I D I E D

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Flavia abria a porta de seu apartamento com toda a sua força, lágrimas escorriam de seus olhos, eram seus piores vinte e quatro anos.

-Vamos conversar, por favor, eu posso me explicar!

-Não Rafael, isso não tem explicação, traição não tem explicação. Por que fez isso? -Apontava seu dedo para o rosto do loiro. -Eu nunca imaginei uma atitude nojenta vinda de você, o homem que eu mais amei, o homem que eu mais confiei na minha vida!

De longe se via a sensação de culpa que o garoto sentia, e era óbvio, ele havia traído sua quase noiva. Em seu bolso havia um anel de noivado, mas o mesmo, estragou tudo o que tinha nas mãos com a namorada de seu melhor amigo. Como ele mesmo disse, foi o momento, não foi por querer, porém Flavia estava certa, traição não havia perdão, pelo menos, não naquele momento.

Com os olhos avermelhados de raiva e de tristeza, a ruiva, andava de um lado para o outro colocando sua mão direita em seu rosto. Estava nervosa e aterrorizada com o que havia visto, seu único desejo era não ter existido, o coração da garota pela primeira vez em vinte e quatro anos havia se partido.

-Você sabe que eu te amo. -Rafael tentava segurar Flavia pelo pulso, sem machuca-la, mas a mesma se debatia descontroladamente. -Por favor me escute!

-NÃO! Eu não irei te escutar, porque você não merece ouvidos! Suas palavras não merecem ser entendidas!

Os olhos do garoto encheram de lágrimas, eram poucas vezes que isso ocorria, apenas quando estava extremamente chateado, como no momento. Se sentou no sofá e apoiou sua cabeça em suas mãos, chorando suavemente.

-Idiota... -Sayuri sussurrou para si mesma.

-Não queria estragar esse dia tão especial para você...

-Mas estragou! -A ruiva perdeu o controle e gritou pisando fortemente no chão. -Achava ela atraente quando estava comigo?

-Não, eu...

-Diga a verdade! 

Flavia tinha o dom de saber quando seu namorado estava mentindo, desde quando se conhecem ela sabe seus maiores pontos fracos, um deles é franzir levemente a sobrancelha quando mentia.

-Não vou dizer que ela não era um mulher que se chame atenção, sempre a respeitei e agora, soube que ela me via do mesmo jeito.

A dor de cabeça de Sayuri aumentava, não queria sentir esse atormento, já sabia ele iria se progredir pelo resto de sua vida. Rafael não era apenas um namorado, era como um membro de seu corpo, que lhe ajudava sempre que precisava. O mesmo ajudou ela a sair de uma bolha, era uma garota de autoestima completamente baixa, com problemas sociais e psicológicos, porém, quando ele chegou, as coisas mudaram, seu estado mudou totalmente.

-Eu não posso acreditar, tudo poderia ser apenas um sonho e que eu acordasse agora. Sempre te achei um cavalheiro, um homem fiel, mas na verdade, era tudo um mar de rosas criado na minha cabeça. -Suas lágrimas pararam de escorrer, estava se fazendo de durona, mas no fundo estava acabada.

A dor se espalhava pelo corpo do loiro, sentia pontadas em seu torso, queria poder voltar no tempo para desfazer da besteira que havia feito.

-Quer saber eu não ligo! -A ruiva andou até a cozinha, limpando suas lágrimas.

-Não liga? - O garoto se levantou, indo até ela.

-É, eu não ligo para o que eu vou sentir agora, é melhor do que eu poderia sentir daqui para frente. -A mesma abriu a gaveta de talheres.

-Flavia o que irá fazer?

Ela não respondeu apenas pegou uma faca grande e fechou a gaveta.

-Flavia Sayuri Gato nem pense em fazer isso! -Seu tom de voz aumentou e ele se aproximou, mas sua "namorada" se distanciou.

-Ninguém mandou você magoar uma garota diferente e cheia de problemas!

Logo fez um grande corte em seu braço direito, abrindo uma veia e caindo no chão.

Os gritos de ajuda de Rafael eram altos, porém poucos queriam escuta-los. Chorava lágrimas grossas e pegava Flavia no colo cautelosamente. 

                                                                                                                                                                Fim.

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isso se chama tédio, desculpa por essa coisa q fiz

                                                                                                                            xulea

suicide || cellyuOnde histórias criam vida. Descubra agora