TUDO TÃO RÁPIDO

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Eu e meus amigos nunca tínhamos tempo para sair, pois cada um tinha que focar na sua área de trabalho. Eu, por exemplo, era instrumentista, e no outro dia tinha que estar cedo no hospital para auxiliar em uma cirurgia. Marcamos de sair para lanchar, pois já estava chato ficar conversando apenas por mensagem. Estava tudo muito legal, mal sabíamos que depois daquele dia, seriam os piores dias das nossas vidas. Nos despedimos e fomos cada um para sua casa.
Cheguei super feliz em casa por ter me encontrado com meus amigos, quando o telefone começa a tocar. Quando pego o telefone, era Camila ligando para todos nós em vídeo-chamada;

-O que foi? –Atendi rindo- Já está com saudades?
-Eu mal cheguei em casa, cara. –disse Kadu
-Gente, calem a boca! Liguem a televisão!! –Gritou Camila

Camila estava muito séria.

-Em qual canal, Camis? –falou Tamiris
-QUALQUER UM. LIGUEM LOGO!!

Assim que liguei a Tv, comecei a trocar de canal e, por incrível que pareça, todos os canais estavam passando a mesma coisa; Uma jornalista em pé em algum bairro e uma “confusão” acontecendo atrás dela.

-gente, eu não tenho Tv. Lembram ?- Falou Ana Paula
-Ih, gente. É mesmo!- Falou Gabi
-Mas o que está acontecendo nessa merda?- Falou Amanda

No mesmo momento, viramos o celular para televisão para que Ana Paula visse. Eu fiquei assustado quando a repórter falou:

-As pessoas estão enlouquecidas. Por motivos desconhecidos, as pessoas começaram a atacar uma a outra. Estamos investigando a tal vacina no qual foram meio que obrigados a toma-la. Cidadãos, fiquem em...

No mesmo momento, um homem que estava com um buraco na bochecha agarrou a repórter e deu uma bela de uma mordida no pescoço dela.

-GENTE, NÃO ESTOU GOSTANDO DESSA MERDA. TIRA. TIRA!- gritou Ana Paula

O câmera começou a correr. Parecendo ser um tombo, a câmera caiu no chão e a reportagem saiu do ar.

-O que aconteceu?- Disse Tamiris com a voz de assustada.
-Gente, me fala que isso é brincadeira idiota.- Falei
-Não parece ser brincadeira idiota não!- resmungou Kadu

A luz acabou. E agora?
Fiquei tentando ligar para meus amigos de novo, mas não havia sinal. Saí no portão e não havia nenhum sinal de luz. Lembrando que no outro dia eu tinha que estar de pé cedo, fui deitar.
Acordei num susto, pois tinha ouvido um grito. Olhei no relógio: 02:54h e sem sinal nenhum.
Fui até o portão para ver se conseguia avistar a pessoa no qual havia gritado, mas a única coisa que vi, foi uma pessoa bem de longe:

-EI, ESTÁ TUDO BEM?- gritei para a pessoa

Não dava para ver direito, mas a pessoa estava vindo em minha direção. Quando ela estava quase chegando, liguei a lanterna do meu celular. Dei um grito quando vi o homem todo ensanguentado ;

-Você está bem?- falei assustado.

O homem só se aproximava. Ele estava quase parecido com o cara da tv, porém com um buraco de mordida no nariz. Não sei porquê, mas fechei a porta para que o homem não entrasse.
Ele ficara batendo na porta, mas eu não ia abrir de jeito nenhum. No mesmo segundo, lembrei da tal vacina no qual a repórter estava falando antes de ser atacada. Será que ele tomou essa vacina também e ficou “doidão”? Não me interessava. Peguei um banco e fiquei observando o “homem monstro” parado na porta da minha casa. O vidro da porta era transparente, então eu via perfeitamente a criatura.
Depois de quase 30 minutos, eu ainda sentado, uma mulher bate forte na porta. Uma força tão grande que eu pulei da cadeira e fiquei em pé assustado. Sem saber o que fazer, decidi abrir a porta. Parecia que eles estavam precisando de ajuda. Será?
Pensei bastante e finalmente abri a porta. Eles vieram se arrastando para cima de mim em uma velocidade meio lenta. Eu acabei escorregando e um deles caiu em cima de mim. Por sorte, consegui escapar e fui correndo para o banheiro e tranquei a porta. Sem pensar duas vezes, subi no vaso e saí pela janela gigante que havia lá. O que eu ia ficar fazendo ali? Esperando vir mais e mais para acabar quebrando a porta e me matar? Parecia isso que eles queriam fazer comigo.
Assim que pulei a janela, corri bastante. Pensei em meu celular. Cadê?

-Droga. Esqueci aquela merda lá!- Falei baixinho

Corri por ruas no qual eu nem saberia dizer onde era. Não tinha movimento, não tinha aquelas pessoas malucas e não tinha luz. Droga, não tinha luz!
Quando entro em uma rua que parecia ser deserta, me deparo com muitas pessoas iguais aquelas da TV e iguais aquelas que estavam quase me matando na minha casa. Eu não falei nada, mas acho que eles escutaram meus passos e olharam para mim. Todos aqueles desgraçados olharam para mim! Dei a ré com meus pés e corri para uma outra rua, tentando fugir daqueles bichos. Assim que entrei na outra rua, uma luz imensa foi direto nos meus olhos, e automaticamente, coloquei minha mão na frente.

-Parado! –Um cara falou

Parei.
Quando consegui enxergar, vi que eram vários guardas apontando as armas deles para mim.

-Calma,calma!- Gritei
-Seu nome e sua idade, rapaz!- disse o guarda.
-Guthemberg. Tenho 21 anos.
-Foi mordido?
-Mordido?
-Sim. RESPONDA!
-Não-
-Venha conosco.
-Para onde?
-Para um lugar mais seguro do que aqui, tenha certeza!

Um lugar mais seguro, graças a Deus.
Cara, foi tudo tão rápido.

CULPA DA VACINA!!Onde histórias criam vida. Descubra agora