Capítulo Único

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O objetivo da noite era simples, realmente muito simples. Encontrar o cara certo, levá-lo ao motel e ter, pelo menos, três orgasmos para esquecer o fora que seu ex lhe deu. Mas nenhum homem parecia digno de seu traseiro naquele bar, bem como em todos os outros por onde fora. Inferno. Era tão gostoso assim que nenhum cara naquela maldita cidade, exceto seu ex, era digno de uma transa?

Passar o carnaval inteiro sem ao menos se divertir com seus amigos não estava em seus planos, mas Kakashi tinha que ferrar com tudo ao lhe dar um fora para sair com um playboy idiota da tal máfia Uchiha.

Todos os seus conhecidos estavam se divertindo em algum lugar, mas eis que estavam na companhia daquele babaca e Naruto se recusava piamente a ir para os mesmos lugares que ele. Como pudera ter lhe trocado assim? O que fizera de tão errado assim para merecer tal consequência?

Seu ego estava tão ferido que nem a cerveja que bebia dava jeito. Não era o suficiente para ele? Só por que não era rico, influente e Uchiha? Babaca! Tomara que o pau caia quando estiver na cama com o playboy. Naruto terminou o copo de cerveja, pagou e saiu dali desgostoso, acreditando que nenhum dos bares que conhecia teria uma boa opção para afugentar a dor que sentia em seu peito.

Sentiu fome em algum momento da sua caminhada na rua movimentada, então decidiu entrar no primeiro restaurante que viu, para comer. Era até aconchegante e boêmio, com uma pegada de bar dos anos 40, tocando músicas lentas, mas provocantes. Naruto sentou-se numa mesa e pediu alguns bolinhos de carne de sol. Talvez… Pensou ao observar cada pessoa ali… Haja algum que possa lhe saciar o desejo. Num local decente, acharia pessoas decentes, talvez.

Claro que transar com alguém não era a melhor forma de se vingar do seu ex, mas se achasse ao menos alguém com o papo bom, poderia ao menos amenizar sua situação.

Enquanto comia, percebeu uma presença icônica sentada numa mesa posta no canto do restaurante, apoiava um cigarro preto entre os dedos e estava desacompanhado. Outros homens, vestidos como verdadeiros gangsters, se acomodaram numa espécie de meia lua que o sofá fazia perto daquele primeiro. Estes estavam com belas damas e afeminados rapazes em suas companhias, mas nada parecia agradar sua atenção.

Reconheceu a raça só por ver o brilhante anel de ouro branco com um rubi. Uchiha. O tal se levantou, deixando seus capangas conversando, e foi até outra mesa, sentar-se sozinho para fumar e beber em paz. Tatuagens… Existem tatuagens em suas mãos. São ramas negras com espinhos. Pediu uma bebida, alguns petiscos semelhantes aos de Naruto, e foi rapidamente atendido.

Não deve ser um Uchiha qualquer, como o que roubou o seu namorado. Deve ser um pica das galáxias só por causa de toda a aura de autoridade que ele emana em cada movimento seu. Comedido, frio, calculista e intimidante, não é lindo, mas tem muito charme. Naruto até soltou um suspiro de excitação quando o viu pentear os cabelos negros levemente compridos para trás.

Quando o viu caminhar pelo ambiente, ao arrumar o sobretudo estilo russo que usava sobre sua roupa, uma arma brilhante, parecia ser feita de prata, surgiu na lateral de sua cintura, por cima do colete. Naruto não precisou ser expert bélico para saber quem era aquela: Kusanagi, a ceifadora, e ela pertencia ao atual líder da máfia Uchiha. Todos sabiam quem era a arma por causa de descrições fidedignas da Desert Eagle .44 Magnum. O chefe sempre andava com duas armas, a faca e a pistola, mas os que sobreviveram só viram a faca e ouviram rumores de uma arma feita realmente de prata.

Mas Naruto a viu e pensou em ir embora. Não queria problemas com a máfia, como qualquer ser humano com juízo. Levantou-se, pagou sua conta e fitou a saída. Para seu azar pessoal, Kakashi acabara de entrar na companhia do playboy Uchiha, no entanto não o vira. Ainda. A raiva voltou com força total em Naruto e ele se viu numa encruzilhada: ou ia embora e evitava Kakashi, ou ia lá dizer tudo o que estava engasgado.

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