Rotina
6:43 AM - Setembro
Me sentei na cama, uns segundos antes do despertador tocar. O desliguei e quase me joguei na cama novamente. Mas resisti a tentação e fiquei de pé, baguncei o cabelo e fui me despindo até o banheiro.
Tomei um banho frio e saí enrolada na toalha, procurei uma peça de roupa. No fim, escolhi um jeans de lavagem escura, minha blusa xadrez preta e uma camiseta do Nirvana que tenho desde os 15 anos, me pergunto como ainda me serve. Organizo minhas coisas na mochila, com isso, digo jogar as coisas lá dentro e pronto.
Escutei o volume da voz de meu pai aumentar, se intesificar e falar áspero e autoritário com minha mãe, que parecia chorar. Eu não podia fazer nada, minha mãe tinha medo, pavor do que poderia acontecer. Suspirei, inquieta.
Conectei os fones e desci, analisei os dois, meu pai estava uma fera e aparentemente bêbado, minha estava chorando enquanto lhe dava um sermão. Ignorei, já havia me acostumado. Peguei uma barrinha de cereais e destranquei a porta.
- Tchau...-murmurei. Saí e guardei a chave no bolso do meu jeans. Peguei um ônibus e cheguei ao colégio.
Entrei e troquei a música, procurei a biblioteca e antes topei com a Laura Harrier. Não estava com a cara boa, parecia ter chorado a noite toda, os olhos estavam com olheiras fundas e vermelhos.
Desilusão. Alguém tinha partido seu coração e eu tinha certeza de quem havia o feito: Tom, sem dúvida.
Laura passou por mim e dei de ombros, afinal, não é problema meu. Encontrei a biblioteca e antes de entrar, bati na porta e com o consentimento da bibliotecária, entrei e me escolhi uma mesa perto da saída. Era um lugar tranquilo, bom de ficar e não era um cômodo muito frequentad pela maioria, então, melhor ainda.
" Olá, Insanidade.
Estou fora das leis da gravidade,
Fui empurrado,
Tornei-me um lunático,
Adeus, Sanidade. "
- Porcaria. Isso está uma droga. - revirei os olhos em descontentamento, maldita professora de literatura. Um trabalho que valia 2/3 da nota do semestre, escrever um poema ou sei lá. Já havia refeito várias vezes e o resultado não era dos melhores.
O bom disso, que ainda tinha tempo para terminar. Mais precisamente, quatro semanas. Irritada, arranquei aquele rascunho do caderno e guardei o meu caderno de rascunhos, estava bem gasto e velho. Verifiquei as horas no celular.
E lá na porta da biblioteca, estava Tom. Havia ido falar comigo ontem e eu não dei idéia para ele, e aqui está ele de novo.
Holland deu um sorriso e acenou, revirei os olhos, qual era o problema dele ? Estava se aproximando novamente, peguei minha mochila, aumentei o volume da música - Even Flow, Pearl Jam -, e assim que Tom se sentou, eu me levantei e saí de lá.
Era estranho. Por que isso do nada ? Sei que éramos amigos e tal, mas vir atrás de mim depois de anos dessa fase, era bizarro.
8:45 AM
Suspirei, vendo a professora de literatura entrar. Estava feliz por ser sexta-feira, mas sabia que seria um saco, por quê ? Meus pais.
Vejo Laura entrar, acompanhada de uma de suas amigas. Não me contento a prestar tanta atenção na aula dela, por maior parte é sobre poemas e referências à Shakespeare.
A aula da senhora Johansson passou e sinal tocou. E a loira exigiu saber como o meu trabalho estava indo, ela era gentil comigo e minha consciência pesou. Sem muito o dizer, saí e caminhei até os portões. Peguei um ônibus e cheguei em casa. Destranquei a porta, a fechei e subi para o meu quarto, meus pais estavam trabalhando, estava sozinha. Me joguei na cama, dei um suspiro, cansada e pensativa.
Tom queria falar comigo, mas 'pra quê ? Idiota.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Girl Hard
RomanceTom Holland e seus amigos fazem uma aposta. Um desafio, conquistar (lê-se ficar com) Zendaya, a garota "difícil" de Midtown High School. Ele aceita, era popular e qualquer uma caía sob seus pés, mas não fazia ideia de quão difícil era aquela garota...