Capítulo 02
Adrian tentou sair de perto dela, mas não conseguiu vendo-a chorosa e assustada teve que permanecer ali, seu coração pedia isso, ele não sabia explicar mais tinha que ficar. Depois de um tempo segurando sua mão lhe passando calma, proteção e confiança ela caiu no sono. O tanto de remédio que recebeu também ajudou muito nisso. A olhou por um longo tempo, sentia que a conhecia de algum lugar mais não lembrava-se de onde, ela parecia um anjinho de tão frágil e inocente, pensar que uma pessoa fez aquilo tudo ainda mais com uma mulher grávida o deixava doente, doente de raiva e de nojo de como havia este tipo no mundo. Olhando para o relógio na parede viu que eram quatro da manhã estava cansado e com sono sua mente devia está o embaralhando por cogitar que a conhecia, precisava dormir um pouco para assim pensar com mais clareza.
Adrian saiu do quarto e caminhava para seu carro recebendo olhares feios das enfermeiras.
Que maravilha isso! Ele estava mesmo sendo fuzilado? Logo ele que amava as mulheres mais que tudo. Teve sua reputação manchada. Que vida viu Adrian! Que vida!
Chegou ao carro e o cachorrinho estava dormindo no banco como se fosse seu lugar, a cabeça sobre as patas em um sono profundo e tranquilo.
_ Pulguento. Nanico mentiroso. -Abriu a porta e logo o cachorrinho ficou alerta com o susto. –Espia só cara você tem que ir embora a moça disse que não é sua dona. Você me enganou seu trapaceiro de uma figa. –Ele bocejou sentando-se e latiu abanando o rabo alegre ao vê-lo.
_Não. Eu não quero saber. Não vou ficar com você e não nem me olhe assim. –Cruzou os braços. Ele latiu e uivou animado.
Sem poder evitar percebeu que já gostava do danadinho. Não ia o deixar por aí sozinho e faminto onde alguém poderia o machucar mais do que já foi. Aquela falta de orelha já era um sinal que foi machucado e que sofreu muito neste pequeno ciclo de vida.
Pronto!
Estava decidido. Seria seu amigo agora, sempre gostou de bicho e ele seria seu companheiro de viagem, depois que resolvesse este rolo com essa mulher a deixando num lugar seguro. O levaria ao veterinário para saber se estava bem, por as vacinas em dia e um banho daqueles porque estava fedido demais.
Portanto agora era seu.
Ajeitou-se no banco, pois seu chapéu no painel e ficou o olhando por um tempo, tinha que da um nome para ele.
Mais qual ficaria bem?
Tubarão?
Não! Muito ridículo ele era um cachorro, era o mesmo que por em um boi o nome de vaca.
Faísca?
Também não!
Pensou, pensou e pensou até que achou o ideal para ele. Era família agora então nada mais que juntos em torná-lo um Valente.
Valentino.
Perfeito. Ele ia se chamar Valentino o mais novo membro Valente.
Ligou o ar condicionado do carro um pouco depois desligou, se ajeitou no banco desconfortável porque Valentino estava ocupando tudo era nanico, mas espaçoso como nunca viu, já era quase cinco da manhã no horizonte já se via o clarear do sol, cobriu o rosto com o chapéu e caiu no sono sentado com a cabeça escorada na porta, um cochilo e mais nada só precisava disso, para pensar com clareza.
Quando acordou estava sentindo dores em todo corpo, não tinha mais idade para isso. Quando era jovem dava conta do tranco podia até dormir na carroceria do carro em movimento, mas hoje em dia tudo doía o pior era quando o tempo estava ficando mais frio, os ossos do braço da canela doía como se tivesse os quebrado naquele momento, tudo isso herança dos tempos de glória como peão, agora já tinha 34 vários ossos que já foram quebrados e seu corpo dava sinais da idade, sua coluna gritava socorro naquela altura já.
Ele entrou no hospital sonolento e cansado, o cochilo só o fez ficar pior. Precisava muito de um banho quente, escovar os dentes e trocar as roupas. Pegou um pequeno copinho de plástico encheu de café e tomou enquanto seguia para o quarto.
Quando adentrou o médico já estava entregando a ela os papéis da alta e algumas receitas sobre os remédios a serem tomados.
_A você está aí. Eu disse que ela já pode ir, não a necessidade de continuar aqui. – Foi saindo sem mais explicações.
Adrian quando a olhou percebeu que estava melhor que antes, o olho direito ainda inchado só que menos vermelho os lábios e o nariz com uma crostas ressecada. Ela puxou as cobertas e as pernas cheia de arranhões, os dedos dos pequenos e delicados pés feridos. Naquele momento desejou tanto pegar quem a fez mal é dá-lhe uma boa surra de chicote no lombo.
No que pode ver ela era vaidosa, as unhas bem cuidadas, mas estavam machucadas assim como boa parte dela, sentada ali buscava arrumar o volumoso cabelo, até que parou e olhou seus lábios tremendo.
_Eu não tenho para onde ir. –Cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar.
Diabos! Ele odiava ver mulher chorando.
_Tudo bem, não chora. Vamos da um jeito pode ser? –Acaricio seu ombro.
Ela fungou limpando os olhos e gemeu quando a mão machucou o inchado da bochecha.
