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Olá?

-O-Olá! O prazer é todo meu, Castiel. Sou Dean, como já deve saber.- Falhou em tentar não gaguejar, cumprimentando-o assim, de forma cordial. Viu, novamente, um sorriso brotar dos lábios rachados do outro, sorrindo em resposta.

Seal, que havia saído sem que ambos percebessem, voltava dos fundos do local com um belo buquê em mãos. Sorriu travessa ao ver os dois se encarando, envergonhados. Haviam ficado ali por um bom tempo, sem que os mesmos notassem.

- Aqui esta seu buquê, Dean. Fiz o mais belo que pude, como me pediu!- Sorriu simples e o viu olhar fascinadamente para as flores.

-Fez um ótimo trabalho! Esta surpreendentemente fantástico! Grato pelo capricho!- A viu sorrir e corar pelo elogio repentino, recebendo em resposta, um abraço da mais alta. Retribuiu o gesto, sentindo uma ótima energia fluir da moça, que aparentava ser alguns anos mais velha que si.

Castiel observava a cena com um sorriso simples no rosto, vendo que os dois já haviam feito amizade, ficando feliz pela união, já que ouvira falar tanto do rapaz. Seu tio contava a si tudo sobre a vida do garotinho de cabelos louros, e ele se encantava sobre como o garoto fora criado. Sempre sonhou em ser da mesma forma, mesmo sendo impedido por morar bem no meio da cidade, e tendo de viver com um pai alcoólatra e uma mãe depressiva. Sabia, dentro de si, desde bem pequeno, que teria de crescer rápido, não podendo assim correr entre os bosques como ouvia seu tio dizer que o outro fazia. Agradeceu a ótima memoria que possuía por se lembrar do louro, percebendo que as lembranças não eram compartilhadas pelo jovem, já que ele não parecia reconhece-los.

-Dean nos chamou para ir algum dia em seu jardim ajuda-lo a cuidar dos rodoendros de sua falecida mãe. O que acha, Cas? – Perguntou a mais alta, enlaçando o pescoço do irmão e bagunçando seus cabelos facilmente, devido a sua altura exagerada. Dean se perguntava de onde vinha aquela altura toda, já que o outro era mais baixo que si.

-Uma excelente ideia!- Exclamou feliz pelo convite, e feliz também por serem suas flores preferidas. As adorava de tal modo a sempre ter um vaso das mesmas ao lado de sua cama.

- Que bom que gostou da ideia! Espero vocês lá ainda essa semana!- Sorriu frugal. - Eu vou indo antes que fique tarde. Ainda tenho um longo caminho de ida e volta a percorrer. Foi um prazer imenso conhece-los! Espero vê-los mais vezes, já que estão praticamente morando do lado do meu endereço agora!- Declamou por fim, vendo Seal abrir um enorme sorriso e ir em direção a si, o abraçando mais uma vez. A garota possuía um excelente abraço, teve de admitir, e se pegava pensando se o irmão possuía um tão confortável como o dela, mas não faria tal aproximação com o mesmo, pois já havia notado que o mesmo não gostava de muito contato físico, pelo como como o cumprimentou antes. Se contentaria por agora com o abraço da mais alta, sendo suficiente no momento.

-Foi um prazer também revê-lo, Dean!- Castiel disse e o louro pensou em como seu tom era macio e calmo, tendo assim a frase girando em sua cabeça por alguns minutos após partir. Voltou assim a caminhar pelo bosque, acenando para os dois que ficavam, trocando mais uma vez um longo olhar com o mais baixo, sorrindo por fim. Seguiu sua rota por mais algum tempo, cerca de 20 minutos, quando finalmente avistou a casa de pedras da qual passou grande parte de sua infância. Sorriu largo, vendo Mab colher ervas do lado de fora, no pequeno jardim.

-Parece que minha bruxa preferida anda fazendo muitas poções ultimamente, uh?- Disse o jovem, se aproximando da mais velha de braços abertos, sorridente. – Quanto tempo, Mab

-Dean! Meu pequeno Dean! Como esta meu miúdo? Há tempos não o via! Esta bem crescido, e cada dia mais bonito!- A ruiva disse, retribuindo o abraço quente, como não fazia há tempos.

-Como vai minha feiticeira preferida? Senti tanto a tua falta! A fragrância desse mês estava surpreendente! Trouxe-te essas flores!- Sorriu pequeno entregando-lhe o belo buquê, feito a pouco por Seal.

-Que belas flores! Ainda se lembra das minhas preferidas! Fico contente por isso! Mas, me diga, que suspirar e olhar diferentes são esses?- A moça perguntou, adentrando sua casa de pedra, sendo seguida pelo louro.

-Conheci alguém.

-E quem é o causador desse brilho?

-Se chama Castiel. Esta morando na floricultura de Bertil, é seu sobrinho. Esta vivendo lá com a irmã.

-E como ele é?

-Encantador. Tem mares nos olhos e a pele branca como a neve que cobre as montanhas da Noruega.

- Vejo também que não perdeu a poesia que sempre habitou em ti!- Disse a moça colocando suas belas flores dentro de um vaso, colocando-o, em seguida, sobre a bancada.

-Estou demasiadamente encantado.- Suspirou.

- É perceptível, meu pequeno. Pretende investir?

- Não sei se é o certo.

- Por que não seria?

- Se quer o conheço. – Soou tristonho, pensando em possibilidades de Castiel ter namorada ou estar em alguma relação.

- Compreensível. Mas, mudando de ponto, conte-me: Como andam as coisas em sua mansão?- A mais velha questionou, colocando pedaços de laranja, anis e alecrim em uma panela, aprontando, em seguida, a água para o chá.

- Tudo continua como sempre foi. Monótono e cinza. Há tempos não vejo mais cores... Benedith está com seus dias contados, já não sabemos quanto tempo mais o resta. Brígida anda com pesar, só Deus sabe como ela é apegada ao marido.

- É lastimoso ver a situação dela. Sempre foi tão forte, mas agora esta pujança esta cada vez mais se esvaindo de dentro de si. Creio, entretanto, que ela saberá lidar com a desencarnação dele. Ela compreende os mistérios da vida, e que o maior deles é a morte. Sempre teve plena consciência desse fato.

- Concordo com isso.- Disse por fim, pegando uma xícara que lhe fora oferecida.

Algumas horas depois, após terem conversado sobre assuntos diversos, Dean se despediu de Mab, dando inicio, assim, a sua caminhada de volta para casa. Andou entre as raízes das arvores que, por vezes, danificava  residência. Parou por um instante, e memórias de sua infância o atingiram, como uma flecha atinge um cervo no meio da floresta. Lembrou-se de brincar com seu pai, correndo entre as flores para se esconder do mesmo, comovendo-se por pensar que aquilo não aconteceria mais.

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⏰ Última atualização: Mar 11, 2019 ⏰

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