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Algumas vezes acho que o tempo está acabando, mesmo que não tenha um tempo limitado para o mesmo acabar. É estranho, estou sentindo isto agora, mas deve passar, já sou acostumado a pensar por tanto tempo assim.

Conheci a Débora em 2003, poucos dias antes do natal, no primeiro dia em que nos falamos ela havia dito de como não gosta do natal, que a família não liga muito para a data e que nunca passam reunidos, não trocam presentes e ela sempre passa em frente ao computador, sozinha e jogando. Naquele momento vi que ela era especial, se parecia muito comigo e então eu disse a ela como era o meu natal, era como o dela.

Dessa vez, passamos novamente em frente ao computador, mas agora não mais sozinhos, juntos. Aquele foi o melhor natal que eu havia tido.

Se eu pudesse perder tempo, eu perderia todo o tempo do mundo com a Débora. A Débora é o tipo de pessoa que não tem como você se cansar, é meiga, inteligente, risonha, humilde, ela se preocupa com o próximo, e eu me preocupo com ela. Não o tipo de preocupação de estar preocupado, de achar estar em risco ou coisa assim, se ela sofreu algum risco na vida dela foi comigo, o risco de me perder, mas ela nunca passaria por isso também, eu não suportaria.

É o tipo de preocupação de querer estar sempre perto, de querer ver sempre bem, de querer fazer sempre bem.

A Débora é o tipo de mulher que você vai dar seu casaco na noite mais fria dos últimos anos, você vai passar frio, mas o que mais te importa é ela estar quente.

Se eu fosse listar todas as qualidades da Débora, isso levaria muito tempo, por mais que eu não me importe com isso, já perdi muito dele. Mas não é pelo tempo, é por querer, e eu não quero dizer o quanto ela é perfeita, o quanto o sorriso dela é bonito e o quanto meus olhos brilhavam ao ouvir sua voz. Não quero compartilhar com ninguém o que hoje só eu tenho guardado em mim. Só eu possuo coisas sobre a Débora que ninguém mais sabia, qualidades escondidas, defeitos que não poderiam ser chamados de defeitos, mas ela gostava assim, seu um dedo a mais, o dedo "mindinho", era considerado o seu maior defeito por ela, eu nunca liguei, era só mais uma coisa nela a qual eu iria amar intensamente.

A Débora sempre foi muito boa, mas havia um grande defeito.

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