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Quando se ouve a palavra Arte, a primeira coisa que vem a cabeça são obras de pintores famosos. 'Starry Night' de Vicent Van Gogh, 'O Grito' de Edvard Munch, até mesmo o clichê 'Mona Lisa' de Leonardo Da Vinci. Mas a arte vai muito além dessas pinturas.

Arte pode ser Pintura, Dança, Cinema, Literatura, Escultura, Música. Existem outros tipos de artes. Diversos.

A arte vai desde belezas simples como movimentos contemplados na natureza até cada detalhe de um corpo humano. Cada um tem seus detalhes diferentes que os tornam uma arte única.

Sempre esquecem da arte mais menosprezada que existe, que são tatuagens corporais. São literalmente desenhos marcados permanentemente na pele. Sejam coloridas ou preta e branca, é arte. Uma das mais belas que existem para mim.

Meus pais sempre me falaram que nosso corpo é perfeito do jeito que é, sem tirar e nem colocar. Nossa pele deve ser impecável, sem tirar e nem colocar nada, sempre a mantendo limpa de qualquer sujeira ou qualquer outro tipo de merda.

Balela.

O corpo é meu, a pele é minha, a vida é minha. Eu decido o que posso fazer comigo. Cada um decide o que faz com seu corpo, cada um é responsável por cada partícula de seu próprio corpo. Cada um com sua autoria. 

Eu amo meu corpo, principalmente por cada pedacinho de pele estar coberta por tatuagens coloridas, sejam desenhos ou palavras. Elas deixam minha pele mais bonita, única, diferente. Me sinto bem com a agulha em minha pele, traçando sua arte como um pincel em um papel em branco. Sinto prazer em fazer arte na pele de outras pessoas que também pensam que ninguém é obrigado a ter seu corpo cem por cento puro. O padrão sempre foi chato.

Mas há algo que eu amo mais do que meu trabalho como tatuador. Meu namorado, meu papel em branco, meu Hoseok.

Ele é a arte que eu considero a mais perfeita de todas, principalmente com o seu corpo completamente coberto pelos meus desenhos. Desenhos que eu crio e ele exige que seja o primeiro a estrear. Sempre me diz que meu talento não é algo que deva ser preservada e escondida de todos, mas sim exposto, assim como pinturas que estão em museus valendo o mesmo preço de uma mansão.

Hoseok faz eu me sentir incrível. Principalmente quando eu estou desenhando algo sentado no chão da varanda com um cigarro aceso queimando até o final em cima de um cinzeiro esquecido, e ele aparece atrás de mim e diz que ficaria perfeito em seu antebraço. Ou quando passo os dedos por cima de um pedaço de sua pele que ainda está em branco, e ele pergunta o que poderia cobri-la mesmo sabendo da resposta. Seu jeito de me mostrar que eu não preciso de ninguém para dizer o que é errado ou certo, que eu sou incrível do meu jeito e que eu nunca deveria deixar de praticar minha paixão, faz eu me sentir a pessoa mais especial do mundo. E eu amo isso. Eu amo ele.

Amo ver sua pele coberta pela arte que eu crio. Amo passar minhas mãos por cada pedaço de seu corpo, pelos desenhos coloridos que se destacam perfeitamente em si. Amo beijar as rosas pretas que fiz em seu pescoço recentemente. Amo desenhar em seu corpo do jeito que eu quero. Amo principalmente como confia em mim e me encoraja a continuar o que comecei, mesmo com minha insegurança me fazendo desistir.

No final, sempre fica perfeito. Hoseok é a arte mais perfeita que eu já vi, e meus traços só o aperfeiçoam mais.

Sei que todos os dias, ele vai estar disposto a entregar-se como um painel não terminado, pronto para ser pintado e completado. Mesmo depois de chegar esgotado e estressado da faculdade, sempre estará disposto a deitar comigo e, depois de uma transa, espera que eu o faça se sentir uma arte completa.

E ali, completamente nu e exposto, com pinturas feitas por minhas mãos, agulha e tinta pela sua pele, eu sinto que nunca deixarei de ser um grande admirador de meu maior monumento.

E sempre amarei minha melhor arte. 

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