|| PRÓLOGO||

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B E A T R I Z

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B E A T R I Z

"Uma mulher pode sofrer uma grande desilusão amorosa, mas se ela for esperta o suficiente, sofrerá uma única vez."

Sim ou não? Certo ou errado?

  "Coração estilhaçado sabe o quanto ele é sensível, e por isso, preservá-lo é sempre a melhor atitude."

Concorda ou discorda?

Eu tive o meu quebrado em mil pedaços. Achei que nunca seria capaz de juntar todos os cacos; achei que do fundo do poço jamais sairia; imaginei que a saudade que eu sentia do toque daquele maldito homem de profunda elegância, gentileza, charme e de um sexo inigualável, jamais sairia da minha mente ou da minha pele. Só achei... Afinal, como se diz por aí: "não há dor que dure para sempre, nem mal que nunca se acabe." Mas o que muitos esquecem de acrescentar, é: "até que outra dor surja e outro mal também".

Foi no meu primeiro ano da faculdade. O curso de administração de empresas era o meu sonho, representava uma grande conquista e um grande passo, também.  Mudei-me da cidade em que até então vivia com meus pais para estudar, trabalhar e tocar a vida de forma independente. Estava disposta a me concentrar única e exclusivamente aos estudos, mas bastou que meu professor de contabilidade básica entrasse na sala, para que os planos iniciais naufragassem. Ele tinha uns 35 anos, já eu, 19 recém-completados. Seus olhos castanhos eram miúdos e o canto deles puxado para o lado. Isso dava a sensação de que sempre estavam semicerrados. E de alguma forma, todas às vezes que ele direcionava sua atenção para mim, conseguia me deixar hipnotizada no rosto de pele tão clara. O cavanhaque, de fios loiros, combinava com a tonalidade do cabelo que, em geral, parecia estar bagunçado... e eu gostava daquilo.

A cada aula a paquera aumentava, até que num final de noite, o encontrei no estacionamento da faculdade e aceitei uma carona para casa. Desprovida de razão e com a atração que crescia cada vez mais, permiti que ele mudasse a rota que havíamos combinado e me levasse para um motel. Fiz sexo com ele naquela noite, e foi o melhor da minha vida até então. Sua idade dava-lhe uma experiência diferente dos poucos garotos da mesma idade que a minha, com quem eu já havia transado. Ele fez coisas comigo que nunca tinha experimentando! E a partir daquela noite, tantas outras vieram... Apaixonei-me perdidamente pelo meu professor. Depois de um semestre inteiro, eu acreditei que era bem mais que paixão. Vislumbrei o amor, o senti, e cheguei a pensar que ele nutria o mesmo sentimento por mim.

Nas férias de julho, numa tarde fria de domingo, decidi aceitar o convite de uma amiga e ir até um café. O objetivo? Comer um belo pedaço de torta e tomar um cappuccino, mas não foi o que aconteceu. Assim que passei pela porta, tive a visão de um homem que fez meus pés travarem no lugar e meu coração parar de bater por segundos. O homem segurava sobre a mesa a mão de uma mulher, e ao lado deles, uma garotinha de uns cinco anos sorria enquanto se lambuzava ao comer um cupcake. Era ele, meu professor, o homem que no último dia de aula, antes das férias, fez amor comigo e disse que me amava, que iria passar um tempo na cidade natal, junto com os pais dele, e por isso ficaríamos sem nos ver até o retorno das aulas, mas que ele morreria de saudade. Tudo uma grande mentira, pois o que eu acabava de ver, na verdade, era a verdade sobre ele — um cara casado e com uma filha. Ele possuía uma família.

PROVE-ME - Conto do casal  Derek e Beatriz [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora