Júlia

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"Um ano sem Júlia Bittencourt"

Narração por Katherine

22 de Julho de 2018, quarta feira. É, hoje faz um ano que você se foi, hoje eu faço 17 anos. Me pergunto por que você fez isso comigo? No meu aniversário! Mas de certa forma eu não te culpo, não sabia o que você estava passando por ter feito isso. Só queria que você se abrisse comigo, poderia ter te ajudado.
Rolo de um lado para o outro na cama, e resolvo levantar, antes que alguém venha me dar os parabéns.
Tomo meu banho e logo em seguida vejo que a empregada já colocou meu uniforme, limpo e bem passado na cama. Meu uniforme é:  uma meia azul marinho que vem até o joelho, uma sai solta de prega até o meio da cocha, blusa branca social de manga comprida, com uma gravata azul marinho.
Finalizo colocando minhas sapatilhas brancas e o laço no cabelo. Desço as escadas, procurando alguém pela casa, graças a Deus só os empregados. A única empregada que eu falo e a Jenna, mãe de Elena, minha melhor amiga. Fomos praticamente criadas juntas. Entre meus pensamentos, ouço um animado: " Bom dia!" - diz Jenna.
Logo em seguida dou um sorriso de lado, pego uma fruta e vou para o elevador, o motorista já deve está me esperando lá embaixo para me levar para o colégio. Jenna sabe como hoje é delicado para mim, por isso não deu os parabéns.
Chegando na escola, desci do carro, logo vejo Elena vindo correndo me abraçar. Ela me abraçou tão apertado que fiquei sem respirar.

Elena: Bom dia! E parabéns!
Katherine: Como você chegou primeiro do que eu vindo de ônibus?
Elena ri e revira os olhos e fala: O que pretende fazer hoje?
Respiro fundo e digo: Talvez eu vá com os meus pais no Lincoln Squad jantar mais tarde. Quer vir?
Elena: Sabe que as suas seguidoras puxa sacos vão querer um festão né.
Katherine: Qualquer coisa peço para a governanta ligar para algum bufê da preferência da minha mãe no sábado. Hoje não estou com cabeça para isso.
Vimos que o portão estava para fechar e entramos, indo em direção a nossa sala de aula.

Narração Jacob

Acordo meio atrasado, tomo um banho, pego o meu uniforme, e vou direto pegar o metro. Moro no Brooklyn, mas estudo em Manhattan. Todos os dias é um sufoco para ir pro colégio. Moro com meu irmão mais velho, Dan, ele que está segurando as contas da casa, desde da morte do papai. Já tem 5 messes. Resolvi me recompor primeiro para depois colocar meu plano em ação. Tento que me infiltrar na família Waldf. Descobri a sujeira que eles meteram o meu pai. Para isso, preciso me aproximar de Katherine, não vai ser fácil. Mas como hoje é um dia terrível para ela, pode ser que eu consiga. A vadia da Júlia que era sua amiga se matou ano passado, no aniversário de Katherine. Papai tinha me contado, como não sou do ciclo de amizade dela, nem frequento as festas que eles dão. Voltando a vadia gostosa, a  Júlia, falo isso pois já faturei aquele corpinho. Aquela lá não perdoava um. Descanse em paz Júlia, que os espíritos aproveitem bastante esse corpinho. Eu aproveitei.
Chego próximo da escola e vejo Katherine com cara de poucos amigos e sua inseparável amiga Elena conversando. Provavelmente é sobre a festa de aniversário, ela sempre faz. Aliás , é o que esse povo mais faz, com dinheiro que eles têm. Tenho que arrumar um jeito de ir nessa festa, e hoje que me aproximo de Katherine...

Paguei uns moleques do primeiro ano para colocar o meu " diário " no armário de Katherine. Criei um diário falso, contando a minha vida, e de como estava sofrendo pela morte do meu pai, apesar de ser verdade. Coloquei que a minha namorada me largou. Assim que Katherine pegasse e lesse, sim, ela vai ler, pois é muito curiosa e desconfiada. Quero que ela se identifique comigo. Pelo menos no sentido de traição e luto. Sobre a suposta traição que eu sofri, foi ao contrário, eu que trai a minha namorada, mas isso não vem ao caso.
Enquanto John, o moleque do primeiro ano arrombava meu armário, para fingir que realmente roubaram o meu diário, eu ficava vigiando no corredor para ver se via alguém. Nisso outro moleque Gb abria o armário de Katherine. Ele tinha a habilidade de descobrir senha dos armários. Tudo certo para o roubo do diário.

