HERDEIRO DO CRIME

• 1

MALU

Às vezes algumas historias nascem do nada, claro com algumas inspirações né! E essa não será diferente.

Sabe quando tudo que um dia você sonhou, começa a da certo? Porém com muita dificuldade, mas esta acontecendo aos poucos!! Pois bem..

Com meus 13 anos fiz um desenho de uma arvore dos sonhos, na qual nela continha meus maiores desejos e objetivos, que sabia que um dia teria cada um, mesmo com um esforço maior e claro com algumas dores também, porque nessa vida nada vem assim, fácil.

Posso dizer que tive uma infância até que boa, uma infância de uma criança de verdade, com brincadeiras como: esconde-esconde, pega-pega, amarelinha, pular corda, até jogar bola cheguei a jogar, foi uma infância sem essas tecnologias que chegou para acabar, com a convivência entre entes queridos.

Faltava pouco para meus 15 anos, e mamãe tinha me prometido um bolinho para não passar em branco, pois éramos uma família muito pobre.

Mamãe trabalhava como domestica, aqui no morro mesmo, para o dono do mesmo, além de cuidar da casa do Manso (sim esse era o vulgo nome dele) cá a nos que de Manso ele não tem nada, (limpava também as bagunças que eles fazia pelo morro, e com isso começou a entrar mais dinheiro em casa).

Fazia apenas uns 3 anos  que conseguiu arrumar esse emprego, pois quem fazia isso era Dona Rosa, pensa em uma mulher guerreira, pois sua filha tinha conseguido uma bolsa de estudo fora do país, e ela foi junto com a filha, e claro que indicou a mamãe para esse cargo.

Teve algumas vezes que cheguei a ir com ela, para aprender as coisas, e um dia na ausência dela eu poder fazer as coisas em casa.

Papai era motorista da Fiel do Manso, a Dona Luana e junto eles tinha dois filhos.

Bem, meu grande dia chegou, vendo a menina que sou hoje, com meus 15 anos, estava tão animada e feliz que não sabia que ali começaria minha vida de verdade.

Estava lavando a louça do almoço, quando meu irmão mais velho entrou correndo em casa, e desesperado me gritando, (sim eu tenho um irmão de 18 anos).

- Irmão: MALU MALU MALU - na hora levei um susto deixei cair o copo no chão, e me virei com raiva, pois o mesmo sabe que não gosto que fica gritando assim igual um doido. – MALU, corre vem, o papai! - Na hora eu me desesperei, meu semblante de raiva passou a ser desespero, eu sai correndo seguindo, Bernardo. Fomos sentido a Rua 12 a onde estava uma aglomeração de pessoas, envolta de algum corpo caído, foi quando ouvi os gritos de Pedro (meu irmão do meio de 16 anos)

- Pedro: AJUDA ELE MALU, AJUDA BERNARDO. - quando vi o meu pai ali no chão, pronto não sabia o que fazer a não ser, tirar Pedro decima dele e tentar acalma-lo de alguma forma.

- Malu: Calma, fique calmo Pedro, papai vai ficar bem, venha. - Sai levando Pedro dali, e olhei para trás e vi Bernardo, seguindo alguns vapores que pegou meu pai e foi direto para o postinho aqui do morro mesmo. Bem, para um postinho tem todas as especialidades, e o atendimento é ótimo, Manso fazia de tudo de melhor para os moradores.

Fui andando e tentando acalmar Pedro até chegar ao postinho, assim que chegamos, vejo Dona Ruth uma amiga da mamãe, que já vinha em nossa direção, á mesma parou na nossa frente me deu um abraço, e pegou nas mãos de Pedro e saiu andando com ele, continuei caminhando até chegar perto da mamãe, na hora que ela notou minha presença, me abraçou e ambas chorava e se acalentava nesse abraço. Ela se afastou, com os olhos cheios de lagrimas e me dizia...

- Mãe: Minha menininha, Feliz Aniversario... Ainda vamos cortar seu bolinho tá! - Percebi nas suas palavras, que ela estava tentando ser forte, apenas assenti e pedi que fizéssemos isso quando papai estivesse em casa e bem, ela concordou, e eu me sentei ao seu lado, até um medico aparece na nossa frente.

- Doutor: Parentes do paciente Marcos Marques? - Na mesma hora mamãe se levantou e foi em direção ao mesmo e eu fui acompanhando ela.

- Mãe: Sou eu mesma doutor, sou esposa dele, me chamo Telma!

- Doutor: certo, senhora, o caso do seu esposo e um pouco grave, pois ele teve um AVC - E na hora mamãe começou a ficar mais nervosa porém atenta, no que o medico estava dizendo. E eu também, prestava atenção em tudo, ele explicou o que era esse tal AVC e o que iria acontecer. (AVC = acidente vascular cerebral, quando ocorre algum problema de irrigação sanguínea do cérebro, causando a morte das células que faz que parte do cérebro pare de funcionar devidamente; foi um AVC do tipo isquêmico). Foi um susto, porém sabia que teria que ser forte, não só por min, mais pela mamãe e pelo Pedro, pois eles irão precisar muito da minha ajuda para tudo. Pois papai estava em coma induzido, sem previsão de melhoras para volta.

Foi se passando dias, meses, e até alguns anos... Sim, isso mesmo alguns anos;

Hoje é meu aniversario, estou completando 17 anos, e também se faz dois anos que teve aquele acidente com papai, hoje ele se locomove através de uma cadeira de rodas, mas graças a Deus, esta ficando melhor a cada dia.

Não esqueça de deixar a estrelinha e comentar muito, isso nos motiva muito !!

beijos de Luz _