Capítulo: I

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1° Sonho de Wastry: Lembranças de 1904.

A morte soa como um castigo, mas nesse contexto uma infeliz obra de arte. — Wastry refletia o último verso de seu livro.

Ele folheava lentamente as páginas, ouvindo seus pais discutindo da cozinha de sua casa. Não era alto o suficiente para que pudesse compreender do seu quarto, mas era suficiente para suspeitar do que poderia se tratar. Acho que nunca saberei como essa história termina. — Pensava consigo mesmo enquanto observava a página do seu livro.

Será que tem um final feliz?

Ele segurou pelas bordas por alguns instantes enquanto refletia sobre o porquê de terem sido arrancadas as últimas páginas. Ele pensaria em qualquer possibilidade que viesse na sua mente para lhe distrair das vozes de seus pais que estavam cada vez mais estridentes.

A vida nos surpreende de uma forma, que nem sempre é pra arrancar sorrisos — Pensou entristecido, levantando logo a seguir de sua cama sem coberta repleta de panos amontoados que ocupavam o lugar do colchão.

Seu quarto possuía poucos objetos, continha desenhos espalhados em cada parede. E mesmo assim, esse quarto era dominado pelo clima triste de Wastry, que é "surpreendido" por sua mãe batendo duas vezes na porta, abrindo sem nenhuma dificuldade.

— Wastry, vem comer, filho. —Chamou sua mãe, com sua voz trêmula.

—Sim, eu já estou indo mamãe. —Ele a respondeu, olhando no mais profundo de seus olhos, como se buscasse encontrar neles algum refúgio para as coisas que vinham em sua mente.

Ele seguiu caminhando com ela, a mesma entrelaçou seu braço esquerdo em volta do ombro do Wastry, mas o mesmo permaneceu quieto, sentindo apenas a interação de sua mãe.

— Filho... eu te amo! você sabe, não é? — Ela sorri convidativa, puxando o corpo do garoto contra ela em um abraço apertado.

— Sim mãe, e eu te amo também. — Ele sorriu retribuindo aquela demonstração de afeto.

Passando por um estreito corredor no momento do abraço, wastry observava as paredes de madeira de sua casa, e toda estrutura que seu pai herdou de seus progenitores , pensando em quantas histórias ele já vivia aqui. Ao chegar na cozinha, ambos se separam e vão em direção da mesa de madeira de quatro cadeiras, Wastry via que seu pai já estava um pouco estressado, pelos olhares marcados de raiva, em silêncio Wastry continuou até que se sentasse ao lado direito de sua mãe.

—Boa noite, pai. — Ele falou bem cabisbaixo.

Mesmo que aquele não fosse um bom dia, ele não queria parecer fraco perante seus pais, por causa de suas discussões nos últimos dias, não queria estressá-los com os problemas que estava passando, nem mesmo ele compreendia o que estava se passando.

— Como foi seu dia mãe? — Wastry pergunta a Genevra, sua mãe.

— O senhor Lapin me deixou trazer algumas coisas da colheita de graça, inclusive eu usei para fazer o ensopado de hoje. — Ela levantou suas mãos agradecida.

— Estamos em época de colheita, então tudo que sobrar posso trazer pra gente meu filho.

— Então você pode fazer ensopado mais vezes mãe? Está tão frio ultimamente e eu amo tanto seu ensopado. — O sorriso fluiu de seus lábios, para a admiração de sua mãe, que não costumava vê-lo com frequência.

—E o seu dia pai? —Perguntava olhando nos olhos sérios de Nicolaus.

—Sim, filho, eu também tive um dia bom. — Ele respondia mudando completamente sua expressão para uma mais harmônica.

Wastry(Onr)Onde histórias criam vida. Descubra agora