Esperar

7h30min

Ouvi o despertador tocar e a minha frente está o computador, na qual tem uma imagem do filme a qual eu havia dito, ou pensado, ou sonhado, não sei.

Posso dizer que dormi 7 horas ou mais sentado nessa cadeira, é muito tempo, eu sei. Ainda noite, 2h16 da manhã e cá estou pensando na Débora.

Estamos no ano de 2014, e ao olhar o calendário vejo a data, dia 8 de Setembro, estamos nos aproximando do natal, quando conheci a Débora.

Vou dizer qual era o seu defeito.

A Débora se foi no ano de 2010, acidente de avião, recebi a notícia da pior forma possível, veio em forma de SMS. Os 7 anos que passei com a Débora foram os melhores da minha vida, nunca havia pensado que encontraria alguém tão especial assim.

O problema da Débora é que ela nunca existiu, assim como a Sara e as outras garotas incríveis. Na verdade existiu, mas somente na tela de um computador, onde passo todos os meus dias afundado em depressão. Nunca foi algo físico, nunca foi alguém que eu pudesse dar um abraço e dizer o quanto eu a amo, ou alguém que eu pudesse levar café da manhã na cama, ou alguém que brigasse comigo por deixar a toalha molhada na cama. Nunca foi físico, mas sempre foi. Sempre foi amor. Sempre será.

Sei que não pude dar um adeus, e talvez nem queira dar. Talvez queira deixar a Débora viva em mim, em meu coração, sempre sorrindo, como sempre foi.

Talvez o problema foi esperar. Esperamos tempo demais para nos encontrarmos, e quando chegou o dia, aconteceu. Enquanto ela, prestes a me encontrar e eu do outro lado a sua espera, aconteceu. O problema da Débora não era somente nela não estar perto, mas estar longe demais, ela residia do outro lado do mundo. Entrou naquela avião para me encontrar, e foi de encontro ao mar.

É trágico, mas juro que desejaria ser o mar naquele momento, azul como seus olhos, vindo de encontro ao seu corpo tão lindo, a recebendo com um grande abraço, um abraço de despedida.

Hoje, 4 anos depois, vejo que sou um veículo sem a Débora, passo tão acelerado pelo tempo que sumo.

Se não somos nada sem o tempo, o que sou agora?