_Você está uma bagunça, anjo. –Sorriu carinhoso. – Não chora viu? Tudo nessa vida se da um jeito, menos pra morte, então não chora mais. Cê num tem roupa aqui né? Eu acho que uma camisa minha e um short deve servir. Aí passamos em uma loja e compramos algo de menina usar. O que você acha?
_ Eu não tenho dinheiro. - Olhou-o sem graça.
_ Sem problemas. Eu compro pra você.
_Não. Você já me ajudou aqui, não quero abusar.
_Não e abuso. Vamos fazer assim eu empresto o dinheiro pra você. Aí Quando puder cê me paga tudo bem?
_ Eu juro pra você. Que assim que eu arrumar um canto pra mim, pago tudo a você. Te juro.
_ Não esquenta com isso não. Me espera aqui. Vou lá buscar alguma coisa pra você vestir. Venho já.
Adrian fuçou aqui e ali em sua mochila e não tinha nada descente. Pegou apenas uma de suas camisas xadrez, revirou tudo atrás do short e não tinha, só trouxe calça jeans e camisas, cogitou levar uma de suas cuecas, mas seria estranho demais.
Precisava encontra alguma lojinha pelo caminho para comprar uma roupa de menina urgente.
Ele tinha era que se livrar dela é não tá pensando em ajudar. Ele tinha uma missão e agora estava ali ajudando uma desconhecida que seu coração traiçoeiro dizia para ele ajudar no que fosse e a protegesse como um leão feroz.
Quando saíram do hospital ela estava sumindo na camisa dele. Bateu na metade da coxa, as mangas tiveram que ser bem dobradas e o pior de tudo era que estava imaginando coisas com ela somente vestindo sua camisa.
Droga! Ela era bonita demais.
Aqueles olhos diferentes, e o rostinho de anjo. Valentino quando a viu começou latir animado querendo sair do carro para recepcioná-la.
_Este é o cachorro que você estava falando? – Sorriu quando Valentino latia e meio aos uivos de animação.
_E sim. Este pulguento mentiroso. Eu o adotei já que cê num e dona. Não ia abandona o bicho aí.
_Ele e lindo. -afagou sua orelha.
_ Cê não me disse seu nome. -Ajudou-a subir no carro.
_ Eu me chamo Bêtina. –O olhou enquanto ele lhe botava o cinto de segurança como se fosse uma criança. Só foi tão bem cuidada assim quando seu pai estava vivo.
_Nome muito bonito. Muito prazer, Bêtina. –Estendeu-lhe a mão. – Eu sou Adrian. Adrian Borges. –Sorriu.
Ela sorriu, porém isso repuxou muito a pele da bochecha causando dor e fez um careta.
_Quem fez isso com você Bêtina? Podemos ir à delegacia e você o denuncia. Eu te juro que faço o infeliz pagar caro por isso, e ajudo você a reconstruir sua vida.
_Não. Eu só quero que eles não saibam onde eu tô. E a polícia não, por favor. -Implorou agarrando suas mãos com medo.
_Eles? Meu Deus! Não foi só um teve mais? –Olhou-a apavorado. Como alguém batia em um anjo deste ela se parecia como um pequeno e indefeso gatinho assustado.
_Por favor, sem polícia. Eu te imploro. Eles são perigosos. Tem amigos perigosos. Eles são tão malvados. Eles queriam meu bebê. –Agarrou a si mesma como proteção pelo bebê.
_Tudo bem, mas vamos ter que da um jeito nisso. Você não pode se esconder pra sempre, Bêtina. Isso e muito errado as pessoas devem ser livres e não assim como você está. – Fechou a porta do carro e deu a volta.
Bêtina o viu dar a volta no carro para entrar sua cabeça ainda doía muito devido todas as pancadas que levou. Assim que tivesse oportunidade ia fugir. Não podia por ele também em perigo. Os filhos de seu padrasto eram monstros, pequenas cobrinhas criadas por ele, não iam perde tempo em tentar machucar Adrian por estar a ajudando, qualquer pessoa que tivesse dinheiro era como tesouro para eles, embora este ai não parecesse ter muita coisa, mesmo assim tudo que ela menos queria era machucar mais alguém, mas do que já teve pessoas machucadas em todas está bagunça que sua miserável vida se tornou.
Ela precisava sumir, só que como? Todo dinheiro que tinha guardado eles acharam, sua casa já não era mais dela, depois que a mãe se afundou no álcool ficou maluca e não teve nem tempo de deixar as terras de seu pai como sua herança, aquilo era uma merda.
Aquele porco imundo na sua casa. A casa que seu pai lutou para construir para eles morarem dignamente, mas depois de sua morte a mãe decidiu que aquele homem era o pai ideal, quão burra foi por isso? Mas não a julgaria ela simplesmente amava o cara mais que a própria filha. Nunca gostou do sujeito, sempre a olhando esquisito, ai depois veio com aqueles filhos folgados e preguiçosos dele para piorar ainda mais toda situação.
Ainda se lembrava do dia que a mãe surgiu com aquele homem em casa, só tinha dez anos. Havia acabado de chegar da escola, ainda sofria pela perda do pai.
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(DEGUSTAÇÃO)As Pequenas Surpresas de Uma Vingança -Série Irmãos Valente 03
Romance(DEGUSTAÇÃO) disponível na Amazon Adrian Valente era o segundo filho de Pedro Valente. De início, quando perdeu os pais, decidiu que Ipameri não era seu lugar. Pegou suas roupas, um dinheiro emprestado do irmão e ganhou o mundão afora, virando peão...