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O CAPÍTULO A SEGUIR POSSUI CONTEÚDO SENSÍVEL E VIOLÊNCIA, QUE PODE CAUSAR O DESCONFORTO DE ALGUNS LEITORES. 


Não sei ao certo quanto tempo fiquei imersa na minha própria loucura, parada no tempo e espaço, entre o real e o irreal sem saber onde estava e o que aconteceu naquela lagoa

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Não sei ao certo quanto tempo fiquei imersa na minha própria loucura, parada no tempo e espaço, entre o real e o irreal sem saber onde estava e o que aconteceu naquela lagoa. O som estrondoso e conflitante ainda me confundia. Os gritos desesperadores, ossos se quebrando, pessoas batalhando, o redemoinho... nada fazia sentido.

Abro os olhos com dificuldade e pisco algumas vezes para me situar. Franzo o cenho achando tudo muito esquisito. Levo a mão até a cabeça procurando por galos e sangue, checando se havia batido em algum lugar. Nada. Nenhum corte. Dobro os joelhos e me afasto usando os pés e mãos quando percebo um formigueiro bem próximo.

Levanto-me de forma abrupta e cambaleio até bater as costas num tronco qualquer. Afasto as pernas e olho para a minha virilha, está vermelha. Retiro o biquíni o mais rápido que consigo e o jogo para longe.

Respiro fundo, tentando manter a calma.

Ouço o som da água e percebo que estou perto da lagoa e que podia aliviar a dor das picadas dentro d'água. Caminho para mais perto da dolina e quase perco o equilíbrio ao me deparar com a cena diante de meus olhos.

O que está acontecendo?

Onde estou?

Que palhaçada é essa?

Fecho os olhos e os aperto. Esfrego em volta com força tentando acordar daquele pesadelo. Conto até três mentalmente e os abro novamente. Tudo continua igual quando os fechei. A bancada e as escadarias haviam sumido. Não restou nada para contar história. Giro os calcanhares bruscamente observando ao redor sem compreender o que se passava. O lugar era o mesmo, mas tudo está diferente.

Volto para onde acordei à procura dos meus pertences, e assim como as outras coisas, a minha bolsa também desapareceu. Evaporou junto com a minha saída de praia e o meu chinelo novinho. Estava sem documentos, sem dinheiro, sem o celular e sem roupa para vestir.

Sinto uma palpitação no peito e me falta o ar para respirar.

Giro os calcanhares observando tudo. Um pouco à minha frente, quase perto da estrada de chão, avisto um pedaço de pano pendurado num galho. Parece uma camiseta larga e desgastada. Vai servir. Bato o trapo contra o tronco com força para me certificar de que não tem bicho nenhum zanzando por ali, e a visto aturdida, deixando a Lagoa Misteriosa às pressas.

AMAZONA - A Guerreira do Sul (em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora