MENTA

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Jungkook nunca poderia esquecer do dia em que aquele homem de cabelos cor de menta passou pelos portões da universidade.


Ele nunca fora o tipo de pessoa que batia os olhos em alguém e instantaneamente se sentia atraído, até aquele momento.

Claramente não era amor, isso já se mostrava antes mesmo de um questionamento - ele não acreditava em amor, muito menos naquele a primeira vista - mas era definitivamente uma atração sexual intensa que nunca havia sentido, nem mesmo pelo seu ex namorado, Jimin.

Ele não sabia lidar com aquele ardor visceral que se alastrava em seu ventre e aquela timidez afoita que o impedia de falar com Kim Taehyung.

Todo dia Jungkook observava o glorioso cabelo cor de menta atravessar o portão da faculdade - como um ritual religioso - e fazia mínimas posições desconfortáveis só para poder observar as feições que lhe tiravam o fôlego, sempre ansioso para ver se Taehyung esboçava o sorriso quadrado que tanto lhe instigava.

Ele jurava que tentava se controlar.

Aquele ser humano fazia-o se sentir um garoto de 15 anos com hormônios selvagens, louco para gastar todo a euforia que se transformava em desejo.

Não, estava longe de ser uma sensação que já sentira antes, até mesmo quando era um mero adolescente na puberdade Jungkook sempre esteve no controle de suas emoções e sexo era um assunto cheio de maturidade e exigências. Nunca transava puramente por atração carnal ou diversão, ele sempre buscava conhecer e ter um mínimo nível de intimidade com a pessoa com quem chegaria às finalidades; além de ser extremamente exigente com o caráter e a personalidade de seu companheiro, mesmo que, se o sexo não lhe agradasse, só por uma noite.

Não que fosse um garoto careta, com certeza não se contentava apenas com o sexo baunilha. Ele era curioso o bastante para experimentar coisas novas - foi assim que descobriu sua sexualidade - e sempre aprimorar suas técnicas para ser muito bom em tudo o que fazia na cama. Ele detinha vários elogios emaranhados nos lençóis bagunçados, recebia vários cafés da manhã de gratidão e podia se deleitar com as caras de orgasmos que observou durante os anos.

Mas, para ser sincero, Jungkook nunca se contentava com as fodas que tinha. Não que não fossem boas, ou bem aproveitadas, mas ele sentia, bem lá no fundo, que ninguém o satisfazia inteiramente. Ele sabia que faltava algo para satisfazer muito mais que seu corpo, uma coisa além do simples ato fisiológico de gozar. As vezes ele se sentia estranho ao ver seus parceiros terem orgasmos que sugavam suas energias, amoleciam suas pernas e cansavam seus ossos, pois com ele nunca era daquela maneira, seus orgasmos eram como espirros que o aliviavam de uma forma efêmea e vazia.

Jeon Jungkook não conseguia entender a si mesmo, não sabia explicar o porque não se sentia atraído por ninguém. Ele ouvia seus amigos falando sobre atração física e tensão sexual, mas isso eram coisas que nunca despontavam em si, ele só as via nas inúmeras pessoas que se sentiam atraída por ele. Ele se considerava um imã que atraía, mas nunca era atraído. Então, sexo era uma maneira de suprir a necessidade que ele tinha de se mostrar interessado por alguém, mesmo que nunca fosso um ato completo para ele.

Os anos se passaram e Jungkook se acostumou com esse paradigma - achar alguém que o agradasse, tentar se apaixonar pela pessoa, ver essa pessoa se sentir completa e satisfeita, foder sem parar, com o intuito de se sentir completo, se cansar e terminar.

Mas tudo isso foi por água abaixo assim que viu Kim Taehyung pela primeira vez.

Angels - kth + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora