Loki'd!

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Mais um dia no colégio J. Carter. Na sala de álgebra, Joanna Sweetheart fazia uma análise da sua vida.

Cindo anos atrás, Dean e Amelia Sweetheart haviam sofrido um atentado, tornando Joanna a bilionária mais jovem do mundo – mas não a mais feliz. Antes do atentado, Amelia queria que gostassem da filha por quem ela era. Portanto, Joanna Sweetheart se tornou Joanna Smith – seu nome do meio – e tentou se adaptar.

Porém, desde que Joanna entrou na J.C. – que cobria desde o primário até o ensino médio -, sua vida se tornou um inferno. Os garotos puxavam suas maria-chiquinhas, jogavam suco nela, colocavam apelidos. Amelia sempre dizia que, se ela não mostrasse que ligava, uma hora eles iriam parar, mas isso só aconteceu depois do velório, quando uma foto de Joanna, sozinha ao lado dos túmulos, foi capa de todos os tabloides do país. Afinal, todos queriam saber quem ia ficar com a garota - e com a fortuna.

Dean havia feito um testamento alguns anos antes, portanto, a garota devia ficar sob a guarda de Genevieve, sua governanta, até atingir a maioridade. Até lá, receberia mil dólares por mês. Depois que essa decisão veio a público, a vida de Joanna se tornou um desfile de gentilezas e sorrisos, mas a garota não deixa que ninguém se aproximasse dela. Não depois de tantos anos de humilhação.

Mas sua linha de raciocínio foi interrompida por um homem de verde e preto, que abriu a porta da sala com violência, sobressaltando a todos. Ele apontou para a professora e para os alunos com seu cetro dourado, e disse simplesmente:

-Ajoelhem-se.

Ninguém se mexeu. A professora ainda estava parada, com o giz no ar, os alunos se entreolhavam assustados.

-Eu disse... AJOELHEM-SE! – Ele gritou, enquanto dois homens armados e mascarados entravam na sala, ladeando-o.

A professora se ajoelhou, fazendo sinal para que os alunos se ajoelhassem também. Todos se levantaram trêmulos, alguns pálidos. Quando Joanna se levantou, ela olhou direto nos olhos do homem, e uma onda de sensações a atravessou, como se ela o conhecesse há muito, muito tempo. Ele apontou o cetro para ela e, com um olhar de reconhecimento, disse:

-Você, não. – “Ah, excelente. Agora virei refém. Isso aí, muito bom mesmo.” Pensou Joanna, enquanto ele atravessava a sala com passos largos. Uma grande série de tremores passou pelo corpo da menina, até que o homem a pegou num abraço apertado, enquanto murmurava algo que soava como “Freya”.

-O que? Peraí, moço, ‘cê tá doido? Quem é você? Quem é Freya? – A menina disparou as perguntas com os olhos feito duas bolas de tênis. Que fique claro que Joanna nunca foi conhecida por seu bom senso.

-Venha, vamos embora. – O homem disse, puxando-a pela mão e ignorando suas perguntas.

O homem a guiou pela escola que estava infestada de homens armados, até o pátio, onde uma imensa nave os aguardava.

-Opa, opa, calminha aí! Eu não vou entrar nessa coisa! – Joanna quase gritava de medo, tentando puxar sua mão.

-Mas Freya, meu amor, você tem que entrar.

-Freya? Quem é Freya, seu louco? Para de me chamar assim, meu nome é Joanna! E quem é você?

-Você... Ah, você não se lembra... Tudo bem. Joanna, querida, eu preciso que você entre na nave. Pode fazer isso pra mim? – Ele perguntou com um sorriso. Joanna pode sentir suas pernas tremendo enquanto subis os degraus. A porta se fechou as costas dele, que a levou por corredores até chegarem numa pequena sala.

Que era idêntica a sala onde Joanna tomava chá todas as tardes.

-SEU PERVERTIDO DOENTIO, VOCÊ ANDOU ME ESPIONANDO? QUEM É VOCÊ E O QUE QUER COMIGO?

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