B E A T R I Z
— Experimente esse rolinho primavera, está uma delícia — Derek disse, dando uma mordida no que ele segurava.
Estávamos sentados no chão e havíamos feito da mesinha de centro da sala, nossa mesa de jantar. Várias embalagens de comida estavam dispostas sobre ela. As opções eram muitas, eu já tinha degustado uma boa porção de yakissoba de legumes com carne e sentia-me satisfeita. Mas aceitei sua sugestão. Na primeira mordida senti a crocância da massa frita, e assim que provei o sabor do recheio de frango com requeijão e outros ingredientes, foi impossível conter o "hum" que soltei enquanto dava a segunda mordida, desejando ter mais do sabor.
— Nossa... que delícia... — ele elogiou, contemplativo, deixando suas costas alcançarem o sofá atrás de si.
Senti-me encabulada, com seus olhos repousados em minha boca enquanto mastigava. Dei uma última mordida no rolinho primavera, bebi um grande gole de água e acelerando assim, o processo de mastigar e engolir. Por fim, limpei a boca com o guardanapo e me ergui do chão.
— Estou satisfeita! — falei. — Obrigada por dividir seu jantar comigo. — Soei apressada e de fato eu estava. Ficar durante o jantar observando-o foi tentador. Se ele se atentou aos meus lábios enquanto comia, também fiz o mesmo. Derek possuía um charme em cada ação, em cada gesto, e eu me via atraída a olhá-lo cada vez mais.
— Foi um prazer, Bea — Derek meneou a cabeça ao dizer e suas feições eram suaves.
Mantendo minha pressa, comecei a recolher as embalagens, Derek acompanhou meu ritmo, levantou-se e começou a fazer o mesmo que eu. Nos dirigimos até a cozinha, descartei as embalagens vazias e guardei na geladeira o que sobrou. Os talheres e copos que usamos foram lavados por Derek, e enquanto fazia isso seus lábios assoviavam uma melodia que identifiquei de pronto. Era a música que ele havia cantado no bar, Beautiful Girl. Recordei que ao cantar, Derek me encarava e eu tive de ser forte para não permanecer vendo seus lábios se mover em frente ao microfone ao passo que os dedos deslizavam com destreza pelas cordas do violão. Eu precisava admitir que ele ficava bem atraente na pele do cantor, tal como na de médico.
— Você toca sempre naquele bar? — perguntei, encostando-me no balcão da pia ao seu lado.
Ele virou o rosto, fitando a lateral do meu rosto. Permaneci com ele voltado para frente, pois senti sua satisfação com minha curiosidade.
— Por que deseja saber? Quer me ver mais vezes cantando?
Olhei-o e ele me lançou um olhar convencido. E ali estava ele, o mesmo Derek de sempre.
— Não, eu não quero. Perguntei por perguntar — disse sem simpatia alguma e dei de ombros.
Ele fechou a torneira, deu um passo para o lado e ficou ante a mim. Congelei com sua proximidade e o que ele queria com ela. Segui com o olhar, sem mover um palmo do meu rosto, pois correria o risco de tocar o dele de tão perto que estava. Suas mãos apoiaram-se na bancada da pia, quase encostando em cada um dos lados do meu corpo. Senti-me presa em seus braços sem sequer tê-los envolvidos em mim, mas o cerco me deu a sensação, assim como a força do seu olhar caído nos meus.
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PROVE-ME - Conto do casal Derek e Beatriz [DEGUSTAÇÃO]
ChickLit"Eu, doutor Derek D'Ávila, não quero mais qualquer outra mulher. Eu quero a Beatriz." Doutor Derek, um homem bonito, dotado de extremo charme e um exímio paquerador. De maneira fácil tinha todas as mulheres que quisesse, e ele gostava disso até conh...