Feliz aniversário Mari, sorte e todos os sonhos realizados sempre. Parabéns!
Para Glenda! Que já ama o Alfonso. Para Nifaelly que me mandou uma linda mensagem. Obrigada.
Alfonso
" Subo correndo as escadas, alguém abre a porta do quarto, um grito de desespero soa em seguida, meus olhos fixos na mão caída para além da borda da cama, as pontas dos dedos em um tom de lilás inumano, a jarra de água está de novo vazia, caída sobre a cômoda, o frasco de comprimidos está no chão misturado a cápsulas úmidas. Seus olhos estão abertos, mortos e abertos, estáticos.
— Mãe!"
Meu grito me desperta, eu me sento na cama com a testa suada e o corpo tremulo. A garota de lindos cabelos platinados se move preguiçosa ao meu lado, abre os olhos azuis e demora um longo momento para entender.
—Desculpe, tive um pesadelo. – Ela boceja se espalhando mais na cama.
—Sei como é. Outro dia sonhei que estava trabalhando para me sustentar, acordei assustada, pareceu tão real.
Franzo a testa pensando se é uma piada ou não, pelo ar compenetrado parece ser a mais pura verdade. Empurro as cobertas.
—Vou tomar banho, não demora para se levantar, seu pesadelo é minha vida real, tenho que trabalhar para me sustentar. – Digo arrancando a bermuda e seguindo para o banho, ela me segue até o chuveiro.
— Trabalha por quer é o que ouvi. – Ela deixa os braços descansarem sobre meu peito, os olhos languidos posam sobre mim de modo convidativo. – Um Mendoza de Aragón! – Sua sobrancelha desenhada se ergue. Tudo explicado, Sheryl não fala direito comigo desde que nos conhecemos e Lopes me apresentou como mecânico, ontem tudo mudou, ela se aproximou toda insinuante e agora isso. – Vai ao réveillon do Palácio de Aragón? Pelo que sei é a noite mais concorrida de toda Espanha, vem gente do mundo todo para a festa. – Sua mão começa a descer lenta por meu peito, seguro seus pulsos e a afasto.
— Sinto desaponta-la, se tivesse me dito ontem que seu interesse era pela herança eu teria te poupado o trabalho de dormir comigo e avisado que abri mão de tudo tem alguns anos.
— Você é um babaca! – Ela diz puxando uma toalha e se enrolando nela.
—Babaca e pobre, gata. – Pisco para ver seu olhar cintilar de ódio enquanto ela me da as costas e enfio a cabeça sob a água morna, não demora e escuto a porta do quarto bater.
Depois do banho me visto com jeans e camiseta, uma velha camiseta manchada que uso para trabalhar, pego a moto e guio uns quarteirões até a oficina. Adoro pilotar, me faz livre, limpa a mente, o vento, a velocidade, não sou nada quando estou pilotando, sem passado e sem futuro, só o vento.
Lopes está mexendo em uma moto quando entro, ergue os olhos e acena sem muito ânimo, um cigarro descansa no canto da boca.
—Atrasado. – Ele resmunga.
— Noite longa. – Digo pegando minha caixa de ferramentas.
— Sheryl deu trabalho? – Ele ri tragando o cigarro e mudando de posição, limpa a mão em um pano mais sujo que suas mãos e joga o pano no ombro.
—Foi legal. – Não estico o assunto.
— Quer me ajudar aqui? Tenho que entregar essa máquina hoje. Não consigo achar de onde vem o barulho. – Deixo meu trabalho para me juntar a ele. – Como é injusto, aquele babaca pode pagar uma fortuna por uma Harley e nem sabe como pilotar.
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Trilogia Herança - Sucessor(Degustação)
RomanceAlfonso Mendoza de Aragón está com 24 anos, deixou a casa da família aos dezessete anos, magoado, rebelde e decidido a viver por seus próprios meios, mesmo sendo herdeiro de uma rede de luxuosos hotéis na Espanha. A morte de sua mãe deixou cicat...