando um silêncio na ligação. Seokjin novamente me chamou: — Ainda está aí? — eu o respondi com um "Sim", voltando a pegar o celular em minhas mãos: — Hyung, você pode vir aqui? — ele deu uma risada fraca, afirmando em seguida: — Claro, eu passo aí amanhã, tudo bem? Até!

Ele desligou. Agora sim, a paz reinava em meu quarto. Apesar de tudo, a solidão ainda me incomodava, mesmo que sem perceber. Encarei meu celular, tendo a imagem de Jungkook em minha mente mais uma vez.

Não, eu não quero.

Mas eu posso.

O peguei, abrindo a conversa com Jungkook e olhei sua foto brevemente. Seu olhar me parece realmente amigável, talvez por isso não saia da minha mente.

Digitei com pressa e simplesmente o enviei, na esperança de obter uma resposta positiva: "Estou indo te buscar."

Eu fiz isso.

Olá, leitores.

Imagino que tenham percebido a ausência das fanfics no meu perfil, porém como prometido estou as reescrevendo e começando a repostar nesse mês de maio. Espero com todo meu coração que vocês gostem dessa versão melhorada e que mesmo se já tiverem lido a história antes, possam abrir um espaço em sua biblioteca para "My Baby" novamente. Obrigado pela atenção, nos encontramos novamente em breve!

My Baby • kth+jjk | ABO Onde histórias criam vida. Descubra agora