Narrado por Katherine

Acabando o terceiro tempo, que foi biologia, me pareceu mais a morte para mim. Que matéria chata mano! Para que eu preciso estudar? Tenho fortuna suficiente para 10 gerações de Waldf 's. Aff!
Fui direto para meu armário, pegar o livro de matemática, quando observo um pequeno caderno verde, que não é meu. Achei estranho isso está aqui. Resolvi abrir, vai que é alguma surpresa da Elena para mim, ou o Nate tentando voltar comigo.
Resolvi ir no banheiro para poder ver o que esta escrito, o corredor estava cheio, sempre com pessoas me observando. Entrando no banheiro vi que as minhas seguidoras estavam lá retocando a maquiagem. São 6 meninas: Alisson, lisa, Kim, Caroline, Bonnie e Amalia.
Elas perguntam se eu iria fazer algo hoje. Eu disse que faria no sábado à noite, no salão do hotel do pai do Caleb. Nisso elas saíram animadas, certeza que iriam espalhar a notícia da festa. Abro o o caderno, e começo a ler. Fico impressionada com a caligrafia. Que letra magnífica, melhor do que a minha. Percebo que é um diário, muito pessoal. Essa pessoa está sofrendo com a morte do pai e ainda machuca a traição de seu amor. Sinto uma tristeza enorme e me identifico profundamente. Sinto muito a falta de Júlia, toda vez que vejo o Nata no corredor, no pátio da escola, ou nas festas, meu coração parece que vai se quebrar novamente. Como ele teve coragem? Passamos por tanta coisa juntos. Ainda bem que não me perdi com ele. E a Jenny? Vadia! Me humilhou na frente de todo o colégio. Gravou eles transando.
Enquanto as lágrimas caiam eu esqueci totalmente da próxima aula. Quer saber, hoje é meu aniversário, tenho esse direito.

Horas mais tarde

Der repentinamente, enquanto eu vegetava na aula de química, o alto falante soa, com a voz da diretora, querendo que todas as turmas se dirigir-se para a quadra. Não sei porque fiquei com medo. Será que tem haver com o diário que eu achei no meu armário? Ferrou Jesus! E agora?
Nisso Elena da um tapinha nas minhas costas para eu acordar dos meus pensamentos. Caleb ri e fala: estava pensando em mim pelado de novo né? Posso fazer da sua noite muito especial hoje. Caleb é todinho seu.
Começo a ri e digo: tenho traumas de aniversário demais. Deus me livre me perder com você.
Caleb: vai ser a melhor noite da sua vida baby. Todas querem esse corpo, moreno sarado.
Só consegui pensar em como a Elena o queria, mas ela é teimosa demais para admitir e Caleb nunca mostrou interesse. Nisso respondo ao Caleb: Como a minha mãe diz baby, não sou todo mundo. Elena ri, e vamos todos em direção da quadra.

Chegamos lá, e todos cochichando qual que era o motivo de estamos lá. Uns dizem que eram pelo meu aniversário, outros zombavam falando que alguém tinha se suicidado novamente, pois hoje é marca registrada do suicídio. Ouvir aquilo me deu raiva e tristeza. Caleb percebeu e segurou a minha mão, olhou em meus olhos, com a outra a mão segurou o meu rosto e disse: Hoje não é um dia amaldiçoado. Você não é amaldiçoada. Você não tem culpa pelo o que aconteceu com a Júlia. Ela te amava muito. Não liga para esses idiotas, só querem ver seu mau. Não da esse gostinho para eles. Caleb era tão fofo, abracei ele bem apertado. Vi que Elena não curtiu muito ver isso, mas somos só amigos, e sempre vai ser assim.
Nisso a diretora apareceu, pegou o microfone e disse: Boa tarde a todos. Infelizmente, não sei como, aconteceu algo muito desagradável. Arrombaram o armário de um aluno e pegaram algo muito importante desse aluno. Quem souber de alguma coisa, por favor dirigisse a diretoria. O culpado se não se apresentar, vai sofrer uma expulsão imediata. Temos câmeras internas, já estão avisados.
Nesse momento eu gelei. E agora? Eu não tenho culpa, o que eu faço?

...continua

Doce Vingança Where stories live. Discover now