Acho que te amo.

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Era estranho pensar em como as coisas mudavam de maneira rápida e dramática.

Harry estava sentado na sala de Louis, sozinho, bom ele tinha Tobias com ele, então aquela sensação era apenas emocional e não física.

É que depois de tudo o que  havia acontecido naquele dia, ele se sentia atordoado com todas aquelas repentinas mudanças, não só referente ao dia em si, mas em todos os que sucederam sua expulsão de casa. Eram muitas, e o cacheado se sentia sufocado por não conseguir ter o controle do que acontecia em sua vida. Mas é que tudo aconteceu tão rápido para ser digerido, que o fazia sentir fora de seu próprio corpo, como se aquilo não fosse real.

Tobias havia sido uma mudança boa, em meio as tantas outras. Assim que o gato o viu naquela tarde, enquanto acompanhava os amigos e a irmã até a pousada em que estavam hospedados, havia se grudado nele, e não aceitou uma separação, nem mesmo quando Zayn o tentou tirar de seu colo. Aquele ato rendeu pelos arranhões pelo braço tatuado do amigo, e vários resmungos doloridos, onde ele acusava o bichano de ser pior que sua dona.

O gato branco tinha se apegado ao garoto de tal modo que sua dona, a senhora Andes, resolveu lhe dar o animal. Segundo a mesma, o gato idiota havia se identificado com a criança boba.

Mas voltando a questão principal, Harry podia não estar fisicamente sozinho, mas se sentia solitário em seu interior. E era estranho pensar nisso naquele momento.

Ele estava feliz por ter Gemma, Liam e Niall de volta, o cacheado realmente pensou que nunca mais os veria. Mas estava magoado por ter que deixar Louis, Zayn, Cris e até mesmo a senhora Andes para trás, ainda mais depois de tudo o que havia passado naquelas semanas. Eles também eram parte das pessoas que ele considerava sua família, e estiveram ali por ele no pior momento de sua vida. 

Era estranho estar se sentindo forçado a seguir algo que não queria. Ele fez isso a vida toda, sempre obediente, e isso lhe levou a aquele momento.

Seria tão difícil poder seguir, ao menos uma vez em toda a sua vida, a sua própria vontade?

Harry se sentia mau por não querer ir para Nova York com sua irmã. Já havia tido a oportunidade de atravessar o oceano uma vez, mas assim como no presente momento, ele não queria ser forçado a fazer aquilo.

Seu desejo era ficar ali, trabalhando na confeitaria, trocando piadas com Zayn, jogando conversa fora com Cris, e claro, dividir a cama e seus beijos com Louis. Quem sabe um dia eles pudessem namorar, casar e construir uma família juntos.

Talvez fosse sonhar alto demais, mas depois do beijo que eles trocaram, o cacheado não pode deixar de fantasiar um futuro com o mesmo. Ele nunca tinha se sentindo assim por ninguém. Então admitiu a si mesmo que estava apaixonado pelo mais velho.

E talvez esse fosse o real motivo, ou pelo menos o principal, de não querer seguir a irmã. Ele queria algo novo. Queria ver até onde chegaria com aquela nova vida. Não queria deixar ninguém ou se distanciar daquela nova realidade, porque já tinha adorado viver tudo aquilo. Por mais dolorosa que as coisas tenham sido para estar naquela casa, com aquelas pessoas.

Ele suspirou cansado, se deitou no sofá e logo Tobias já estava aconchegado em cima da sua barriga. Seus olhos de fecharam tentando espantar o drama que se passava em sua mente.

No fim ele  e o gato branco acabaram dormindo enquanto aguardavam Louis chegar.

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Louis chegou as dez da noite, após longas horas de conversa com a Styles mais velha. Ele e Zayn ficaram responsáveis por cuidar de Harry, enquanto Gemma preparava a viagem para Nova York.

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