Esperar

1h45min

Esperar leva tempo, na maioria das vezes perdemos tempo.

Hoje, sexta á noite vi um filme de ficção científica, a atriz principal dizia que a verdadeira e única unidade de medida era o tempo. Sem o tempo, não existiríamos. Sobre essas palavras ela colocou um exemplo: se você coloca um carro em uma estrada, com o passar do tempo e a imagem acelerada, o veículo some.

Sempre gostei muito de pensar, tomo isso como um hobby, e talvez isso viria a se tornar uma coisa boa, se quem pensasse não fosse eu.

O problema não está em pensar, mas com o tempo que levo pensando.

Minha professora de português na aula passada, quarta-feira, havia dito que precisávamos ler, que quem lê se perde tempo ganhando, que pessoas que lêem muito logo tendem a ter facilidade na escrita e que algumas, no entanto, escrevem tanto que se perdem.

Acho que faço parte desse gênero de pessoas, mas não escrevo, eu penso, penso tanto que me perco nos meus próprios pensamentos.

A Débora é linda, sabe. Tem cabelos loiros, olhos azuis, um lindo corpo, é uma mulher forte, posso dizer que é uma guerreira, gosta de rock clássico e música brasileira, ela também adora vídeo game, sempre jogamos juntos.

Jogar vídeo game leva tempo e dedicação, eu e a Débora passamos horas e horas em frente ao computador, sempre juntos, jogando league of legends, nosso jogo favorito.

Posso dizer que sou um cara sortudo, conheço várias garotas incríveis, em todos os sentidos. A Sara, diferente da Débora, prefere jogar Dota, jogo com ela quando não estou com a Débora, não sou tão fã do jogo, mas faço esse esforço pela companhia da Sara. A Sara, mais uma vez diferente da Débora, é baixa, pele morena, cabelos longos e escuros, olhos pretos, gosta de música clássica e o seu preferido é Beethoven, e em dias frios lê um livro na varanda enquanto toma chá. Poderia dizer que ela veio da Inglaterra pelo seu gosto tão refinado e tão culto, mas com certeza não veio. A família da Sara é toda constituída por índios, a família tenta seguir a tradição da tribo mesmo com o passar do tempo e das gerações. A Sara tem sangue de índio, não só o sangue, a fisionomia também. Ela se nega a andar com os seios a mostra, os pés descalços na terra e com o rosto pintado de vermelho, e filhos só depois dos 30 anos, quando estiver no ápice de sua carreira, ela deseja ser escritora. Prefere usar coturno, calça jeans e suéter, e com seu headphone ouvir Beethoven, com certeza é uma índia diferenciada, e eu gosto muito disso.

Por mais que eu conheça várias garotas incríveis assim como a Sara, a Débora sempre vai ser diferente, especial. Eu perderia horas falando de como ela é e de como gosto dela. Na verdade eu não perderia, eu sempre perco muito tempo!