ÁGUA FRIA

18 1 0
                                    

-Acredito em ETs, por que não acreditar em anjos? - deu de ombros.

-E se eu fosse um anjo, Jungkook? Ficaria com medo de mim, ou me trataria diferente?

Jeon levou sua atenção para a terceira garrafa de Soju, apreciando o sabor do álcool. Taehyung fez o mesmo, só que continuou encarando o mais novo, ansioso por uma resposta.

Mas ele não respondeu de imediato - em sua mente fervilhavam algumas ideias - ao invés disso voltou a observar o Kim, olhá-lo o mais fundo possível, procurando algum motivo que o fizesse não se arrepender de tudo o que já havia contado a ele. Jungkook se sentia vulnerável perto daquele furacão cor de menta, aos poucos ele se arrependia de ter o confiado  suas maiores inseguranças. 

E foram esses pensamentos que o fizeram querer deixar Taehyung vulnerável como ele.

Ficou de joelhos no sofá, o álcool esquentando suas entranhas, o deixando louco para provocar o mais velho. Se esgueirou de mansinho, diminuindo a distância entre os dois corpos embriagados. Dando o último gole na garrafa, subiu no colo do Kim, completamente bêbado, e rodeou sua cintura com as pernas.

-Jungkook, que merda você está fazen...

As palavras de Taehyung viraram um gemido contido quando o homem em seu colo puxou suas madeixas menta para trás, deixando seu pescoço a mostra. Jungkook passou delicadamente o nariz por ali, cheirando o perfume que tanto o intrigava, fazendo carícias que criavam pequenos espasmos no homem embaixo de si.

O mais velho protestou no começo, tentando ao máximo controlar-se diante dos estímulos de Jungkook, mas foi quanto o mais novo passou os dentes, delicadamente, simulando pequenas mordidas, que sua sanidade esvaiu-se por completo.

Jeon tomava cuidado para medir a quantidade de intensidade em suas carícias, mantendo aquilo nada mais que uma provocação - nunca mordendo completamente, nunca chupando de verdade, não passando de um simples roçar quase inocente. 

Foi quando voltou novamente sua atenção ao rosto do Kim que pôde perceber os olhos lascivos e felinos do mesmo, causando uma combustão interna em si. O garoto quase teve vontade de levar aquilo adiante, só pelo desejo que queimava naqueles olhos enigmáticos, contudo não deixou que a mente embriagada o conduzisse, ao invés disso, chegou mais perto dos lábios rosados, quase os tocando, e com o maior controle do mundo afastou-se quando Taehyung fez menção de beijá-lo. Empurrou o mais velho para que encostasse as costas no acolchoado do sofá, olhou-o bem nos olhos e falou, quase sussurrando:

-Não acho que seja permitido que um anjo carregue tanta luxúria no olhar - ele olhou fundo nos olhos do mais velho - Você também não acha, Taehyungie ? - e o mais novo sussurrou manhoso, embriagado até o último átomo do corpo.

Taehyung o olhou, sentindo-se a flor da pele, encarou aquele olhinhos brilhantes, inchados pelo choro anterior, infernalmente provocativos e prepotentes. 

-Anjos não são tão castos quanto imagina, e talvez por isso que alguns sejam expulsos do céu Jungkooki... - Taehyung parou bruscamente quando o garoto o apertou mais forte com as pernas, pressionando um ponto específico, rebolando levemente só para desconcertar o homem à sua frente.

-Jungkook, pare de fazer isso. Você pode não se excitar, mas isso mexe comigo - ele suspirou profundamente, quase explodindo com a força que fazia para controlar-se.

-Ah, Taehyung. Isso está ficando interessante, deixa eu te tocar mais um pouquinho, sim? - ele fez um bico quase infantil, os olhos quase fechados, embriagados e sem foco.

-Não - Taehyung levantou-se bruscamente, segurando Jungkook pelas nádegas, e o carregando em direção ao banheiro.

Após um percurso sinuoso e ziguezagueante, que quase resultou em tombos, diversas vezes, finalmente bateu as costas de Jungkook na porcelana fria da banheira. 

Angels - kth + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora