Pela Floresta Afora.

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Era de manhã bem cedinho quando Julius apareceu, depois da noite frustrada, esperava matar o lobo no seu hábitat natural. Comecei a amolar as lâminas da minha adaga, quando estavam tão cortantes que cortariam um fio de cabelo, suspirei.

-O que foi chapeuzinho?  Julius me perguntou, sentando do meu lado. -Aconteceu alguma coisa?

Eu pensava se seria boa idéia, contar que sonhei com minha avó me alertando para não ir para a floresta proibida. Ele com certeza não me deixaria sair de casa.

-Não. Digo sorrindo.-Está tudo bem.

Só que não estava tudo bem, a voz da minha avó resoava em minha mente, como um mantra. Implorando pra eu me manter longe do lobo.

Eu tinha duas opções, ir outro dia, ou voltar onde tudo começou. Encarar os meus medos e anseios, bater de frente com a alcatéia que ameaçava meu povo. Eu me sentia na obrigação de matá-los,eles tiraram tudo que eu tinha.

O maltido lobo preto. Era sempre ele, matou minha vó, ameaçou meu povoado e tomou a floresta para si. Ele só não contava com meu plano de vingança.

-Vamos?  Chamei Julius. -Quero acabar logo com isso.

Coloquei minha capa, peguei minha cesta com comida, e junto do meu melhor amigo, adentrei na floresta.

Ouvíamos o piado dos pássaros, e a floresta escurecia enquanto andávamos. O sol não ultrapassava as grandes copas das árvores. Fazendo o lugar ficar congelante.

Caminhávamos em silêncio, escutando o som da floresta. Estávamos em território proibido, desde que tudo aconteceu. Olhava pra Julius, segurando sua arma com balas de prata, preparado para tudo.

Ele me passava segurança, Desde criança andávamos sempre juntos. Depois que tudo  aconteceu, ele foi meu porto seguro, até hoje.

-Tem certeza que bala de prata, fuciona? Ele pergunta me olhando.

-Tenho. digo. -Vi em um livro.

-E se não fucionar? Ele pergunta duvidoso. -O que faremos?

-Improvisamos. Digo.

Chapeuzinho Vermelho, Caçadora de Lobos.Onde histórias criam vida. Descubra agora