Forbidden Love

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Havana, Cuba - 28 de Março, 2017

Foi uma manhã fria na cidade de Havana, mas o sol apareceu e aqueceu a tarde.
Sofia caminhava pelos corredores da Universidade e um cartaz chama a sua atenção, o mesmo cartaz que vira há 1 mês atrás,

Estágios internacionais
Inscrições até dia 31 de Março
Reuniões dias 3 e 4 de Abril, pelas 16h.
Aparece.

Por momentos Sofia imagina-se fora de Cuba, num país diferente, cultura diferente, até mesmo língua diferente. Era algo que ambicionava, não era mera coincidência estar a tirar o curso de gestão hoteleira, desde criança que sonha ter o seu próprio hotel. Mas logo os seus pensamentos são substituídos pela voz de Isaac.

- Sofia, vens almoçar?
- Sim, claro. - ela caminha ao lado de Isaac mas olha para o cartaz e sussurra - Secalhar está na hora de mudar de ares.
- Disseste alguma coisa? - Isaac pergunta.
- Isaac? Eu gostava de fazer um estágio.
- A sério? Parece-me boa ideia acho que há hotéis a precisar de estagiários aqui ...
- Em outro país - Sofia interrompe, deixando-o confuso.
- Outro país? Como assim?
- Sim, quero conhecer o mundo, explorar, conhecer novas culturas, e quem sabe, ter o meu próprio hotel. - Sofia sorri e entra no bar.
- Sim, e como pretendes fazer isso? Não sei se o teu pai vai achar muita piada. - Isaac adverte e Sofia encolhe os ombros.
- Acho que não vai haver problema, eles sempre me disseram para seguir os meus sonhos. - Sofia responde e senta-se.
- Sim, mas não é fora do país, sabe-se lá onde.
- Já escolheram? - a empregada pergunta.

Sofia pega no cardápio e escolhe rápido.

- Sim, quero uma tosta de frango, com uma dose de batata e um sumo tropical por favor. - Sofia pede e entrega o menu a Isaac.
- Eu quero o menu do Hambúrguer 3 e uma coca cola.
- Alguma coisa para entrada? - a empregada pergunta enquanto anota.

Isaac olha para Sofia e os dois sorriem.

- Uma dose de chicharrones por favor. - os dois falam ao mesmo tempo e a empregada tira o pedido.

Mais tarde em casa.

- Absolutamente no!
- Mas papa, é algo que eu quero. - Sofia implora.
- Filha minha não vai para o estrangeiro, fica onde nasceu. - Luíz responde.
- Isso não é justo!
- Quem manda sou eu! Já basta esse curso de hotéis, não precisas de nada disso para gerir a empresa.
- Mas eu não quero empresa nenhuma, estás farto de saber. Eu quero este estágio pai, quero ter o meu próprio hotel e ...
- No! Ya te dije que no! O teu lugar é aqui, ao lado da tua família. - Luíz levanta-se bate na mesa e aponta para todos os que estão a ouvir.
- Não, o meu lugar, o meu destino, é o que eu escolher. Eu tenho 21 anos, eu sei perfeitamente o qual é o meu lugar. Eu nunca te desiludi, sempre estive ao vosso lado, ao teu lado - Sofia aponta para o pai- Sempre fui responsável, até mesmo na empresa, com apenas 12 anos comecei a ajudar-te nas colheitas, nas minhas férias cuidei dos meus irmãos enquanto vocês estavam nos campos e ainda o faço, sempre vos apoiei em tudo e nunca reclamei de nada, nunca vos pedi nada em troca. - as lágrimas começam a escorrer e Dolores levanta-se e abraça Sofia.

- Calma hija.
- Não! Eu estou cansada, depois de tudo o que eu tenho feito, estudar e trabalhar para puder pagar os meus estudos e ajudar-vos, sem vos pedir o que quer que seja, depois de tanto lutar por algo que eu quero, e sempre desejei, tu achas que tens o direito de me proibir e de me dizer qual é o meu lugar? - Sofia olha directamente para o seu pai que por momentos se cala. - Achas que é justo? Tens muita razão de queixa de mim. Eu só te pedi uma única coisa, e até isso me recusas. Já ouvi e aceitei muitos nãos teus, mas este, eu recuso-me a aceitar.

Sofia levanta-se e corre para a praia. Onde encontra Isaac a ajudar o seu pai a puxar as redes de pesca.

- Oye! Sosô! - Isaac chama ao ver a sua melhor amiga, que lhe acena.

Ao terminar Isaac senta-se ao lado de Sofia.

- Que carinha é essa Sofia? O teu pai não reagiu bem? - Sofia nega e começa a chorar.
- Ele está a ser tão injusto! Eu só quero seguir os meus sonhos, é pedir muito?
- Calma, tens de perceber o lado dele também!
- Que lado?
- És a menina dos olhos dele, é óbvio que te ouvir dizer que queres ir para longe, o afeta. Ele só te quer proteger Sofia! - Isaac fala e Sofia olha para ele.
- Não deixa de ser injusto!
- Sabes que é verdade Sosô! Vá, vamos, eu levo-te a casa. - Sofia exita um pouco mas levanta-se.
- Podemos ir comer um gelado primeiro? - Sofia pede.
- Estava a ver que não pedias. - os dois riem.