Capítulo 1 - First Words

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– Isso não está dando certo – eu disse quando abri os olhos pela terceira vez na mesma madrugada. – Eu quero dormir e você não deixa! – Eu resmunguei, virando de lado na cama. Fazia dias que não conseguia dormir direito, sempre acordando no meio da noite, sempre sonhando com os mesmos olhos azuis, sempre pensando naqueles malditos olhos azuis – Porque você não me deixa em paz? – Eu perguntei como um louco para o quarto escuro.

– Olha só Hazz – uma voz abafada saiu do meio das cobertas na cama ao lado. – Eu sei que você não teve uma boa infância e que ainda tem amigos imaginários – de repente a cabeça de Liam emergiu das cobertas. – Mas será que dá para você mandá-los embora e pedir para voltarem outra hora? – Ele disse. – Ou então arranje alguma outra coisa que faça menos barulho, como um diário se você quiser desabafar, mas, por favor, pare de falar e me deixe dormir – ele disse com um olhar assassino antes fechar os olhos e voltar a desaparecer no meio do edredom. A culpa não era minha se eu acordava no meio da noite porque aqueles olhos invadia os meus sonhos.

Bufei e virei para o outro lado da cama, puxando as cortinas e tentando me concentrar em NÃO sonhar, mas foi inútil, porque no momento em que voltei a cair no sono, ele me perseguiu.

Novamente acordei e já estava até abrindo a boca para xingar até a última geração dos Tomlinson por terem feito aquela criatura perfeita existir, mas ai eu lembrei que Liam estava dormindo e que provavelmente me mataria asfixiado com o seu travesseiro se eu o acordasse novamente. Santa Merda. Nem dormir eu podia.

Rolei para fora da cama e tentei fazer o menor barulho possível quando desci as escadas para a sala do meu dormitório. Não havia ninguém lá, graças a Merlim, então eu poderia ficar acordado em paz – já que a opção 'dormir' estava fora de questão.

Atirei-me em uma das poltronas e fiquei olhando para a lareira escura – há essa hora o fogo já havia sido consumido. Meus olhos estavam tentando se fechar, mas eu realmente não queria dormir. Não se a perspectiva era tão horrível. Foi ai que meus olhos – quase grudados de sono – encontraram um pequeno livro em cima da mesa. Era azul com estampas de folhas, com uma fita para marcar páginas com uma folha de prata perdurada.

Estiquei a mão e o abri, mas não havia nada escrito apenas a frase: " Eu não paro de sonhar com aqueles olhos verdes. " Na primeira folha, em uma caligrafia desconhecida. Estranho.

E de repente outras palavras apareceram, como se alguém as estivesse escrevendo enquanto eu lia.

" Isso está ficando realmente ridículo, porque eu nem consigo mais dormir. Meu primo reclama que eu falo durante a noite, mas o que eu posso fazer? Ele NÃO devia estar nos meus sonhos, isso está me irritando além do que eu posso suportar..."

Meus olhos se arregalaram depois que eu acabei de ler e eu larguei o livro rapidamente, como se tivesse me queimado. Isso era estranho, muito estranho. E mais letras apareceram.

" Eu estou na sala do dormitório agora, encarando a lareira com os restos do fogo sem saber o que fazer. Porque isso insiste em acontecer? "

Eu olhei para os lados antes de olhar para o livro novamente. Era como se o livro estivesse lendo os meus pensamentos, porque eu também estava na sala comunal olhando para a lareira porque eu não conseguia dormir por estar sonhando com alguém.

Será que esse livro lia mentes? Bem, eu achei meio improvável já que o livro se referia a 'olhos verdes' e não a olhos azuis. A menos que ele lesse pensamentos invertidos, coisa que não parecia muito certa.

Guardei o livro no bolso do meu pijama e subi para o quarto novamente, peguei uma caneta e deitei na cama, fechando as cortinas. Assim que abri o livro outras palavras estavam escritas ali.

" Eu estou caindo de sono, mas eu não me atrevo a ir para o meu quarto e ter de ouvir os garotos reclamarem. Acho que vou ficar por aqui mesmo e... "

"Oi." - Escrevi rapidamente testando minha tese.

"Ai meu Merlim, acho que estou ficando louco, porque eu juro que palavras apareceram no meu diário. Ou talvez seja o sono mesmo..."

"Não é o sono, estou escrevendo de outro diário. Quem é você?"

" Escrevendo de outro diário? Isso parece com algumas coisas que eu li nos livros do Harry Potter... Você é Tom Riddle? Porque se for eu juro que vou cravar uma presa de basilisco nesse livro. "

"Não eu não sou Tom Riddle..."

" É claro que você não diria se fosse! "

"Hey! Eu estou falando sério, eu só encontrei um livro em cima da mesa da sala do meu dormitório e resolvi abri-lo e o que você escreveu apareceu aqui." - Nossa, que garoto mais doido.

" Sabe que isso é muito suspeito? E... ESPERA AI, VOCÊ LEU O QUE EU ESTAVA ESCREVENDO? "

"Bem..."

" DEIXE SÓ EU DESCOBRIR QUEM VOCÊ É! VOU ACABAR COM VOCÊ! ONDE É QUE JÁ SE VIU LER ASSIM, INVADINDO A PRIVACIDADE DOS OUTROS! "

"Hey, se acalme, eu não fiz por mal, as palavras simplesmente apareceram do nada. Você não pode me culpar por ler."

" Quem é você? "

"E você acha que vou te dizer depois da ameaça que você fez?"

" Quer saber? Eu vou é jogar isso aqui fora, se algum estranho intrometido pode ler o que eu escrevo "

"Faça o que bem entender" – Eu hein, garoto mais estressado.

" Vá se ferrar, invasor de privacidade alheia "

"Vá se ferrar você! Isso que você tem só pode ser falta de..."

" Se você concluir essa frase eu juro que eu descubro quem você é e cravo uma presa de basilisco em VOCÊ! "

"Falta de homem."

Eu esperei que mais palavras aparecessem, mas nada foi escrito então eu conclui que talvez ele tenha jogado o livro fora mesmo.

– Estranho – eu falei comigo mesmo. Guardei o livro embaixo do meu travesseiro e me ajeitei na cama. Quem será que era o garoto que estava escrevendo? E porque o modo de falar – escrever – parecia familiar? Eu realmente não vi como nem quando, mas eu dormi.

No outro dia, quando uma travesseira da de Liam me atingiu em cheio no rosto, eu acordei pasmo, sem acreditar que não havia sonhado com nada.E enquanto Liam se arrumava no banheiro eu puxei o livro debaixo de meu travesseiro.

" Tome cuidado por onde anda garoto, tenho uma presa de basilisco na minha mochila a partir de agora "

Um sorriso se formou em meu rosto ao ler o que estava havia escrito.

The Daily Boy - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora