Capítulo Único

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A batalha estava prestes a começar e eu estava pronta. Pronta para lutar com ele e por ele. Respirei fundo e me senti e êxtase. Olhei dentro de seus olhos que sorriram hesitantes para mim, como se temessem que alguma coisa estivesse prestes a acontecer. Tentei transferir toda a segurança possível. Logo um simpático e forçado sorriso apareceu em seus lábios. O mesmo sorriso que aparecia em momentos difíceis.

- Pronta? - Perguntou ele.

- Sempre. - Respondi casualmente, mas com mais confiança do que o habitual.

Ele olhou dentro de meus olhos e eu senti como se não estivesse acontecendo uma uma guerra. Como se fosse só eu e ele no meio de um imenso nada, sem gravidade para nos segurar, sem precisar respirar, como se só nós dois juntos fosse o suficiente para parar o tempo e destruir o espaço.

Ouvi os irritantes "exterminate" se aproximando e acordei do meu transe. Agora eu fitava o céu enquanto milhares, talvez milhões, de Daleks desciam. Doctor havia me falado sobre eles, da guerra e de tudo o que já fizeram, mas eu sentia que ele estava escondendo algo. Apesar de nunca ter visto um Dalek, de fato, eu não sentia medo. Na verdade, os achava engraçados e irritantes, apesar de toda a maldade por trás deles.

Ouvi um suspiro vindo do Doctor e, em seguida, um sorriso confiante brotar em seus lábios, que presumi ser verdadeiro dessa vez. Ele deu um passo à frente até ficar ao meu lado.

- Agora é a hora, Clara.

O Doctor era contra armas, mas dessa vez ele me deu uma. Disse que eu iria precisar. Ela era quase maior do que eu, e extremamente pesada. Uma faixa a segurava em meu ombro, que já estava começando a ficar dolorido.

Vi o Doctor correr para o lado oposto que o meu, fazendo o que tínhamos planejado. Os Daleks tinham vindo parar aqui por causa de uma fenda no tempo, então tudo o que tínhamos que fazer era jogá-los de volta na fenda. Ele desenvolveu um dispositivo que, quando jogado na fenda, puxaria de volta todos os pertencentes a ela, e esse era o meu trabalho. Ele distrairia e eu jogaria. O medo preencheu-me por um momento ao lembrar, mas ele já havia lutado contra Daleks piores, eu sabia que não tinha com o que me preocupar. Afinal, ele era o Doctor.

Corri atirando enquanto tentava desviar dos tiros dos Daleks. Continue a correr até perder o Doctor de vista, indo ao encontro da fenda. Vários Daleks continuavam a sair, o que não facilitou. Alguns deles atiraram em mim, mas eu desvie e atirei de volta, acertando-os. A minha frente, agora, só tinha carcaças de Daleks mortos, mas o céu ainda estava repleto deles. Aproveitei enquanto eles iam atrás do Doctor e corri mais depressa. Passei entre uma divisa de duas rochas e entrei. Assim que passei, foi como se todo o barulho cessasse. Agora só conseguia ouvir o som da minha respiração e dos pingos d'água que caiam da parte de cima da rocha. Olhei para o topo do mesmo, analisando a altura que eu teria que subir.

Comecei a escalar. Escorreguei de inicio, mas prossegui. Uma determinação sobre-humana tomou conta de mim, me incentivando a continuar. Depois de um tempo, consegui chegar ao topo. Olhei lá de cima e vi o Doctor driblando alguns Daleks, parecia se divertir com isso. A fenda estava um pouco abaixo de onde eu estava, então tinha que descer no rochedo, mas essa parte era praticamente lisa, não tinha como escalar.

Aproveitando a distração dos Daleks, comecei a descer. Assegurei de que o dispositivo estivesse bem preso em minha cintura antes disso. Para subir tinha sido fácil, mas para descer era mais complicado. Eu tinha amarrado uma corda em minha cintura, portanto me sentia mais segura. Tateei com o pé a superfície da rocha, a procura de um lugar firme. Continuei a descer, até ficar a cima da fenda. Eu estava segura, poderia me inclinar para trás e acertar o dispositivo na fenda, mas antes que tentasse, ouvi um Dalek chamar a atenção dos outros para mim. Ouvi o Doctor gritar algo que não entendi, mas ignorei. Continuei a tentar.

My Impossible GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora