Capítulo 3 - Ressaca

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Cheguei em casa,estava um pouco tonta por causa da bebida, sou muito fraca pra bebida. Acho que só bebi 3 latas de cerveja, ou foi 5??

Aí não tô conseguindo raciocinar direito, melhor eu ir dormir.

Fui em direção a escada e subi, parece que meu pai não bebeu hoje. Graças a Deus! Acho que eu não ia conseguir fazer a sóbria na frente dele não. Fui até meu quarto cambaleando e me joguei na cama, apaguei.

Estava pulando de uma nuvem pra outra, apareceu um unicórnio todo colorido e seguiu pulando as nuvens junto comigo.
"Hanna você está atrasada!" Disse o unicórnio em um tom quase ensurdecedor.
"Quê?"

Abri os olhos e vi meu pai me balançando.
"Anda Hanna você está atrasada", ele parecia estar bravo, maldita festa em plena quarta feira.

Levantei da cama, minha cabeça estava doendo horrores, sério nunca mais eu bebo de novo.

"São que horas?" Perguntei com as mãos protegendo os olhos da claridade do sol.

"Já são 6 e 50, levanta daí e vai tomar banho sua irresponsável", disse em um tom alto e severo e saiu do quarto batendo os pés, droga ele está furioso.

Meu pai odeia que eu falte aula, ele sempre vigia minhas notas e quando tiro nota baixa (que no caso é bem difícil de acontecer) ele me deixa de castigo por um mês. Ele não tem amigos, não sai, não faz nada só trabalha, bebe, volta pra casa, quebra tudo e no outro dia age como se nada tivesse acontecido.

Desde que me conheço por gente ele foi assim não acho que ele possa mudar agora, eu já tentei me aproximar dele mas ele sempre recua, acabei desistindo de me aproximar e viver minha vida. Ele é assim e acho que não vai ser eu quem vai mudar isso.

Saí dos meus devaneios e fui tomar banho antes que ele subisse de novo e me puxasse pelos cabelos, não que ele já tenha feito né, mas é melhor não arriscar.

Tomei banho, me arrumei rápido, peguei minhas coisas e desci.

Passei direto pelo meu pai que estava na sala tomando café antes de passar pela porta ouvi um "Boa aula" baixo, sorri feliz com o comentário, sei que parece idiotice mas tenta entender meu lado. Pra quem não recebe nem um abraço do pai um simples comentário desse já é grande coisa.

Fico feliz por ele não ter bebido ontem e ter acordado cedo hoje, já é um progresso, já tentei fazer ele se internar mas não adianta ele não me escuta. E ele já é adulto, sabe o que faz da própria vida.

Cheguei na escola e já tinha tocado o sinal,fui correndo até a barraca e comprei um biscoito pra comer na aula por que eu não tinha comido nada ainda, subi correndo pra sala na esperança de a professora deixar eu entrar.

A aula foi até legal. A professora hoje saiu do tradicional e fez uma dinâmica, o segundo tempo foi chato. Logo a matéria que eu odeio, Química, agora não entendi nada preciso estudar mais em Química por que se eu tirar nota baixa...

Desci e fui até o refeitório, nem esperei as meninas pois estava morrendo de fome, o biscoito não me alimentou, o lanche era biscoito com suco de maracujá, peguei os biscoitos e um copo de suco e sentei em uma mesa que estava um pouco vazia.

Senti uma mão nas minhas costas e dei um pulinho de susto, me virei para ver quem era o felizardo(a) que estava me atrapalhando na minha hora sagrada.

"Que cara é essa?" perguntou sentando do meu lado,"Parece que foi atropelada por 500 caminhões".

"Não exagera Luide" disse com cara de tédio.

"Não tô exagerando não, porque você tá com essa cara de morta?"

"Se eu pudesse trocar, eu trocava" falei em tom de ironia.

"Nossa.. acordou com a macaca hoje?" Falou arqueado as sobrancelhas.

"Você chega me esculachando e ainda espera que eu seja gentil?"

"É faz sentido" disse irônico, e perguntou sério"Mas é sério, o que houve?"

"Ah nada de mais eu só fui pra uma festa ontem e bebi um pouco, acho que tô de ressaca" respondi massageando suavemente as têmporas.

"Você acha?" Levantou uma sobrancelha

"Tem como você parar de me julgar e ser meu amigo?"

"Eu sou seu amigo, Só não posso perder a chance de te zoar" me lançou uma piscadinha.

Revirei os olhos e voltei a fitá-lo bebendo um restinho de suco de maracujá. Luide lançou uma cartela de remédio na minha direção e consegui agarrar, esqueci de dizer que meus reflexos são um máximo.

"Vai melhorar a dor de cabeça" disse sério e depois saiu, me deixando lá sozinha.

Levantei, fui até o bebedouro enchi o copo, tirei um remédio da cartela e tomei. Acho que confio demais no Luide, vai que isso é veneno? Se eu morrer amanhã a culpa é dele.

Sorri com o pensamento ridículo que tinha acabado de ter e saí do refeitório.

Os últimos dois tempos passaram rápido, a professora passou um trabalho só que ela falou que só ia explicar melhor amanhã.

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⏰ Última atualização: Mar 10, 2019 ⏰

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Um sorriso encantador e um par de meias coloridasOnde histórias criam vida. Descubra agora