Capítulo Três

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Estava deitada em minha cama, olhando para o teto quando escutei uma batida na porta, não me importei em responder, nem sequer me mexi.

- Tem alguém aqui querendo te ver, ele pode entrar?

- Não quero falar com ninguém agora mãe.

- Vou aceitar isso como um sim. Allan? Pode entrar, Não fechem a porta.

Ele entrou e fez questão de deixar a porta bem aberta, mesmo não admitindo sei que ele morre de medo da minha mãe. Nem ao menos olhei para ele, só fiquei na mesma posição, escutando os passos dele até minha cama e sentindo a mesma afundar um pouco no local onde ele devia estar sentado.

- Então você não vai mesmo olhar para mim? Tudo bem, não posso te forçar, você é teimosa, não dá para mudar.

-.....

- Vai ficar assim até quando? Não era você que estava louca para chegarmos no ensino médio? Ainda estamos no final do primeiro ano e você já parece acabada.

- Sabe que me dizer que pareço acabada não vai me ajudar não é?

- Sei, mas você não pode negar que a verdade. Vem cá.

Ele puxou meu braço, me fazendo ficar sentada e me abraçou de lado.

- Sabe que ele não te merecia não é?

- Claro que sei, ninguém é suficiente para mim, mas não é esse o caso, ele ficou com um ciúme doentio de repente.

- Ciúme? Do que?

- De quem na verdade, você.

- Por que ele teria ciúmes de mim?

- E você acha que eu sei o que se passa na cabeça daquele idiota e inseguro? Pergunta você mesmo se quiser saber.

- Acho que já sei a resposta.

- Que é?

- Só pelo fato de eu ter te aguentado por tantos anos ele deve ter pensando que a gente já teve alguma coisa a mais.

- Isso é ridículo, você é mais como um irmão, mas tenho que concordar que, obviamente você me ama.

- Você fala como se não me amasse também.

- Tudo bem, concordaremos que nos dois nos amamos, feito?

- Feito.

Dei um sorriso vitorioso pelo fato de estar certa, Allan parecia ter entendido que eu estava feliz por ter razão, depois de tanto tempo aprendemos a ler um ao outro.

E foi assim que eu percebi que talvez pudesse ter um pouco de verdade nessa declaração inocente...

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