1897 {Markson}

Pt. 1

1897.

Mark Tuan, um garoto de 21 anos, se alimentava se seus livros repletos de contos de fadas ou de romances, era apaixonado pela ficção e amava ler tudo que lhe aparecia pela frente. Ele gostava de viver naquele mundo onde tudo era colorido e feliz, com flores, animais, pessoas gentis para todo lado e o amor transbordando a vida de todos.

Ele vivia junto com sua mãe, viúva, seu pai havia morrido quando ele ainda era pequeno e  Mark havia sido criado apenas por sua mãe, que foi auxiliada pelos criados da casa por muito tempo. Mark era dito como rapaz de família rica, sua mãe tinha muitas terras que havia herdado de seu falecido marido e outras que eram de sua própria família.

O mais novo não se importava muito com essa riqueza, ele apenas queria ter seus velhos livros para ocupar a mente, sabia que tudo aquilo seria dele um dia, mas era como se não fizesse diferença, o maior sonho dele era ter uma boa oportunidade para viajar pelo mundo e fugir das responsabilidades de administrar as coisas da família.

A única coisa que Mark não gostava era de saber que os Wang moravam ao seu lado, ele simplesmente não suportava aquela família, principalmente o filho do casal, ele era arrogante, rude com todos e parecia que não tinha sentimentos. As vezes Mark chegava a sentir medo dele, por isso evitava qualquer tipo de contato. O filho deles era um ano mais novo que Mark mas se achava um idoso centenário que tinha que ter prioridade em tudo e sempre se achava superior.

– Mark, venha aqui por favor…

– Sim, mãe

– Você pode levar essa carta para os Wang?

– A senhora não pode pedir para que algum criado a leve? Sabe que eu não gosto de vê-los…

– Uma vez só não vai lhe matar

– E os empregados?

– Estão ocupados…

– Mande o motorista ir até lá… A senhora não entende que…

– Mark, vá! Não é mais um pedido, é uma ordem!

Mark bufou e pegou a carta.

Ele saiu de casa e viu todos ocupados ali, algumas empregadas estavam limpando a parte de fora da casa e ele foi até o portão principal da casa, ele saiu e foi andando até a casa ao lado. Ambas as casas eram grandes, com dois andares e  fartos jardins com espaços para seus cavalos.

Mark entrou pelo portão principal e foi até a porta da casa, ele bateu na porta e para a sua felicidade, uma empregada atendeu.

– Olá, senhor Tuan

– Olá… Você poderia entregar esta carta para a Sra. Wang?

– Desculpa, mas ela gosta que essas cartas sejam entregues diretamente para ela. Entre por favor…

Mark hesitou um pouco mas acabou entrando. A empregada o levou até o escritório, onde ela estava com seu filho.

– Senhora, o Sr. Tuan gostaria de lhe falar…

– Claro… Entre, jovem…

Ele entrou e logo viu ela sentada em sua cadeira e seu filho sentado na ponta da mesa, ele sentiu o mais novo o encarar com um papel na mão, Mark ajeitou seus óculos, suspirou e foi até a mesa.

– Sra. Wang, minha mãe pediu para que lhe entregasse esta carta…

– Do que se trata? -Ela perguntou

– Diga a sua mãe que ela mora ao nosso lado e não precisa ficar mandando cartinhas, ela pode muito bem vir aqui nos falar…

– Jackson! Não fale deste modo! Me dê a carta, Tuan… Por favor…