Trauma

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28 de abril de 2009

Era 17:00 quando Pietre saiu da biblioteca na qual estava estudando boa parte de sua tarde. Estava ventando bastante, havia passado mais tempo do que esperava lá, acabou pegando o clima de fim de tarde no qual ela odiava. Quando estava há uma quadra de sua casa, passou por um atalho em uma rua estreita e escura, porém não se preocupou já que estava acostumada a passar ali sempre. Mas naquele dia, algo parecia muito, muito errado naquele lugar. Pietre estava se sentindo observada, olhou em volta preocupada e quando voltou seu olhar para frente, ela foi surpreendida por alguém. Sua primeira reação foi gritar bem alto.

— Hey, calma. Sou eu, Ben. — Pietre abriu olhos que até então estavam fechados pelo medo e viu Ben, seu amigo de infância, rindo de sua cara.

— Porra, Benjamin. Isso não se faz cara, olha aonde estamos. — Pietre disse, com bastante raiva na voz, mas logo relaxou e riu.

— Não me chame de Benjamin, mocinha. — Disse ele enquanto passava seu braço envolta do pescoço de Pietre. — Papai mandou te perguntar quando pretende voltar para as aulas de tiro, ele acha essencial mulheres armadas no mundo de hoje.

— Imagina se ele soubesse que a tendência é piorar...

[...]

Pietre havia ido para casa de Ben, após muita insistência do mesmo, para fazer alguns tiro ao alvo.

— Pietre, você daria uma ótima atiradora, igual aqueles filmes com mulheres bem empoderadas. — Disse e logo após tentou seu milésimo tiro, errando novamente. — Já eu, sou uma negação. Por isso meu pai gosta tanto de você.

— Não fale besteiras, Ben. Você é ótimo, okay? E sobre ser atiradora, eu iria adorar ser uma assassina de aluguel, só que eu mataria apenas pessoas más. Quer algo mais empoderado do uma mulher matando pessoas más? Dando tiro no meio da cara de estupradores? — Pietre falou e riu, dando mais um tiro no alvo.

— Com certeza não existe nada mais empoderado que isso, garota.

[...]

Após voltar para casa, Pietre conversou um pouco com seus pais e logo depois foi para o banho. Sabe aquela sensação estranha de que tem alguém te chamando enquanto você está no banho? Aquilo aconteceu. Pietre demorou um pouco para distinguir se era real ou coisa da cabeça dela, mas os gritos ficaram mais altos. Ela desligou o chuveiro e se dirigiu para fora do box, travando logo em seguido quando escutou um tiro. Dois. Tinha alguém na casa. Seus pais. Ela ficou desesperada, tinha uma arma embaixo de sua cama que o pai de Ben havia lhe dado, mas seu quarto estava muito longe. Pietre ficou imóvel por longos minutos, estava tudo em um completo silêncio, até que ela resolveu  abrir a porta do banheiro. Ela viu uma sombra vindo da janela e logo olhou, havia um cara saindo pela janela, Pietre viu seu rosto, mas ele nem percebeu. Após pular, Pietre começa a caçar seus pais e o que ela mais temia estava ali, os dois estirados no tapete da sala. O grito ecoou pelo bairro inteiro.

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Notas finais
Eu realmente não sei o que esperar dessa história que surgiu na minha cabeça igual uma formiga daquelas minúsculas surgem no seu corpo sem explicações. Estou precisando exercitar minha mente e nada melhor que escrever, não é mesmo? Espero que leiam e gostem.
Aceito criticas construtivas.

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⏰ Última atualização: Mar 11, 2019 ⏰

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