Investigação n° 1 (Imagine Namjoon)

Capítulo 12

-Eu preciso tirar esse fardo de mim, moça – a empregada segurou as minhas mãos – Eu preciso contar para alguém... O delegado daqui é amigo dos Evans... Eles têm muitos contatos com as autoridades...

-O que aconteceu? – eu questionei curiosa.

-A Betty não é filha única deles, eles tem o Dustin, o filho mais novo – ela disse nervosa.

-Do que está falando? – eu falei olhando para ela.

-Sra.Evans passou um ano na Inglaterra, e ela teve o filho lá – ela fez uma pausa – Foi tudo bem escondido, não havia pontas soltas...

-Como sabe disso tudo se não haviam pontas soltas? – eu perguntei séria.

-Raquel, minha sobrinha... Foi para a Inglaterra cuidar do filho deles, ela me contou tudo... – os olhos dela começaram a marejar – Horas depois acharam o corpo dela... Eles a mataram, eu tenho certeza...

-Meu deus... – eu disse incrédula.

-Dustin veio para Washington quando tinha dez anos, passou uma semana aqui na mansão – ela olhou para cima para impedir que as lágrimas escorressem – Eles o deram para o Dr.Adam Baker... Nunca mais vimos o garoto de novo, isso faz oito anos.

-Deram? Como assim? – eu coloquei a mão no seu ombro para tentar conforta-la.

-Eles sedaram o menino, até hoje me lembro dos gritos dele... De como ele me olhou pela fresta da porta, segundos antes de apagar completamente – ela fez uma pausa – Ajude a fazer justiça, por favor... Aquele menino e a Raquel não mereciam nada disso.

-Eu prometo que irei faze-los pagar por todo mal que fizeram, okay? – eu disse e sorri tristemente.

-Tome – ela anotou rápido algo no papel – Esse é o endereço de Betty Evans... Ela sabe da existência do irmão... Ela mora na Austrália...

-Obrigada – eu a abracei e ela retribuiu.

-Você tem que ir, antes que alguém perceba que está falando comigo – ela disse e eu assenti.

[...]

-Acredita nela? – Namjoon se deitou ao meu lado.

-Minha intuição diz que é verdade... – eu disse ajeitando o notebook no meu colo – Sra.Evans realmente passou um ano na Inglaterra... Faz sentido, certo?

-(S/n)! – ele me encarrou – Isso não é um filme... Os pais não dão seus filhos com dez anos para um cientista que passou cinco anos numa clínica psiquiátrica.

-Nós não temos nada, Namjoon! – eu falei séria – Foi a coisa mais concreta que nós ouvimos até agora, é a única coisa que temos.

-Isso parece loucura! Não podemos simplesmente ir para a Austrália questionar a filha dos Evans, sobre um suposto filho dado.

-O que pretende fazer? – eu questionei cruzando os braços.

-Se esse menino passou uma semana na mansão dos Evans, tem que haver algo mais concreto do que a confissão dela – ele disse e eu assenti.

-Eu só quero deixar claro que acredito na empregada, mas como jornalista, sei que isso não é suficiente – eu falei normalmente.

Coloquei o macarrão no molho e finalizei o frango. Namjoon olhava fixamente para o notebook.

-Não acha que está muito obcecado na família Evans? – eu disse colocando os pratos na mesa.

-O que fazia antes de ser contratada pela editora? – ele parou de olhar para o notebook e olhou para mim.

-Eu morava com a minha melhor amiga e escrevia artigos investigativos... – eu disse pegando as panelas e colocando sobre a mesa – Eu suponho que você apenas era noivo da Selena, certo?

-Selena! – ele levantou da cadeira num pulo – Ela tem as senhas da mãe... Eu sei que a Amber tem uns arquivos secretos sobre coisas que ela já investigou, a Família Evans pode estar lá.

-Namjoon! – eu o repreendi – Eu não entendo qual a sua obsessão com essa família.

-Eu entrei na editora por causa da Selena, ela conseguiu o meu emprego – ele disse se sentando a mesa – Eu sei que posso fazer mais do que eu sempre faço, eu posso criar uma investigação incrível e independente... A Família Evans é o mistério de Washington, ela é a minha oportunidade.

-Eu ainda o acho obsessivo... – eu disse e Namjoon me encarou com desdém, e começou a comer.

[...]

Acordei com alguém me balançando freneticamente.

-O que foi, Namjoon? – eu disse com sono.

-Eu irei me encontrar com Selena, amanhã eu estarei com as senhas – ele disse e eu dei um tapa nele.

-Foda-se! – eu falei dengosa – Apenas me deixa dormir em paz.

Continua...