Capitulo 4

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  "Deita aqui comigo"
   Helena diz e olhei para ela na tentativa de saber se era brincadeira. Ela me olhou e não parecia estar brincando com a minha cara.
  "Oi?"
   Foi a única coisa que eu consegui falar naquela situação.  
   "Você não disse que ia poder dormir aqui?"
   "Mas eu não tava pensando que iamos dividir a cama"
   "Então você não quer? Tá bom então..."
   "Não, pera!"
   Helena me olhou com um olhar confuso e riu de minha indecisão.
  "Você vem ou não?"
  "Vou!"
   Digo e arranco um sorriso dela. Ela volta a se deitar e diz:
  "Então vem logo, eu já tô ficando com sono"
  Me deito do lado dela, que virá para mim e me cobre com seu cobertor.
  "Helena!"
  Quase grito. Ela coloca os dedos sobre minha boca, indicando que era para eu fazer silêncio e cochicha:
  "Não posso deixar você sentir frio"
   E me olha sorrindo. Dou de ombros e fico Calado. Fecho os olhos na tentativa de dormir, mas fracasso. Como eu Iria dormir se ela tava ali comigo. Abro os olhos e a vejo me fitando. Ela estava muito tímida me olhando e acabei não resistindo e a beijei. Helena retribui o beijo e  abracei ela por baixo do cobertor. Mas fica tudo apenas por beijos e abraços, sem mais nem menos do que isso.

  Quando interrompemos o beijo, comecei a fazer carinho em seu rosto e em seu cabelo.
  Começo a me lembrar de quando conheci Helena:
  Estávamos na escola. A turma tava fazendo uma atividade que nosso professor passou. Claro, nem todos faziam a atividade, já que a roda de conversa que tínhamos não parava de contar piada e rir.
  Durante a conversa, o grupo começou a discutir por quais filmes eram melhores. Nesse dia, descobri que Helena gostava das mesmas coisas que eu e eu me apaixonei por ela, mas no sentido de gostar da pessoa como amiga. Com o tempo, fui conversar com ela e fomos as poucos nos aproximando e nos tornando muito amigos.
  Alguns meses depois, eu estava todo feliz, pensando em dizer para Helena o que sinto por ela. Quando a encontrei na sala, eu chamei ela e pedi para conversarmos no final da aula. Ela topou muito rápido e senti que tinha algo por trás disso. Quando a aula finalmente acabou, chamei-a e ao chegarmos num lugar mais afastado da multidão que sempre se formava ela me disse:
  "Estou me mudando para a cidade que minha avó vive"
  Eu não sabia o que dizer e fiquei muito triste com isso. Eu nem lembro o que eu falei depois disso fui embora. No ano seguinte, ela havia voltado e eu não sabia como interagir com ela. As coisas ficaram estranhas entre nós desde então.
   Realmente, lembrando agora, eu deveria ter tentado me reaproximar dela de novo, mas tudo bem, hoje eu estou com ela e isso me faz muito feliz.
  "O que foi?"
  Ela perguntou ao meu ver tão pensativo.
  "Nada não. Só estou pensando no quanto você é especial para mim"
   Digo sorrindo. Não posso deixar ela saber no que eu estava pensando em senão Helena se sentirá culpada.
 

A Gravidade do Tempo (Novo Eu e Ela)Onde histórias criam vida. Descubra agora