Capítulo Único; Novo

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Eu tinha acabado de ser rejeitado pela garota cujo eu gostei por 2 anos. Nós não éramos amigos íntimos, mas nos falávamos com frequência, e eu tenho quase certeza de que ela sabia como eu me sentia em relação à ela. Mas mesmo assim...

– Eu gosto de você de verdade. Não é como quando éramos menores, eu sinto algo forte por você, Yuuki. - disse segurando suas mãos e tentando passar o máximo de sinceridade apenas com o meu olhar.

Ela sorriu e soltou uma das minhas mãos, pegando delicadamente em meu queixo, como se eu fosse a garota ali. Ela selou nossos lábios, aquilo foi tão rápido que quase não deu tempo de devolver o beijo.

– Você é legal, mas eu não sinto algo tão forte assim por você. Acho que é melhor nos separarmos por aqui, ou você vai acabar sofrendo mais - ela se levantou indo em direção à porta do terraço da escola, eu me esforcei muito, mas não pude conter as lágrimas mais teimosas que escorriam pelo meu rosto.

Depois disso eu tentei evita-la nos horários vagos e nos intervalos, mas toda vez que eu não tinha algo importante para fazer, me pegava olhando aos arredores à sua procura. Até que ela saiu da escola, eu não sei se fiquei bravo por ela ter ido de fato, ou por ela nem sequer ter me avisado. Mas estava tudo bem já que de qualquer forma, não nos falariamos mais.

Justo na manhã que eu estava mais triste, meu amigo me ligou, ele disse que queria sair, pra passar o tempo e esquecer as coisas ruins. Ele parecia uma mãe, com aquele radar de tristeza, como ele podia saber que eu estava mal justo naquela manhã? Nunca saberemos.

Fomos em uma sorveteria, pegamos sorvete e alguns doces para pôr, por cima. Nós não permanecemos na sorveteria, apenas compramos oque queriamos e depois fomos em direção ao parque de diversões, oque eu achei que seria bom, mas não estava tão legal assim.

– Ei Jinsung, aquela não é... É a Lisa, cara essa é a minha chance, por favor me espere aqui. Eu já volto - disse YeChan indo até a garota que ele vinha secando há bastante tempo. Me deixando sozinho.

– Ótimo, sozinho novamente... - falei pra mim mesmo enquanto tomava um pouco de sorvete.

Eu esperei o YeChan por muito tempo, até eu vê ele se afastando com a garota, ele esqueceu de mim.... No fundo eu sabia que isso aconteceria.

Mas, eu não queria estragar a minha tarde, eu apenas suspirei e comecei a andar, tentando achar algo interessante para fazer em um parque de diversões.

Chegou uma hora em que eu estava cansado de ficar andando pra lá e pra cá sem fazer nada, então eu decidi me sentar à uma mesa de uma das barraquinhas de cachorro quente. Pedi uma garrafa d'água para poder utilizar a mesa, peguei meu celular e fui verificar minhas mensagens.

– Maaaãeee, por favor!! Deixa eu ir só mais uma vez na roda gigante - uma criança faz birra tentando escapar da mão de sua mãe, que está segurando seu pulso firmemente.

– Eu já disse que está tarde, você precisa ir dormir - ela para de tentar puxar o filho, se ajoelha em sua frente e conversa com o mesmo - você já comprou as fichinhas para a roda gigante, certo? E fez isso sem nem pedir. Agora você vai até alguém e oferece essas fichas, e sem reclamar - a mãe ordena bem calma, e a criança faz um bico enquanto anda em minha direção.

Eu não estava prestando muita atenção neles mas assim que vi o garoto vindo até mim eu entendi oque estava acontecendo.

– Moço, você quer essas fichinhas para a roda gigante? Eu não vou usar, pode ficar, tó! - ele as deixa em cima da messa e volta emburrado para a mãe, que o esperava um pouco longe de onde estávamos.

– Está bem... Pelo menos agora você pode ir fazer algo à não ser beber água - falei sozinho enquanto me levantava e pegava as fichas, indo em direção a fila enorme da roda gigante.

Eu era o último da fila, e quando minha vez chegou, já estava tarde.

– Olha, essa vai ser a última volta da roda gigante, ela fechará assim que essa volta acabar - o homem que comandava as coisas da roda gigante disse alto para que todos ouvissem.

Um garoto, mais ou menos da minha idade junto à um menino pequeno,vieram correndo em direção ao cara que dava o recado, eles vieram tão rápido que eu fiquei cansado por eles.

– Por favor, deixa o meu irmãozinho ir também, vai ser a primeira vez dele e.... Espera um segundo.... E isso é realmente importante, ele tem esperado muito por esse momento - o garoto fala ofegante, tenatndo convencer o cara a deixa-los entrar.

A cabine era para duas pessoas, e a minha era a única vazia, eu já estava pronto para seder o meu lugar aos meninos, já que eles queriam tanto. Mas, um imprevisto aconteceu, e eu não vou mentir, agradeço por isso até hoje.

– Está bem, você se encomoda em dividir a cabine com duas pessoas? - ele perguntou olhando para mim, e eu só balancei a cabeça negativamente - Certo, então vocês também podem ir - os meninos iam entrar quando o cara no comando notou algo errado - Espera aí garotinho, vem aqui - ele trouxe o menino pequeno para perto do medidor de altura, o resultado daquilo fez o menino ficar cabisbaixo por muito tempo. - Infelizmente... Só seu irmão pode ir.

– Não, eu não vou sem ele, ei maninho, se você não vai então eu também não vou - o mais velho, que era bem atraente, disse ao menor, que estava desapontado consigo mesmo.

– Você, pode ir entrando já que eles não vão - o homem disse falando comigo de um jeito totalmente autoritário, oque me assustou um pouco.

– Espera! - a criança exclamou alto - DoYum, eu quero que você vá! Eu também vou me divertir te olhando daqui de baixo, por favor, vai e me conta como é incrível ficar lá em cima. - aquela criança era adorável, eu estava encantado por seu jeitinho fofo, quem diria que um dia eu enjoaria daquela cara de bolacha.

Subimos na mesma cabine, me senti um pouco culpado, mesmo sabendo que a culpa não era de ninguém.

– Desculpa, mas ele parece está feliz em te ver aqui - disse me inclinando um pouco para ver a carinha do mais novo, que não estava tão embaixo já que aviamos acabado de sair do lugar.

– Ele estava esperando por isso - ele falou de um jeito triste, parecia está se sentindo horrível.

– Você... Não está bem né? - mesmo tendo um nível mínimo de intimidade, eu peguei em sua mão, queria que ele se sentisse acolhido, e não precionado - Não quero que me conte uma longa história sobre como ficou com esse humor, mas se quiser contar, vou me sentir importante.

Ele sorriu, mostando seu aparelho que combinava perfeitamente com o seu rosto fofo e infantil, apesar de termos a mesma idade. Ele virou a cabeça para o lado e desfeis o sorriso, parecia que ele avia acabado de se lembrar de algo ruim, então não o provoquei mais, apenas soltei sua mão e optei por ficar na minha. Mas não foi possível já que assim que deixei sua mão de lado, ele tentou puxar a minha bruscamente, entrelaçando nossos dedos. Aquilo foi muito estranho, não nos conhecíamos, mas estavamos tão próximos...

As pessoas costumam dizer que o novo é ruim, e que sempre será difícil se acostumar com ele, mas aquilo era totalmente novo e eu lidei com aquilo de um jeito tão simples. O novo não foi nem um pouco ruim pra mim.

Isso É NovoOnde histórias criam vida. Descubra agora